SALMO 115


ASSUNTO
No salmo anterior as maravilhas antes operadas por Deus foram recontadas em sua honra, e neste salmo pede-se que ele se glorifique novamente, porque os pagãos estavam se prevalecendo da ausência de milagres, estavam negando completamente os milagres de tempos atrás, e insultando o povo de Deus com a pergunta: "Onde está agora o seu Deus?". Machucava o coração dos piedosos que Jeová fosse assim desonrado; e tratando como indigna de se notar a sua própria condição de vergonha, eles imploram ao Senhor que ao menos vindique seu próprio nome. O salmista está evidentemente indignado com o fato que os adoradores de ídolos tolos pudessem colocar uma pergunta tão insultuosa ao povo que adorava o único Deus vivo e verdadeiro, e tendo gasto sua indignação em sarcasmo contra as imagens e seus fabricantes, ele passa a exortar a casa de Israel a confiar em Deus e bendizer o seu nome. Como aqueles que morreram e se foram não podem mais cantar salmos ao Senhor entre os filhos dos homens, ele exorta os fiéis que vivem na época a cuidarem que Deus não seja roubado de seu louvor, e então ele termina com um exultante Aleluia. Os vivos não devem exaltar o Deus vivo?


DIVISÃO
Para melhor exposição, o salmo pode ser dividido em um rogo a Deus para que vindique sua própria honra, versículo 1, 2; uma descrição desdenhosa dos falsos deuses e seus adoradores, 3-8; uma exortação aos fiéis para que confiem em Deus e esperem dele grandes bênçãos, 9-15; uma explicação do relacionamento de Deus com sua condição atual das coisas, versículo 16; e um lembrete de que, não os mortos, e sim os vivos, devem louvar a Deus continuamente aqui em baixo.


DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. A passagem pode ser usada como:
1. Uma petição poderosa em oração.
2. Uma expressão do verdadeiro espírito de piedade.
3. Um guia seguro em teologia.
4. Uma orientação prática na escolha de nosso modo de vida.
5. Um espírito aceitável quando se passa em revista o sucesso passado ou presente.
VERS. 1.
1. Nenhum louvor é devido ao homem. Temos nós uma vida? Não a nós. Temos saúde? Não a nós. Temos confortos exteriores? Não a nós. Amigos? Não a nós. Os meios de graça? Não a nós. Fé salvadora em Cristo? Não a nós. Dons e graças? Não a nós. A esperança da glória? Não a nós. Somos úteis a outros? Não a nós.
2. Todo louvor deve ser dado a Deus.
(a) Porque tudo que temos vem do amor dele.
(b) Porque tudo que esperamos vem da fidelidade dele (G. R.).


VERS. 2. Uma pergunta insultuosa, à qual podemos dar muitas respostas satisfatórias.
VERS. 2. Por que dizem assim? Por que Deus permite que eles o digam? (Matthew Henry).


VERS. 2-3.
1. A pergunta de pagãos: Sl 115.2.
(a) Por ignorância. Vêem um templo mas nenhum deus.
(b) Por censura ao povo de Deus quando seu Deus os tem abandonado por um tempo: "Por que perguntam as nações, onde".
2. A réplica à sua indagação: Sl 115.3. vocês perguntam onde nosso Deus está? Antes perguntem onde ele não está. Perguntam o que ele tem feito? "Ele fez e pode fazer tudo o que lhe agrada"(G. R.).


VERS. 3.
1. Sua posição é sinal de domínio absoluto.
2. Seus atos o provam.
3. Contudo ele aceita ser "o nosso Deus".
VERS. 3 (segunda cláusula). A soberania de Deus. Estabelece e melhora a grande doutrina bíblica, que o glorioso Deus tem direito de exercer domínio sobre todas as suas criaturas; e fazer, em todos os respeitos, como lhe agrada. Este direito naturalmente resulta dele ser Anterior a e o Possuidor de céu e terra. Considere:
1. Ele é infinitamente sábio; ele conhece perfeitamente todas as suas criaturas, todas as ações deles e todas as tendências deles.
2. Ele é infinitamente justo.
3. Ele é infinitamente bom (George Burder).


VERS. 4-8.
1. A natureza de deuses ídolos. Sejam nossos deuses objetos naturais ou riquezas ou prazeres mundanos, eles não tem nenhum olho de piedade, nenhum ouvido para ouvir pedidos, nenhuma língua para aconselhar, nenhuma mão para ajudar.
2. A natureza do verdadeiro Deus. Ele é todo olho, todo ouvido, todo língua, todo mão, todo pé, todo mente, todo coração.
3. A natureza dos adoradores de ídolos. Todos tornam-se naturalmente assimilados aos objetos de seu culto.


VERS. 8. A semelhança entre idólatras e seus ídolos. Estabeleça isso nas particula-ridades mencionadas.


VERS. 9. O Deus vivo reivindica culto espiritual; a vida de tal culto é fé; fé prova o fato que Deus é uma realidade viva - "Ele é seu socorro". Só o Israel eleito chegará a dar este culto vivo.


VERS. 9-11.
1. A repreensão: "Ó Israel!" "Sacerdotes!" "Vocês que temem o Senhor". Será que vocês não tem acreditado em seu Deus?
2. A correção ou admoestação. "Confiem no Senhor". Você tem confiado no verdadeiro Deus tanto como outros em seus deuses falsos?
3. A instrução. "Ele é seu auxílio". Deixe que igrejas, ministros, e todos que temem a Deus saibam que em todas as horas e sob todas as circunstâncias ele é seu auxílio e seu escudo (G. R.).


VERS. 10.
1. Aqueles que prestam serviço publicamente devem confiar especial-mente. "Confiem no Senhor, sacerdotes", casa de Aarão.
2. Aqueles que são especialmente chamados devem ser especialmente ajudados. "Ele é o seu socorro".
3. Aqueles que são especialmente ajudados podem ter certeza de proteção especial em perigo... "e o seu escudo".


VERS. 11. Temor filial é o fundamento de fé mais plena.


VERS. 12. O que nós temos experienciado. O que nós podemos esperar (Matthew Henry).


VERS. 12-13.
1. O que Deus já fez por seu povo. "Ele se lembra de nós".
(a) Nossa preservação prova isso.
(b) Nossas misericórdias.
(c) Nossas tribulações.
(d) Nossa orientação.
(e) Nossas consolações. Tudo, até mesmo a mais pequenina bênção, representa um pensamento na mente de Deus com respeito a nós. "Como são preciosos para mim os teus pensamentos" com respeito a mim, Ó Deus; "que grandes" e aqueles pensamentos remontam a uma eternidade antes de nós virmos a ser. "O Senhor lembra-se de nós"; portanto, será que não nos devemos lembrar mais dele?
2. O que ele fará por seu povo - "Ele nos abençoará".
(a) Grandemente. Suas bênçãos são como ele, grandes. São abençoados quem ele abençoa.
(b) Adequadamente. A casa de Israel, a casa de Aarão, todos os que o temem, de acordo com sua necessidade, tanto pequena como grande.
(c) Certamente ele nos abençoará, a casa de Israel, a casa de Aarão, todos os que o temem, de acordo com sua necessidade, "do menor ao maior".
(d) Seguramente. Ele "abençoará": o verbo é usado quatro vezes, e mais uma vez no v. 15, "Sejam vocês abençoados pelo Senhor" (G. R.).


VERS. 13.
1. A mensagem geral - "Temei o Senhor".
2. Os graus de desenvolvimento - "do menor ao maior".
3. A bênção em comum.


VERS. 14.
1. Aumento gracioso - em conhecimento, amor, poder, santidade, utilidade.
2. Aumento crescente - crescemos mais depressa, e avançamos não só mais, como cada vez mais.
3. Aumento relativo - nossos filhos crescem na graça através de nosso exemplo.
VERS. 14. As bênçãos de Deus estão:
1. Sempre fluindo "mais e mais".
2. Transbordantes - "vocês e os seus filhos". Que os pais procurem mais graça para si mesmo por amor a seus filhos.
(a) Para que estes sejam mais influenciados pelo exemplo deles.
(b) Que suas orações sejam mais prevalecentes a seu favor.
(c) Que seus filhos sejam mais abençoados por sua causa (G. R.).


VERS. 15. Uma bênção.
1. Pertencente a um povo especial - "vocês".
2. Vinda de um quadrante especial - "do Senhor".
3. Trazendo uma data especial - "Sejam" - o presente.
4. Marcada com certeza especial - "Vocês são abençoados".
5. Que envolve um dever especial - "Bendizer o Senhor agora e para sempre".
VERS. 15. A bênção do Criador - sua grandeza, plenitude, variedade.


VERS. 16. O senhorio do Homem sobre o mundo, seu limite, seu abuso, seu limite legítimo, seu grande plano.


VERS. 17-18.
1. Vozes ausentes - "Os mortos não louvam".
2. O estímulo deles sobre nós - "Mas nós".
3. Seu clamor a outros - "Louvem o Senhor". Vamos completar pelas vozes que já se calaram.
VERS. 17-18.
1. Aqueles que não louvam a Deus aqui não o louvarão no além. Não há moratória da punição, portanto.
2. Aqueles que louvam a Deus nesta vida o louvarão para sempre. Aleluia por isso. "Louvem o Senhor" (G. R.).
VERS. 17-18. Um sermão para o Ano Novo.
1. Uma lembrança triste - "os mortos".
2. Uma decisão feliz - "mas nós bendiremos o Senhor".
3. Um começo apropriado - "desde agora".
4. Uma continuação eterna - "e para sempre".