SALMO 31


TÍTULO
Ao mestre da música - um salmo de Davi. A dedicatória ao mestre da música prova que este canto de compassos mistos e sons alternados de tristeza e angústia foi feito para ser um cântico público e, assim, faz morrer de vez a idéia de que nada senão louvor deve ser cantado. Talvez os salmos assim indicados pudessem ser rejeitados como lamentosos demais para o culto do templo, não houvesse o cuidado especial dado pelo Espírito Santo de indicá-los como designados para a edificação pública do povo do Senhor. Será que não pode também haver em salmos designados assim uma referência distinta especial ao Senhor Jesus? Ele, com certeza, se manifesta muito claramente no salmo 22, que leva este título; e neste que está diante de nós ouvimos claramente sua voz moribunda no quinto versículo. Jesus é o principal em toda parte, e em todos os cantos sacros de seus santos ele é o principal, o Mestre de músicos. As conjecturas de que Jeremias escreveu este salmo não precisam de outra resposta senão o fato de que é um "salmo davídico", um "salmo de Davi".


ASSUNTO
O salmista em extrema aflição apela ao seu Deus por ajuda com muita confiança e importunação santa, e logo encontra sua mente tão fortalecida que ele magnifica o Senhor pela sua bondade. Alguns opinaram que a ocasião em sua vida atribulada que levou a este salmo foi a perfídia dos homens de Queila, e nós nos sentimos muito inclinados a aceitar essa conjetura, mas, após refletirmos, parece-nos que seu tom muito lamentoso e sua alusão à iniqüidade deles pedem uma data mais tardia, e pode ser mais satisfatório ilustrá-lo pelo período quando Absalão se rebelou, e Davi soube que seus cortesãos tinham fugido dele, enquanto lábios mentirosos espalharam mil rumores maliciosos contra ele. Talvez seja até bom não termos a menção de uma época determinada, ou nos preocuparíamos tanto ao aplicá-lo ao caso de Davi que nos esqueceríamos de como se adequa bem à nossa própria experiência.


DIVISÃO
Não há grandes linhas de demarcação; em todo ele o som ondula, caindo em vales de lamentação, e subindo com as elevações de confiança. No entanto, por conveniência, podemos explicá-lo da seguinte forma: Davi testificando sua confiança em Deus implora por auxílio, Sl 31.1-6; expressa gratidão por misericórdias recebidas, Sl 31.7-8; descreve seu caso particularmente, Sl 31.9-13; roga veementemente por livramento, Sl 31.14-18; confiantemente e muito agradecido espera uma bênção, Sl 31.19-22; e termina mostrando como seu caso tem que ver com todo o povo de Deus.


DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. A fé expressa, a confusão desaprovada, o livramento procurado.
VERS. 1 (primeira cláusula). Confissão de fé pública.
1. Obrigações que a precedem, autocrítica.
2. Modos de fazer a confissão.
3. Conduta que cabe àqueles que fizeram a profissão.
VERS. 1 (última cláusula). Até onde a justiça de Deus está envolvida na salvação de um crente.
VERS. 2 (primeira cláusula). É uma grande condescendência Deus ouvir a oração.


VERS. 2 (segunda cláusula). Até onde podemos insistir com Deus quanto ao tempo.
VERS. 2-3 (última e primeira cláusulas). Por aquilo que temos ainda podemos procurar.


VERS. 3. Explique a metáfora de Deus como sendo uma fortaleza sólida da alma.
VERS. 3 (última cláusula).
1. Uma bênção necessária, guia-me.
2. Uma bênção que se pode obter.
3. Um argumento para ser concedido por amor do teu nome.


VERS. 4. O salvamento dos apanhados.
1. Os passarinheiros.
2. A colocação da armadilha.
3. A captura do pássaro.
4. O grito da ave presa.
5. O salvamento.
VERS. 4 (última cláusula). O fraco cingido com onipotência.


VERS. 5.
1. Morrer, no relato de um santo, é uma obra difícil.
2. Os filhos de Deus, quando se consideram agonizantes, se preocupam principalmente com seu espírito imortal que parte.
3. Estes tendo escolhido Deus para seu Deus, têm imenso encorajamento quando estão morrendo, para entregar o espírito que parte na mão dele, com esperanças de estarem salvos e felizes para sempre com ele (Daniel Wilcox).
VERS. 5. O réquiem, a música fúnebre do crente. Redenção é o fundamento de nosso descanso em Deus.


VERS. 6. Ódio santo, como virtude diferenciada de intolerância: ou, o bom odiador.


VERS. 7.
1. Um atributo amável é causa de regozijo.
2. Uma experiência interessante contada.
3. Um favor pessoal diretamente de Deus é motivo de regozijo.
VERS. 7 (cláusula central). Considere a medida, os efeitos, o tempo, a moderação, o fim e a recompensa.
VERS. 7 (última cláusula). A intimidade do Senhor com seus afligidos.


VERS. 8. A liberdade cristã, um tema para alegria.


VERS. 9. O lamento do enlutado.
VERS. 9 (última cláusula). Tristeza excessiva, seus efeitos prejudiciais no corpo, no entendimento e na natureza espiritual. O pecado dessa tristeza, a cura para ela.
VERS. 9-10. O gemido da pessoa doente, um lembrete àqueles que gozam de boa saúde.


VERS. 10. "Debilita-se a minha força, por causa de minha iniqüidade" (ARA). A influência debilitante do pecado.


VERS. 11. O homem bom de quem falam mal.


VERS. 12-15.
Esquecido como quem habita a sepultura,
Como pote quebrado sem conserto,
Por muitos difamado, de todo o lado o medo,
Pois contra mim conspiram! Ouça-me -
Ó Senhor, minha esperança: Eu digo:
Tu és meu Deus, em tuas mãos meus dias
Contra estes inimigos dê auxílio.
Minha alma é perseguida. Livra-me (George Sandys).
VERS. 12. O tratamento que o mundo dá aos seus melhores amigos.


VERS. 14. Fé especialmente gloriosa em tempo de grande tribulação.


VERS. 15. O crente é o cuidado particular da providência.
VERS. 15 (primeira cláusula).
1. O caráter da experiência terrena dos santos, "Meus tempos", isto é, as mudanças pelas quais passarei.
2. A vantagem dessa variedade.
(a) Mudanças revelam os vários aspectos do caráter cristão.
(b) Mudanças fortalecem o caráter cristão.
(c) Mudanças levam-nos a admirar um Deus que não muda.
3. Consolo para todas as estações.
(a) Isso dá a entender que as mudanças da vida são sujeitas ao con-trole divino.
(b) Que Deus sustentará seu povo debaixo dessas mudanças.
(c) E, conseqüentemente, o resultado disso é lucrarmos abundante-mente com isso.
4. O comportamento que deve nos caracterizar. Devoção corajosa a Deus em tempos de perseguição; resignação e contentamento em tempos de pobreza e sofrimento; zelo e esperança em tempos de trabalho (De Stems and Twigs, Elementos para sermões).


VERS. 16. Uma percepção do favor divino.
1. Seu valor.
2. Como perdê-lo.
3. Como conseguir renová-lo.
4. Como retê-lo.
A melhor recompensa do servo celestial.
VERS. 16 (última cláusula). Uma oração pelos santos em todos os estágios. Observe seu objeto: salva-me; e sua petição: Por teu amor leal. Cabe bem para os penitentes, os doentes, os que duvidam, os tentados, o crente avançado, o santo moribundo.


VERS. 17. A vergonha e o silêncio dos maus na eternidade. O silêncio do túmulo, sua grave eloqüência.


VERS. 19. Um sermão de Spurgeon: "David's Holy Wonder at the Lord's Great Goodness" (A admiração santa de Davi diante da grande bondade do Senhor).


VERS. 20. O crente preservado dos escárnios de arrogância por uma percepção da presença divina, e guardado da amargura da difamação pela glória do rei a quem serve.


VERS. 21. Eventos memoráveis da vida a serem observados, registrados, meditados, repetidos, tornados assunto de gratidão e base de confiança.


VERS. 22. Incredulidade confessada e fidelidade adorada. O mal que fazem as falas precipitadas.


VERS. 23. Uma exortação para que se ame o Senhor.
1. A matéria em si, amem o Senhor.
2. A quem se dirige, a todos vocês os seus santos.
3. Por quem é dito.
4. Com que argumentos é sustentado, pois o Senhor preserva.


VERS. 24. Coragem santa. Suas excelências, dificuldades, encorajamentos e triunfos.