SALMO 4


TÍTULO
Parece que a intenção era que este salmo acompanhasse o terceiro e formasse um par com ele. Se o último pode ser chamado O SALMO DA MANHÃ, este, pelo seu conteúdo, igualmente merece o título de O SALMO DO ENTARDECER. Possam as palavras especiais do oitavo versículo ser a doce canção do repouso ao nos recolhermos!


"Assim, com as idéias compostas, tranqüilas,
Entrego-me ao sono que dás.
Tua mão bem seguros conserva meus dias
E ao sono me entrego em paz."


O título inspirado é o seguinte: "Ao mestre da música. Com instrumentos de cordas. Salmo davídico". O mestre da música era o diretor da música sagrada do santuário. Com respeito a essa pessoa leia cuidadosamente 1Crônicas 6.31, 32; 15.16-22; 25.1,7. Nessas passagens, o amante da música sacra encontrará muita coisa interessante e que explicará qual era a maneira de louvar Deus no templo. Alguns dos títulos dos salmos, sem dúvida vêm dos nomes de certos cantores célebres, que compuseram a música com a qual eram cantados.


Com instrumentos de cordas, ou instrumentos de mão, que eram tocados somente com as mãos, como harpas e címbalos. A alegria da igreja judaica era tão grande que precisava de música para expressar os sentimentos de deleite de suas almas. Nossa alegria santa não é menos transbordante por preferirmos expressá-la de maneira mais espiritual, como convém a uma dispensação espiritual. Aludindo a esses instrumentos tocados com a mão, Nazianzo diz: "Senhor, eu sou um instrumento para tu tocares". Abramo-nos ao toque do Espírito, e assim faremos melodia. Possamos ser cheios de fé e amor, e seremos instrumentos de música vivos.


Hawker diz: "A Septuaginta lê a palavra que temos em nossa tradução como mestre da música Lamenetz, em vez de Lamenetzoth, do qual o sentido é até o fim. Foi de onde os pais gregos e latinos imaginaram que todos os salmos que levam essa inscrição se referem ao Messias, o grande fim. Nesse caso, este salmo é dirigido a Cristo; e bem pode ser esse o caso, porque é todo sobre Cristo, e falado por Cristo, e diz respeito somente ao seu povo como sendo um com Cristo. O Senhor, o Espírito, permita que o leitor entenda isso e, assim, ele o descobrirá ser muito abençoado.


DIVISÃO
No primeiro versículo, Davi roga a Deus por auxílio. No segundo, discute com seus inimigos e continua a lhes dirigir a palavra até o final do versículo 5. Então, do versículo 6 ao final, ele contrasta belamente sua própria satisfação e segurança com a inquietação dos ímpios nas melhores condições em que estejam. O salmo muito provavelmente foi escrito na mesma ocasião do anterior, e é outra flor rara do jardim da aflição. Para nossa felicidade é que Davi foi testado, ou então, provavelmente, nunca teríamos ouvido esses doces sonetos da fé.


DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Fornece farto material para um sermão sobre misericórdias passadas como súplica para ajuda presente. A primeira sentença mostra que crentes desejam, esperam e crêem num Deus que ouve a oração. O título - Deus da minha justiça - é uma idéia para um texto, e a última sentença poderá sugerir um sermão sobre "Até o melhor dos santos ainda precisa apelar à misericórdia e graça soberana de Deus".


VERS. 2. A depravação do homem como demonstrada:
1. por continuar a desprezar Cristo;
2. por amar a vaidade no seu coração; e
3. buscar mentiras em sua vida cotidiana.
VERS. 2. Até onde vai o pecado do pecador. "Quanto tempo?" Pode ser limitado por arrependimento, será por morte, contudo continuará na eternidade.


VERS. 3. A eleição. Seus aspectos para com Deus, os nossos inimigos e nós mesmos.
VERS. 3. "O Senhor ouvirá quando eu o invocar". Respostas à oração são certas para pessoas especiais. Note bem aqueles que podem receber o favor.
VERS. 3. O gracioso separador. Quem é ele? Quem o separou? Com que finalidade? Como fazer com que as pessoas saibam?


VERS. 4. O pecador é instruído a se reexaminar, para que possa se convencer de pecado ( Andrew Fuller, 1754-1815).
VERS. 4. "Aquietem-se". Um conselho - bom e prático, mas difícil de seguir. Há momentos em que são oportunos. Graças são necessárias para que a pessoa consiga aquietar-se. Os resultados da tranqüilidade. As pessoas que mais precisam deste conselho. Exemplos de sua prática; aqui há muito material para um sermão.


VERS. 6. A natureza desses sacrifícios que se espera que o povo do Senhor ofereça (William Ford Vance, 1827).
VERS. 6. O grito do mundo e da igreja contrastados. Vox populi nem sempre é Vox Dei.
VERS. 6. Os apetites da alma são todos satisfeitos em Deus.


VERS. 6, 7. Uma certeza do amor do Salvador; a fonte de alegria sem comparação.
VERS. 7. As alegrias do crente.
1. A fonte delas, "Tu";
2. Seu tempo - mesmo agora - "Encheste";
3. Sua posição, "no meu coração";
4. Sua excelência, "alegria maior do que... (dos) que têm fartura de trigo e de vinho".
Outro tema excelente é sugerido: "A superioridade das alegrias da graça comparadas às alegrias da terra"; ou "Dois tipos de prosperidade - qual a mais desejável?"


VERS. 8. A paz e segurança de um homem bom (Joseph Lathrop, D.D., 1805).
VERS. 8. Um quarto para crentes, um cântico vespertino para cantar ali e um guarda para vigiar a porta.
VERS. 8. A boa noite do crente.


VERS. 2-8. Os meios que um crente deve utilizar para ganhar os incrédulos para Cristo.
1. Admoestação, versículo 2.
2. Instrução, versículo 3.
3. Exortação, versículos 4, 5.
4. Testemunho às bênçãos da verdadeira religião como nos vers. 6, 7.
5. Exemplificação daquele testemunho pela paz da fé, versículo 8.