SALMO 97


ASSUNTO
Como o primeiro salmo que canta os louvores do Senhor relacionados à proclamação do evangelho entre os gentios, assim este parece prenunciar a obra poderosa do Espírito Santo em reprimir os sistemas colossais de erro e derrubar os deuses dos ídolos. Atravessando as regiões marítimas, uma voz clama por regozijo no reinado de Jesus (Sl 97.1), o fogo sagrado desce (Sl 97.3), como relâmpago o evangelho surge em labaredas chamejantes (Sl 97.4), dificuldades desaparecem (Sl 97.5), e todas as nações vêem a glória de Deus (Sl 97.6). Os ídolos são confundidos (Sl 97.7), a igreja regozija (Sl 98.8), o Senhor é exaltado (Sl 98.9). O salmo termina com uma exortação à firmeza santa sob a perseguição que se seguiria, e manda os santos se alegrarem por seu caminho ser claro e sua recompensa, gloriosa e certa. Os críticos modernos, sempre atentos em atribuir os salmos a qualquer pessoa que não Davi, se acham bem-sucedidos em datar este canto para depois do cativeiro, porque contém passagens semelhantes àquelas que ocorrem nos profetas posteriores; mas nós nos aventuramos a afirmar roubo. É tão provável que os profetas tenham adotado a linguagem de Davi quanto que algum escritor desconhecido tenha tomado emprestado deles. Um salmo desta série é dito estar "em Davi", e nós cremos que os restantes estão no mesmo lugar, e são do mesmo autor. A questão não é importante, e só a mencionamos porque certos críticos têm orgulho de estabelecer novas teorias, e há leitores que imaginam que isso é uma prova definitiva de uma erudição prodigiosa. Não cremos que suas teorias valem o papel em que foram escritas.


DIVISÃO
O salmo se divide em quatro partes, cada uma contendo três versículos. A vinda do Senhor é descrita (Sl 97.1-3), seu efeito sobre a terra é declarado (Sl 97.4-6), e depois sua influência sobre os pagãos e o povo de Deus (Sl 97.7-9). A última parte contém tanto exortação como incentivo, insistindo na santidade e inculcando felicidade (Sl 97.10-12).


DICAS PARA O PREGADOR

VERS. 1. A soberania de Deus é um tema de alegria em muitos aspectos e para muitas pessoas, especialmente quando exibido num reinado de graça.


VERS. 3-6. Os acompanhamentos do advento evangélico de Cristo.
1. O fogo de seu Espírito.
2. A luz da palavra.
3. A comoção do mundo.
4. A remoção de obstáculos.
5. A demonstração da glória divina.


VERS. 4-5.
1. Os terrores que acompanharam a entrega da lei: "seus relâmpagos".
2. As razões para aqueles terrores. (a) Mostrar a culpa do homem. (b) Sua inabilidade em guardar a lei. (c) Mostrar sua necessidade de um cumpridor da lei em seu favor (G. R.).


VERS. 4-6. Uma descrição da doação da lei.
1. Os arautos do doador da lei, ou convicção, Sl 97.4.
2. O efeito de sua presença, ou contrição, Sl. 97.5.
3. A proclamação da lei, ou instrução (como por uma voz do céu, Sl 97.6).
4. O efeito da doação da lei, ou manifestação divina (Sl 97.6, última cláusula) (C. D.).


VERS. 5. A presença de Deus na igreja é seu poder invencível.


VERS. 6. A desordem no coração que resulta do culto idólatra, mesmo se for apenas espiritual. O quebrar do ídolo, desapontar-se com ele, ferir-se com ele, removê-lo.


VERS. 8.
1. O mundo tem um medo terrível dos juízos divinos.
2. A igreja se alegra neles, "Sião ouviu".
Ou:
1. Quando o mundo está alegre a igreja está triste.
2. Quando o mundo está triste, a igreja está alegre (G. R.).


VERS. 10. O que vocês fazem agora: "Amem o Senhor". Reciprocamente, pessoalmente, supremamente, habitualmente, progressivamente.
1. O que vocês precisam fazer: "Odeiem o mal". Fazer o mal, escrever o mal, falar o mal, pensar o mal; renunciar o mal, dominá-lo, superá-lo (W. J.).
VERS. 10.
1. A peculiaridade que distingue o povo de Deus: "Vocês que amam o Senhor".
2. Sua manifestação: "Odeiem o mal".
3. Sua recompensa: "O Senhor protege"; "Ele os livra" (G. R.).


VERS. 10-11. Davi observa em Deus três características de um verdadeiro amigo: Primeiro, com fidelidade e boa vontade ele preserva as almas dos piedosos. Segundo, com seu poder e majestade ele livra-os de seus inimigos. Terceiro, com sua sabedoria e santidade ele os ilumina e revigora (Le Blanc).


VERS. 11.
1. Onde é semeado? A resposta a isso virá sob os seguintes cabeçalhos, a saber: no propósito de Deus, na compra de Cristo, no ofício do Espírito, nas promessas da Palavra, na obra da Graça feita no coração e, nas preparações feitas lá em cima na glória.
2. Quando é a estação da cega? E para isso, a resposta é, a estação de colheita dos primeiros frutos, de colher em parte, é em certas horas na vida presente; a estação de colher mais plenamente é na morte, e de colher ainda mais completa e perfeitamente é no dia do juízo e tem continuidade através da eternidade.
(a) O tempo da ceifa parcial ocorre algumas vezes no curso da vida presente.
(1) Tempos de aflição têm sido para os retos, tempos de colher a alegria semeada. Assim eles têm sido preparados para sofrimentos, sustentados sob esses, e depois preparados para esquecer suas tristezas, devido à alegria pela descoberta emocional do que Deus fez por eles, e fez neles. Assim Deus faz com que luz surja nas trevas, e num dia chuvoso os revigora com um raio do céu, tornando brilhantes as gotas que caem; traz seu povo ao deserto e lá os consola.
(2) Estações de sofrimento pela causa de Cristo e do evangelho têm sido estações em que os retos começaram a colher a alegria semeada. Quando chamados a resistirem até o sangue, lutando contra o pecado, eles precisaram de mais do que um consolo comum, para capacitá-los a enfrentar e se manter firmes através da provação de fogo, e assim foi-lhes dado encorajamento num grau nunca antes experimentado (Jó 16.33).
(3) Estações em que Deus chamou os justos a serviço grande e difícil têm sido tempos de colher os começos da alegria semeada. Quando seu Pai celeste levanta a luz de seu rosto sobre eles, e faz brilhar neles a percepção de seu amor, eles estão preparados a ir aonde quer que ele os mande, e fazer o que ele ordenar.
(4) Depois de conflitos fortes com Satanás, os justos são reavivados pelo crescimento da alegria semeada. Depois que Cristo foi tentado um anjo veio consolá-lo. E para animar seus seguidores ele declara, Ap 2.17, "Ao vencedor darei do maná escondido. Também lhe darei uma pedra branca com um novo nome nela inscrito, conhecido apenas por aquele que o recebe".
(5) Aguardando em Deus no santuário, os retos já se terão avistado com ele, e assim ter tido os começos da alegria semeada.
(b) Um tempo de colheita em maior plenitude acontecerá na morte; com alguns quando a alma está partindo; mas com todos imediatamente após ser libertado do corpo.
(c) A estação na qual os justos colherão sua alegria semeada, em plenitude, e em perfeição, será o dia final. Então Cristo virá para ser glorificado em seus santos, e admirado em todos aqueles que crêem, e para guiá-los todos em conjunto, e todos eles aperfeiçoados, para entrar na presença de Deus, onde há plenitude de alegria, e onde há prazeres para sempre (Daniel Wilcox).


VERS. 12. Alegrem-se com a lembrança de sua santidade. Sejam agradecidos por:
1. sua perfeição impoluta.
2. sua paciência maravilhosa.
3. seu lugar em nossa salvação.
4. como nos podemos aproximar dele através de Cristo.
5. seus triunfos preditos.
VERS. 12.
1. Uma lembrança diante da qual o mundo não dá um muito obrigado.
2. Razões que a tornam um assunto de ações de graças no caso dos justos. Sua importância no caminho da salvação; nas doutrinas do evangelho; na lei da vida cristã (C.D.).