SALMO 87


TÍTULO

Um salmo ou cântico para os filhos de Corá. Um hino sagrado e um poema nacional. Uma teocracia combina as idéias religiosas e patrióticas em um só, e à medida que nações se tornam cristianizadas, suas canções populares se tornarão profundamente impregnadas de sentimentos piedosos. Julgado por esse padrão, nossa própria terra está muitíssimo atrasada. Este "salmo ou canção" foi composto pelos filhos de Corá ou foi dedicado a eles: como eles guardavam as portas da casa do Senhor, podiam usar esta bela composição como um salmo dentro das portas, e como um canto fora.


ASSUNTO E DIVISÃO
O canto é em honra de Sião, ou Jerusalém, e trata do favor de Deus àquela cidade situada entre as montanhas, das profecias que a tornaram ilustre e da honra de ser natural de lá. Muitos concebem que foi escrito na fundação de Sião, a cidade de Davi, mas será que a menção de Babilônia não significa uma época posterior? Parece ter sido escrito depois que Jerusalém e o Templo foram construídos, e desfrutara uma história, da qual gloriosas coisas podiam ser faladas. Entre outras maravilhas.


DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 2-3.
1. A fundação de Sião.
(a) É apenas uma: "fundação".
(b) É do Senhor: "sua".
(c) Está em conformidade com santidade: "monte(s) santo(s)".
(d) Consiste de propósitos eternos.
(e) Está construída sobre princípios imutáveis.
(f) Está situada numa posição gloriosa.
2. O favor desfrutado por Sião.
(a) Deus "ama as habitações de Jacó". Ele as dirigiu, as alimentou, as guardou, as iluminou, as visitou.
(b) Ele "ama mais" Sião, e lhe dá todas as bênçãos em forma mais rica.
(c) Há mais pessoas para amar.
(d) Suas ocupações são mais espirituais.
(e) Seus cantos e adoração são mais entusiasmados.
(f) Seu testemunho é mais poderoso.
(g) Seu conhecimento da verdade é mais claro.
(h) Sua comunhão está numa escala mais celestial. Estejamos na Igreja, e amemo-la.
3. A fama de Sião. "Coisas gloriosas são ditas":
(a) Dela na história;
(b) Dela pelo ministério;
(c) Para ela por Jesus;
(d) Sobre ela na profecia.
Aqui está um tema frutuoso.


VERS. 3. A idéia do texto apresenta a Igreja como "a cidade de Deus": toquemos em algumas das "coisas gloriosas" que são ditas dela.
1. Há coisas gloriosas com respeito ao erguimento da cidade.
(a) Há o plano de ser erguida. Nunca existiu um plano tão sem defeito, tão completo, tão maravilhoso pela sua beleza e magnificência. As portas, os muros, os edifícios, as ruas, os monumentos, as fontes, os jardins, se unem para proclamá-la uma obra-prima de habilidade. O arquiteto foi aquele que construiu os céus.
(b) Há o posicionamento, o local do erguimento da cidade. (Ver Sl 87.1.)
(c) Há a data do erguimento da cidade Um halo e uma glória se ligam, nesse caso, à grande antigüidade. Já faz um longo tempo que a cidade foi construída. Estava em pé nos dias de Paulo. "Vocês chegaram à cidade do Deus vivo". (Hb 12.22.) Davi o conheceu bem. (Sl 46.1-11.)
(d) Estava em pé antes do dilúvio. Noé, Enoque, Abel, moraram nela. É quase tão velha como a criação.
2. Há coisas gloriosas com respeito às defesas da cidade. Ela foi sitiada logo que se tornou cidade, e não foi tomada até o momento. "Nós temos uma cidade forte".
3. Há coisas gloriosas a contar a respeito do armazenamento e dos suprimentos dos quais a cidade depende:
(a) Sua excelência;
(b) Sua abundância;
(c) Sua fonte.
4. Há coisas gloriosas com respeito ao Rei da cidade, seu nome, pessoa, caráter.
5. Há coisas gloriosas ligadas aos cidadãos do dia (Andrew Gray, 1805-1861).
VERS. 3.
1. Observe que uma cidade não é como uma flor, uma árvore, ou uma planta - algo que cresce da terra, e é nutrida pela terra, e depende totalmente de seus caldos. É uma coisa artificial, construída pela sabedoria, e levantada por força, conforme foi planejada com inteligência e previsão.
2. Uma cidade é, geralmente, cercada por muros.
3. Jerusalém (a mais celebrada das cidades, da qual essa ilustração é tirada) foi construída no cume de um monte, um objeto extremamente conspícuo e lindo.
4. Numa cidade há vários edifícios, e estruturas de vários formatos, materiais e valor: ilustre pelas diferentes denominações.
5. Uma cidade tem leis municipais.
6. Tem também comércio, trânsito.
7. A figura, aplicada à Igreja de Cristo, envolve a idéia de segurança, honra.
8. Também há a idéia de escassez (John Cumming, 1843).
VERS. 3. As coisas "faladas" da cidade de Deus.
1. Será a residência permanente e exclusiva de Deus.
2. Será o cenário de prazerosos privilégios e bênçãos.
3. Será investida com segurança absoluta e inviolável.
4. Possuirá renome e império por todo o mundo.
5. Suas instituições e existência serão aperfeiçoadas no estado celestial (James Parsons, 1839).


VERS. 4 (última cláusula).
1. Veja o que o "homem" foi: natural de "Filistia", um lugar pagão, e inimigo de Deus.
2. Veja o que lhe aconteceu: ele "nasceu lá", isto é, nasceu de novo em Sião.
3. Veja o que ele se tornou - pelo seu novo nascimento, um homem livre e cidadão de Sião.


VERS. 4-5.
1. Qual é o lugar de nascimento que não é o mais honrado - não Raabe, nem o Egito, nem a Babilônia, nem um palácio ou reino terreno.
3. Qual é? É vir "de Sião".
(a) Porque é um nascimento mais nobre; um ser nascido no novo nascimento do Espírito de Deus.
(b) Porque é um lugar mais nobre; a residência do Altíssimo, e estabelecido para sempre.
(c) Porque resulta em posição mais nobre e em privilégios (G. R.).


VERS. 4-7.
1. Sião produzirá muitos homens bons e grandes.
2. O interesse de Sião será estabelecido por poder divino.
3. Os filhos de Sião serão registrados com honra.
4. Os cantos de Sião serão cantados com alegria e triunfo (Matthew Henry).
VERS. 4-7.
1. A excelência da igreja é aqui declarada.
2. Sua ampliação é aqui prometida (J. Scholefield, 1825).


VERS. 5. Os homens renomados da igreja de Deus.
1. Grandes guerreiros, que já lutaram contra a tentação.
2. Grandes poetas, cujas vidas foram salmos.
3. Grandes heróis, que viveram e morreram por Jesus.
4. Grandes reis, que governaram a si próprios. Apóstolos, mártires, confessores, reformadores, homens renomados por virtudes que só a graça pode produzir.
VERS. 5. Este homem e aquele. O caráter individual da verdadeira religião.
1. Cada alma peca por si.
2. Rejeita ou aceita o Salvador para si.
3. Precisa ser julgada, e
4. Salva ou perdida individualmente. A necessidade conseqüente de piedade pessoal, as tentações para negligenciá-la; e os hábitos que a promovem.
VERS. 5 (última cláusula). A igreja estabelecida de Deus - seu chefe, sua proteção, seu poder.


VERS. 6.
1. "O Senhor" fará o censo.
2. Ele "computará" se um homem está lá por direito ou não.
3. Todo homem verdadeiramente nascido em Sião será admitido no registro.
VERS. 6.
1. O tempo a que se refere, "O Senhor escreverá"; quando Israel verdadeira for salva.
2. A conta a ser registrada: "Quando ele escreveu no registro", isto é, revê e faz nova entrada dos nomes no Livro da Vida do Cordeiro. Compara os chamados com os escolhidos.
3. O teste a ser aplicado.
(a) Eles estarem em Sião, ou terem os meios de graça.
(b) Eles terem nascido lá.
4. O completamento de seu número: "O Senhor contará". Um número exato de pedras em um edifício perfeito, e de membros em um corpo perfeito. Assim na Igreja de Cristo. Todos perfazem uma noiva.
5. Cada um notado e anotado: "Este homem nasceu lá". Homens caíram como um todo; eles são salvos individualmente (G. R.).


VERS. 7.
1. Em Deus a nossa alegria.
2. De Deus os nossos suprimentos.
3. Para Deus o nosso louvor.
VERS. 7 (última cláusula). Todas as fontes em mim, todas as fontes que jorram para mim, estão no meu Deus. Há as nascentes "nos montes e nos vales", fontes "fechadas", fontes "do vale" (Sl 104.10), fontes de rochas, mas todas estas vêm do Senhor.