SALMO 94


ASSUNTO
O escritor vê malfeitores no poder, e sofre sob sua opressão. Seu senso da soberania divina, que ele vinha cantando no salmo anterior, o leva a apelar a Deus como o grande Juiz da terra; ele faz isso com muita veemência e importunidade, evidentemente ardendo ainda sob a chibata do opressor. Confiante da existência de Deus, e seguro pela sua observação pessoal dos feitos dos homens, o salmista repreende seus adversários ateus e proclama seu triunfo em seu Deus: ele também interpreta a severa dispensação da Providência como sendo, na verdade prática, castigos instrutivos, e por isso avalia todos aqueles que os sofrem como sendo felizes. O salmo é outra forma comovente do velho enigma -"por que os ímpios sofrem?" É outro exemplo de um homem bom perplexo diante da prosperidade dos incrédulos, confortando seu coração com a lembrança de que existe, apesar de tudo, um Rei no céu, por quem todas as coisas são anuladas para o bem.


DIVISÃO
No Sl 94.1-7 o salmista expressa sua reclamação contra os opressores maus. De Sl 94.8-11 ele raciocina contra a idéia cética deles de que Deus não notou as ações dos homens. Ele mostra então que o Senhor abençoa seu povo, sim, e os livrará, embora por um tempo possam ser castigados, Sl 94.12-15. Ele suplica de novo por ajuda em Sl 94.16, e declara sua inteira dependência de Deus para a preservação, Sl 94.17-19; contudo, uma terceira vez ele insiste em sua reclamação, Sl 94.20-21, e então conclui com a confiante certeza de que seus inimigos, e todos os demais homens maus, certamente seriam obrigados a colher a recompensa devida de seus feitos, - "O Senhor, nosso Deus, os exterminará".


DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1.
1. Retribuição é prerrogativa de Deus somente.
2. Sob quais aspectos podemos desejar que ele a dê.
3. Como e quando ele certamente cumprirá este desejo justo.
VERS. 1.
1. A vingança pertence a Deus e não ao homem.
2. A vingança é melhor nas mãos de Deus do que nas do homem. Prefiro cair nas mãos do Senhor (1Cr 21.13) (G. R.).


VERS. 2. A provocação peculiar do pecado de orgulho e seus vícios relacionados. Sua influência sobre os soberbos, os seus semelhantes, e para Deus mesmo.


VERS. 3.
1. A porção doce dos ímpios - o presente triunfo.
2. O fel que o torna amargo - o triunfo é apenas temporário, e faz com que haja oração contra (C. A. Davis).


VERS. 5-10.
1. Opressão arbitrária pelos maus (Sl 94.5-6),
2. Indiferença arrogante à supervisão Divina (Sl 94.7).
3. Demonstração de clareza sobre o conhecimento e vingança divinos (Sl 94.8-10) (C. A. D.).


VERS. 6-9.
1. Pecado visível, patente.
2. Suposição absurda.
3. Argumento esmagador.


VERS. 8. A duração do reino do mal.
1. Até que tenha enchido sua medida de culpa.
2. Até que tenha mostrado provas de sua própria tolice.
3. Até que tenha desenvolvido as graças e orações dos santos.
4. Até que tenha esvaziado toda confiança humana e nos obrigado a olhar para o Senhor somente, seu Espírito e seu advento.
VERS. 8. Ateístas na prática.
1. Descritos verdadeiramente.
2. Aconselhados sabiamente (C. A. D.).


VERS. 8-11.
1. A exortação (Sl 94.8).
2. A discussão (Sl 94.9-10).
3. A afirmação (Sl 94.11).


VERS. 9-10. Racionalismo verdadeiro ou Revelação de Deus pela razão (U. A. D.).


VERS. 11.
1. Com respeito ao mundo presente, considere que profusão de pensamentos são empregados em vão.
(a) Em buscar satisfação onde não se encontra.
(b) Em se concentrar em eventos que não podem ser lembrados.
(c) Em antecipar males que nunca nos acontecem.
(d) A esses pode ser acrescentado o valorizar-nos em coisas de pouca ou nenhuma valia.
(e) Em fazer planos que precisam ser desfeitos.
2. Vejamos quais são os pensamentos do homem com respeito à religião, e as preocupações sobre a vida futura.
(a) Quais são os pensamentos do mundo pagão com respeito à religião?
(b) Quais são todos os pensamentos do mundo cristão, onde os pensamentos de Deus são negligenciados?
(c) Que é todo aquele ateísmo prático que induz as multidões a agirem como se não existisse nenhum Deus?
(d) Quais são todas as imaginações descrentes, autolisonjeadoras dos ímpios, como se Deus não fosse sincero em suas declarações e ameaças?
(e) Quais são os presunçosos conceitos de justiça e auto-satisfação, com os quais inflam suas mentes com esperanças vãs e recusam a submeter-se à justiça de Deus? (Andrew Fuller).
VERS. 11. O conhecimento íntimo do homem que Deus tem. Uma verdade estarrecedora. Uma verdade humilhante.


VERS. 12-13. A Universidade de Cristo. O mestre, o livro, a vara, o estudioso abençoado e o resultado de sua educação.
VERS. 12-13.
1. O abençoado. (a) divinamente ensinado. (b) divinamente punido.
2. A bênção. (a) descansar na aflição. (b) descansar da aflição (G. R.).


VERS. 14.
1. Medo que está implícito. Que Deus lançará fora, abandonará.
2. Medo negado. Deus não lançará fora, não abandonará (G. R.).
VERS. 14.
1. Exponha sua doutrina clara, que brilha, num fundo escuro. E se o contrário fosse verdade? Considerações que poderiam levar-nos a tomar posse dela como sendo verdade.
2. Veja alegremente a verdade brilhante em si. A doutrina declarada. As razões aludidas (O povo dele. A herança dele.) A confiança expressa (C. A. D.).


VERS. 15.
1. Juízo suspenso.
2. Juízo devolvido.
3. Juízo reconhecido (G. R.).


VERS. 16.
1. A pergunta feita à igreja, aos seus defensores.
2. A resposta de todo homem verdadeiramente comprometido.
3. A resposta mais animadora ainda de seu Senhor.


VERS. 16-17. A única fonte de socorro.
1. Um forte grito por socorro. Como de um campeão ou advogado.
2. A resposta da terra. Um silêncio completo, perturbado apenas por um eco (Sl 94.17).
3. A voz de ajuda que quebra o silêncio - a do Senhor (Sl 94.17) (C. A. D.).


VERS. 18. A bênção da confissão de fraqueza.
1. A confissão.
2. O socorro.
3. O tempo.
4. O reconhecimento (C. A. D.).


VERS. 19.
1. Na profusão de meus pensamentos incrédulos teus consolos deleitam minha alma.
2. Na profusão de meus pensamentos penitentes teus consolos.
3. Na profusão de meus pensamentos mundanos.
4. Na profusão de meus pensamentos depressivos.
5. Na profusão de meus pensamentos relativos ao futuro.
Ou:
1. Não há consolação para o homem em si mesmo.
2. Não há consolação para ele em outras criaturas.
3. Sua única consolação está em Deus (G. R.).
VERS. 19.
1. A alma esbarrando-se nos outros na estrada dos sentimentos de ansiedade.
2. A companhia agradável apreciada assim mesmo.


VERS. 20.
1. Deus não pode ter comunhão com os maus.
2. Os maus não podem ter comunhão com Deus.
VERS. 20. Política divina.
1. Há tronos erigidos em oposição ao trono de Deus, "tronos corruptos, de injustiça", por exemplo, que transgridem na liberdade civil, que infringem na igualdade religiosa, que derivam ganhos do comércio ímpio.
2. Tais tronos, quaisquer que sejam suas pretensões, são excluídos da comunhão divina; entre eles e Deus está fixado um grande abismo (C. A. D.).


VERS. 21-22.
1. O perigo dos justos (Sl 94.21).
2. Sua defesa (Sl 94.22) (G. R.)


VERS. 21-23.
1. A sentença proferida na corte da injustiça (Sl 94.21).
2. Um elemento no caso que não é considerado pela corte (Sl 94.22).
3. A sentença conseqüentemente recai sobre as cabeças certas (Sl 94.23). (Este trecho, sob um véu muito fino, mostra Cristo, Mt. 27.1) (C. A. D.).


VERS. 23.
1. Ninguém pode punir os inimigos de Deus senão ele só. "Ele fará cair".
2. Ninguém precisa puni-los senão ele mesmo.
(a) Será completo,-- "ele os destruirá".
(b) Com certeza (G. R.).