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O centurião ou uma exortação aos virtuosos

"Chegando-se a Jesus, suplicaram-lhe com insistência:
'Este homem merece que lhe faças isso, porque ama a nossa nação,
porque ama a nossa nação e construiu a nossa sinagoga'.
Jesus foi com eles. Já estava perto da casa quando o centurião
mandou amigos dizerem a Jesus: 'Senhor, não te incomodes,
pois não mereço receber-te debaixo do meu teto. Por isso,
nem me considerei digno de ir ao teu encontro. Mas dize uma palavra,
e o meu servo será curado. Pois eu também sou homem sujeito a
autoridade, e com soldados sob o meu comando. Digo a um: Vá, e ele
vai; e a outro: Venha, e ele vem. Digo a meu servo: Faça isto, e ele faz.'
Ao ouvir isso, Jesus admirou-se dele e, voltando-se para a multidão
que o seguia, disse: 'Eu lhes digo que nem em Israel
encontrei tamanha fé'"? (Lucas 7.4-7).

Esse centurião, com certeza, tinha excelente reputação. Nele se harmonizam duas características de personalidade que não se encontram em tão graciosa harmonia. Conquistou a alta estima dos outros, mas a si mesmo tinha em baixa estima. Existem pessoas que não dão muito valor a si mesmas; e estão com toda a razão ao se sentirem assim, porque o mundo inteiro confirmaria a estimativa que elas têm da sua própria pequenez. Existem outras pessoas que se atribuem grandiosidade; mas quanto mais elas são conhecidas, tanto mais o mundo rirá e zombará delas. Não é incomum, tampouco, que os homens pensem coisas grandes de si mesmos, só porque o mundo os elogia ou lisonjeia; por isso, eles se vestem com as vestimentas da soberba e com a capa da vaidade, porque, por algum meio, conquistaram a boa opinião de outras pessoas, quer por merecimento, quer por fraude. Existem bem poucos que possuem a combinação harmoniosa e feliz descrita no texto. Os líderes religiosos dos judeus dizem a respeito do centurião que ele merece; mas ele diz a respeito de si mesmo: "Senhor, não mereço!" Eles o recomendam por ter edificado uma casa para Deus; mas ele acha que não merece receber Jesus debaixo do seu teto. Eles pleiteiam o merecimento dele; mas ele pleiteia seu próprio desmerecimento. Assim, ele apela ao poder de Cristo, à parte de qualquer coisa que sentisse dentro de si mesmo ou de qualquer conceito que tivesse de si mesmo. Quem dera possuíssemos em nós mesmos essa bendita combinação de características de personalidade; e assim merecermos o alto conceito do nosso próximo, à medida que seja possível conquistar mediante a integridade, pela retidão e pela decisão de caráter, e, ao mesmo tempo, pudermos caminhar humildemente com o nosso Deus!

Existem, então, três coisas a respeito das quais falarei, e que Deus as torne proveitosas! Primeiro: aqui há um caráter sublime; em segundo lugar: aqui há profunda humildade; e, em terceiro lugar, aqui há, apesar daquela profunda humildade, uma fé muito possante.

I. A começar, pois, aqui há, caros amigos, um caráter sublime: vamos apreciá-lo totalmente, e conceder a ele uma medida completa de recomendação.

Nós, ao pregarmos Jesus Cristo aos piores pecadores, às vezes chegamos a imaginar que alguns, que possuem moralidade e retidão, talvez se considerassem excluídos; não devem, porém, pensar assim, nem é justo que tirem semelhante inferência. Já ouvimos os sussurros secretos de alguns que disseram que quase desejariam terem sido mais devassos e dissolutos nos tempos antes de serem regenerados, a fim de que talvez passassem por um arrependimento mais profundo, e tivessem conhecido uma transformação mais palpável e completa, a fim de que nunca tivessem de duvidar do triunfo da graça na experiência deles. Chegamos a ouvir alguns até dizer: "Eu poderia ter desejado chafurdar na própria lama do pecado; não porque o amo - pelo contrário, o odeio -, mas porque, diante dessa hipótese, eu teria de ser resgatado de semelhante tipo de vida, a mudança seria tão manifesta e aparente, que eu nunca ousaria perguntar se era um homem transformado ou não. Sentiria essa transformação e a perceberia em todas as minhas atividades e nos convívios diários." Se alguma coisa que nós já dissemos, caros amigos, tiver leva-do vocês a esse engano, lastimamos o fato, porque nunca tivemos essa intenção. Embora queiramos escancarar tão bem os portões da misericórdia, que o maior blasfemo, o mais lascivo, e o mais devasso não fiquem sem esperança; apesar disso, nunca desejamos fechar esses portões na cara das pessoas que foram criadas de modo piedoso, pessoas estas que, mediante a providência divina e os freios aplicados pela educação, foram impedidas de cometerem os vícios mais grosseiros. Nosso pensamento, muito pelo contrário, é que se abríssemos bem os portões para os piores entrarem, certamente haveria espaço para os melhores entrarem; se a arca de Noé acolheu os impuros, certamente os puros não teriam medo de entrar. E Jesus Cristo era capaz de curar aqueles que, embora estivessem doentes, ainda não tinham progredido muito na doença. Além disso, um pouco de reflexão pode sugerir a vocês que o arrependimento dos crentes contritos não é regulamentado pela extensão dos seus crimes contra o que vocês chamam de código moral. Uma coisa é avaliar o pecado segundo sua torpeza aparente, e outra coisa diferente e infinitamente melhor é receber a iluminação dos olhos do entendimento para conseguir ver o pecado na sua infinita malignidade conforme aparece à luz da pureza e perfeição celestiais, luz esta que procede do trono de Deus, ou con-forme está refletida a partir do monte do Calvário, onde foi oferecido o sacrifício espantoso de Cristo. O quê! Você acha que o sepulcro caiado do coração de um fariseu é menos abominável para o onipotente do que a poluição aberta da vida de uma Madalena? Ou, quanto à questão de uma experiência religiosa, a lembrança de mil atos de devassidão produziria tamanho senso de contrição derretida, quanto à vista do Crucificado? Ó, meus amigos, quero lembrar-lhes as palavras de Jesus: "Quando ele [o Espírito da verdade] vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado, porque os homens não crêem em mim" (Jo16.8). Aquele único pecado da incredulidade é tamanha concentração de toda a iniquidade que pode pesar na balança mais do que os crimes de Sodoma e Gomorra, e os tornar mais desculpáveis no dia do juízo do que os homens de Cafarnaum, que viram as obras poderosas de Cristo, mais não se arrependeram. Aquele único pecado da incredulidade é tão hediondo que os gemidos de toda a criação não passariam de tristes suspiros para deplorá-lo; e rios de lágrimas seriam mero tributo fraco para lamentá-lo. No entanto, posto que erros realmente surgem, e mal-entendidos ocorrem, vamos falar algumas palavras a respeito de um caráter sublime, à vista dos homens.

A reputação por ter caráter sublime, entre seus semelhantes, pode ser conquistada em qualquer situação. O centurião era um soldado - uma profissão na vida não totalmente propícia para a excelência moral; embora tenha havido no exército alguns dos santos mais brilhantes que já viveram. Além disso, esse centurião era um soldado num país estrangeiro - não um lugar onde provavelmente conquistasse estima. Ele estava ali como um dos representantes de uma potência que conquistara a Judéia, e a tratara com grande crueldade; entretanto, a despeito dos preconceitos entre raças e nacionalidades, a generosidade da disposição desse homem, e a bondade da sua conduta tinham conquistado a estima dos outros. Além disso, sendo ele comandante de soldados, era natural que todo ato de violência lhe fosse atribuído. Tudo quanto fosse feito pelos seus cem homens seria colocado na conta do capitão, de modo que ele ficava em situação notavelmente difícil, mas, a despeito disso, os líderes religiosos disseram: "Ele é digno." Que ninguém entre vocês fique desesperado! Seja qual for a posição que vocês ocupem, vocês podem conquistar um caráter nobre. Podem servir a Deus na capacidade mais subalterna; podem compelir seus próprios inimigos a reconhecer a sua excelência; podem ficar em pé tão inculpáveis diante dos homens, e podem andar com tanta retidão diante de Deus, que aqueles que ficam de espreita para ver vocês tropeçarem podem morder os lábios de decepção por não terem uma única palavra para dizer contra vocês, a não ser que fosse sobre a religião do seu Deus e Rei. Que nenhum homem, onde quer que ele seja lançado - embora esteja cercado por aqueles que o tentam - fique desesperado, mormente se a graça de Deus esteja nele. Que ele ore, assim como Joabe, para que ache favor aos olhos do seu Mestre, e tenha certeza de recebê-lo.

Esse centurião deve ter sido um homem de valor autêntico. Não era apenas quieto e inofensivo, como o são alguns homens tão insípidos quanto inócuos. Embora um caráter sublime possa ser conquistado, essa conquista não pode ser feita sem o devido merecimento. Os homens não conseguem uma reputação de terem bom caráter entre seus semelhantes por meio da indolência e da apatia, nem por pretensão e conversa vazia. Ação! ação! é isso que o mundo quer; e existe mais verdade do que já sonhamos no aforismo do almirante Nelson: "A Inglaterra espera que todo homem cumpra o seu dever." Certamente, os ho-mens não falarão bem a respeito de você a não ser que você pratique o bem. Esse centurião era praticante do bem, pois diziam que ele era digno - o que significava que ele era justo nos seus tratos e generoso nos seus hábitos, senão, não o teriam considerado digno. Pareceria também que seu temperamento em particular e seu espírito público contribuíram para a estima de que gozava. Vocês notarão, nas circunstâncias que o colocam diante da nossa atenção, como seus sentimentos de ternura e sua intensa ansiedade foram exercitados em favor, não um filho, mas de um empregado, talvez mesmo um escravo! E depois, talvez achássemos suficiente dizer que o homem era muito valorizado pelo seu senhor; mas a expressão é de grande afeto, "a quem seu senhor estimava muito". Pode ser subentendida a fidelidade do empregado, mas é a amabilidade do senhor que se destaca e que, principalmente, atrai a nossa atenção. Não devemos nos esquecer de que Mateus enfatiza o fato de o empregado estar "em casa" debaixo do teto do seu senhor. Sabemos que os romanos não eram notáveis pela bondade que demonstravam aos seus dependentes; frequentemente, estes eram apenas considerados escravos. Mesmo nos nossos, e em meio à nossa tão ufanada civilização, com a influência salutar que o cristianismo tem exercido em todos os nossos relacionamentos sociais, não é incomum uma empregada doméstica voltar para a casa dos pais em caso de enfermidade. Receio que nem todo homem bom entre nós evidencia ternura igual àquela do centurião no amor que ele tem pelo empregado, e o conforto que lhe providenciou em sua própria casa.

Além disso, vocês observarão a sua generosidade. Meus caros amigos, um caráter digno não é construído por atos ocasionais de aparência brilhante, mas pela prática habitual de virtudes agradáveis. Pode haver mil bondades escondidas debaixo da terra, assim como a raiz, com muitas fibras, de uma árvore gigantesca, quando é dito: "ele ama a nossa nação"; e então o fruto bem visível aparece no seu devido tempo: "ele construiu a nossa sinagoga". Esse exemplo de liberalidade é referido como mero suplemento. Os líderes religiosos dos judeus não disseram: "Ele ama a nossa nação" - porque - mas "ele ama a nossa nação e construiu a nossa sinagoga". Esta última era um sinal visível de inúmeros bons ofícios dele que já tinha conquistado a estima secreta deles, antes de essa estima desabrochar numa boa reputação. Ouvi falar de todos os tipos de homens serem louvados, e notei as qualidades que conquistam os aplausos da multidão. Até mesmo os soberbos e altaneiros têm algumas pessoas para louvá-los; mas nunca ouvi um homem avarento ser louvado, nem um homem perpetuamente culpado de mesquinhez. Sejam quais as virtudes que tal homem possua, se lhe faltar liberalidade, poucas pessoas (ou nenhuma) falarão bem dele. Quero recomendar ao cristão a liberalidade em todas as suas ações, e a benevolência em todos os seus pensamentos. Talvez isso soe como lugar-comum; mas estou convencido de que os pequenos truques comerciais, aqueles jeitinhos de evitar gastar tostões, aquelas negociatas habilidosas, são exatamente as coisas que estragam a boa reputação da religião. Seria infinitamente melhor que o cristão pagasse demais do que de menos. Seria melhor ser acusado de excesso de generosidade do que assumir o crédito de uma parcimônia rígida. Melhor ele ficar sendo, de vez em quando, "otário" de um vigarista, de que fechar sua entranhável compaixão contra seu próximo. Se eu fosse você, ó cristão, eu procuraria conquistar um caráter nobre. Não vejo como você possa fazer isso sem colocar a generosidade na balança e arrolá-la na lista das suas virtudes.

A reputação de ter um caráter sublime, quando é merecida, é muito útil. Estou dizendo isso porque alguns podem imaginar que, na pregação do evangelho, damos mais valor aos vis e aos ímpios do que àqueles que têm andado na retidão. Um bom caráter, quando é merecido, e uma boa reputação na estimativa dos homens, podem conquistar para nós, assim como granjeou para o referido centurião, pensamentos bondosos, palavras bondosas, ações bondosas, orações bondosas. Existem muitas pessoas que orarão em seu favor se o virem andar na retidão; sim, e até mesmo seu adversário, que em outras circunstâncias o teria amaldiçoado, verá que a maldição fica parada, temente, na língua dele. Embora ele gostasse de vituperar, ele fica com o hálito suspenso, envergonhado pelas suas excelências. Que o cristão se esforce para viver de tal maneira que nunca lhe falte um amigo. "Usem a riqueza deste mundo ímpio para ganhar amigos" (Lc 16.9), é um dos preceitos de Cristo. Se você precisar se agachar, adular servilmente, ou mentir, a fim de conquistar amigos, despreze semelhante comportamento; mas se, com retidão diante de Deus, você ainda pode harmonizar tamanha afeição, e tamanha generosidade para com os homens, a ponto de conquistar o apoio deles, peço que vocês assim façam. Poderá vir a hora em que a simpatia deles sirva para lhe colher uma boa amizade.

Mas, lembre-se (e aqui encerro este aspecto do argumento), por melhor que seja o seu caráter, ou por mais excelente que seja a sua reputação, nenhuma palavra disso deve chegar a ser mencionada diante do trono do Altíssimo. Jó podia dizer, ao conversar com os seus adversários: "Não sou ímpio;" podia se orgulhar as suas qualidades excelentes, conforme fez mesmo; mas, na presença de Deus, mudou totalmente de tom: "Agora os meus olhos te viram. Por isso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza" (Jó 42.5, 6). Ao comparecermos diante do Senhor, todos devemos comparecer como pecadores. Quando você está de joelhos, você não tem de que se ufanar mais do que o pior libertino, ou do que o homem que pecou contra as leis do seu país. Ali, aos pés da cruz, uma pessoa precisa do sangue purificador tanto quanto outra. Todos nós, igualmente, precisamos bater à porta da misericórdia, e precisamos ser alimentados pela mesma mão generosa. Não existem aqui graduações de distinção pessoal: entramos pela mesma porta; chegamos até o mesmo Salvador; e, finalmente - glória ao nome de Jesus! -, ficaremos sentados juntos no mesmo céu, quer tenhamos granjeado uma boa reputação, quer não; quer tenhamos entrado de gatinhas no céu, assim como aquele ladrão, na última hora, ou depois de quarenta e cinco anos de serviços públicos que mereceram os aplausos dos homens, conforme fez Cal Ebe, filho de Jefoné.

Nada posso, meu Senhor! Nada tenho a te ofertar!
Sou tão só um pecador, e teu amor venho suplicar (S.H. 408).

Esta deve ser a posição adotada pelos tipos diferentes de pessoas, e a confissão semelhante de ambos diante do Deus da misericórdia. E aqui termina nosso elogio ao caráter sublime do centurião, e a forte motivação para imitá-lo.

II. Em segundo lugar, vemos o centurião, em íntima harmonia com essa reputação sublime e nobre: a profunda humilhação de alma.  "Não mereço receber-te debaixo do meu teto."

A humildade, portanto, segundo parece, pode existir em qualquer condição de vida. Existem alguns homens que são demasiadamente vis para serem humildes. Vocês me entendem? São demasiadamente agachados, rastejantes, dissimulados e abjetos para serem humildes. Quando empregam palavras humildes, eles são uma vergonha para as palavras que empregam. Percebemos imediatamente que, para eles, serem humildes é mais uma promoção do que um rebaixamento. Como poderia ser diferente? Certamente não é apropriado que os piores parasitas que se arrastam pela terra falem em humildade. Forçosamente estão embaixo; esse é o lugar apropriado para eles. Tais são as criaturas que se agacham e que adulam - "Seja o que o senhor queira"; "Sim"; "Não"; no mesmo alento. Não têm dentro de si espírito suficiente para merecer a atenção de um gavião em busca de pardais. Já são pequenos demais para alguém notá-los, mas ainda dizem que são humildes. Mas, para alguém ser humilde, ela precisa ter uma alma; para se rebaixar, precisa estar numa posição alta da qual possa se rebaixar; você precisa possuir, dentro de si mesmo, alguma qualidade realmente excelente antes de você poder realmente entender o que é renunciar ao mérito. Se esse centurião tivesse sido um homem indigno, se lhe tivesse faltado generosidade, se tivesse sido um opressor, ele teria falado a pura verdade ao dizer: "Não mereço receber-te debaixo do meu teto"; mas teria havido nenhuma verdadeira humildade naquilo que dizia. Era por causa da sua excelência, conforme era reconhecida por outras pessoas, que ele podia ser humilde na modéstia do seu conceito de si mesmo. Ouvimos dizer a respeito de certo monge que, professando ser muito humilde, disse ter violado todos os mandamentos de Deus; disse ser o pior pecador no mundo, tão ruim como Judas. Alguém comentou: "Por que você nos conta tudo isso? Todos nós já pensávamos a respeito de você durante muito tempo!" Imediatamente, o religioso enrubesceu, bateu nesse acusador e perguntou o que ele já fizera para merecer semelhante comentário. Conhecemos algumas pessoas daquele tipo: empregam as palavras da humildade; parecem muito contritos; e talvez mesmo em reuniões de oração seriam considerados os mais meigos e quebrantados; mas se alguém aceitasse literalmente o que dizem, imediatamente explicariam que empregam a linguagem num sentido figurado, assim como fazem algumas personagens eclesiásticas; não queria dizer exatamente aquilo que se supunha que disseram mas, sim, algo bem diferente. Isso não é humildade; trata-se de um tipo de modéstia fingida que anseia pelos aplausos, e que apresenta palavras especiais como isca para atrair a aprovação. Nosso centurião era sinceramente humilde. Um homem pode ser assim, apesar de possuir a mais sublime excelência de personalidade, e de ocupar a posição mais eminente. Acredito, na minha alma, que nenhum homem já teve em si a humildade mais verdadeira do que João Knox, porém João Knox nunca se rebaixa, e nunca se encurva. Quando Lutero enfrentou os trovões do Vaticano, muitos disseram, sem a mínima dúvida, como Lutero era presunçoso, egoísta e orgulhoso; mas apesar disso, Deus sabia quão humildemente Martinho Lutero andava com ele. Quando Atanásio se colocou em pé, e disse: "Eu, Atanásio, contra o mundo," essas palavras soavam como se representassem orgulho, mas nelas havia humildade verdadeira e sadia diante de Deus, porque Atanásio parecia dizer: "Quem sou eu? Por não valer o suficiente para alguém tomar cuidado de mim, não emprego os subterfúgios da covardia em prol da minha própria segurança pessoal; o mundo pode fazer o que quiser comigo, posto que a verdade de Deus é infinitamente mais preciosa do que eu sou, e assim me dedico como oferenda no altar dessa verdade." A humildade genuína associa-se bem com o mais sublime cavalheirismo na defesa da verdade divina, e com a asseveração mais corajosa daquilo que a pessoa sabe, na sua consciência, ser a verdade. Embora os cristãos possam ser considerados orgulhosos, que o orgulho nunca seja o caso deles, que nunca seja passível de ser comprovado contra eles.

O centurião, por digno que fosse, não deixou de ser humilde; seus amigos e vizinhos descobriam como ele era com base no que ele falava. Ele lhes pediu que fossem até Jesus em favor dele, por ele não ser merecedor de ir; depois, ao verificar que eles pediram um favor grande demais, sai para impedi-los: "Não mereço recebê-lo debaixo do meu teto." Você não precisa contar às pessoas que é humilde. Você não tem motivos para propagar por aí que tem humildade genuína; que ela seja descoberta, assim como se revela a especiaria, através do seu perfume; ou assim como o fogo se revela ao queimar. Se você vive perto de Deus, e se a sua humildade é do tipo certo, ela não demorará em contar a sua própria história. Mas o lugar onde a humildade real-mente se expressa abertamente é diante do trono da graça. Amados, existem algumas coisas que confessaríamos a respeito de nós mesmos diante de Deus, mas que não confessaríamos diante dos homens. Existe uma atitude de prostração diante do trono do Altíssimo, que nunca será adotada por tanta graça e graciosidade quanto por aquele homem que desprezaria prostrar-se diante dos seus semelhantes. Não é humildade verdadeira aquele que dobra o joelho diante do trono do tirano; humildade verdadeira é aquela que, tendo enfrentado o tirano face a face, dobra os joelhos diante do Deus do céu: corajoso como leão diante dos homens, mas meigo como cordeiro diante do Senhor Deus. O homem verdadeiro, a quem Deus aprova, não se desviará, nem ousa se desviar, quando enfrenta os homens, por causa do amor que tem pelo seu Senhor soberano; mas quando ele está sozinho com seu Criador, cobre o rosto com algo melhor do que as asas dos anjos. Totalmente coberto pelo sangue e a justiça de Jesus Cristo, ele se regozija com temor e tremor porque agora está justificado de todas as coisas; no entanto, ele, consciente da total contaminação da sua própria natureza, e com profunda prostração da sua alma, faz sua a exclamação do leproso: "Imundo! Imundo! Imundo!" Assim fixa sua esperança naquele sangue purificador e depende exclusivamente da obediência meritória de Jesus, da qual depende exclusivamente todo crente santificado. Busquem, portanto, dentro das suas possibilidades, o caráter elevado que o cristão deve manter entre os homens; mas harmonizem sempre com ele a humildade que provém do Espírito de Deus, e que sempre nos é apropriada diante da presença do Senhor.

III. O alvo principal que estou mirando aqui, por ser ele, afinal das contas, o mais prático, é assunto deste meu terceiro argumento. Por mais profunda que seja a nossa humildade, por mais conscientes que estejamos da nossa própria falta de merecimento, nunca devemos diminuir a nossa fé em Deus.

Observem a confissão: "Não mereço receber-te debaixo do meu teto." Qual, então, será a inferência? "Receio, portanto, que meu servo não será curado"? Não, muito pelo contrário: "Mas dize uma palavra, e o meu servo será curado." É um erro total pensar que a grande fé envolve a soberba. Amados, quanto maior a fé, tanto mais profunda a humildade. A fé e a humildade são irmãs e não inimigas. Quanto mais as glórias de Deus aparecem diante dos seus olhos, tanto mais humildemente vocês ficarão em rebaixamento consciente, mas tanto mais alto voarão na oração importuna. Adotemos esse princípio e nos esforcemos para aplicá-lo a alguns casos. Digo que um senso profundo de sermos nada em nós mesmos não impede que tenhamos fé forte. Citaremos alguns exemplos.

Existe por aqui um ministro que estava pregando a Palavra de Deus e a proclamava de tal maneira que Deus se agradou em reconhecer essa pregação até certo ponto; mas é possível que esse ministro tenha provocado desavenças; que tenha sido a causa de tumulto e barulho, conforme um servo fiel de Deus pode causar até certa medida; e agora, comparecendo diante de Deus, está pedindo que uma bênção maior possa repousar nas suas labutas; mas algo refreia a língua desse ministro. Ele se lembra das suas fraquezas; recorda-se, talvez, de como ele é relapso nas suas devoções particulares e de como é frio quando pleiteia com os filhos dos homens. Tem diante de si a promessa: "Minha palavra não voltará a mim vazia"; mas, apesar disso, está tão consciente de não merecer a honra de ser útil, que fica com medo de orar como deveria e crer como deveria.

Posso aplicar diretamente a você, caro irmão, o caso do centurião? É certo para você, e é certo para mim, dizer: "Senhor, não sou digno de ser feito o pai espiritual de uma única alma imortal." É certo para mim sentir que é honra grande demais eu ser permitido a pregar mesmo um pouco da verdade, e coisa quase gloriosa demais para semelhante pecador ter alguma jóia para apresentar ao Redentor para este fixar na sua coroa; mas nem tudo isso nos faz pressupor que ele não cumprirá a promessa que nos fez e não atenderá a nossa oração: "Senhor, fala uma palavra, e por fraco que o instrumento seja, que a congregação seja abençoada; dize só uma palavra, e o testemunho maravilhoso, embora seja maculado com mil imperfeições, não deixará de ser 'viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes.'" Que isto sirva de consolo e ânimo para qualquer pastor desanimado; que ele se anime com isso, e aprenda que não deve confiar em si mesmo, mas que deve confiar em Deus; e que não deve depender do seu próprio braço, mas da promessa de Deus e do braço forte do Altíssimo. Ou será que estou falando diante de um irmão ou uma irmã que está com a mente perplexa de modo semelhante? Caro amigo, você, na sua vida particular, já colocou no seu coração alguns dos seus parentes e vizinhos que lhe são muito preciosos; ou, talvez, dê aulas na Escola Dominical, ou tenha uma classe maior de adultos, e às vezes Satanás está muito ativo contra você. Quanto mais útil você for para Cristo, tanto mais ativo Satanás será; e ele dirá a você: "Quem é você para ter a mínima esperança de ver conversões? Outros homens e mulheres fizeram conversões, mas eles eram melhores do que você; tinham mais talento; tinham mais capacidade; serviram a Deus de modo melhor; e Deus lhes deu um galardão maior. Você não deve ter a mínima esperança de ver os seus filhos salvos; você não pode ter essa expectativa. Como é que os ensinamentos por você administrados poderão chegar a ser úteis?" Amigo, você tem razão em dizer: "Senhor, não mereço receber-te debaixo do meu teto." Quanto mais você consegue sentir isso, tanto mais esperarei o seu sucesso. Você tem razão em achar que Davi não tem condições de enfrentar o gigante, e que as pedras tiradas do ribeirão não são armas apropriadas para semelhante guerra; mas, não transforme o certo em errado; e que esse não seja motivo para desconfiar do seu Deus. Não importa se você é muito bobo: já há muito tempo, Deus confundiu as coisas sábias por meio das estultas. Tenha esperança nele; e hoje à noite, nas suas orações, depois de você ter feito as confissões, não deixe a sua fé fraquejar, mas diga: "Senhor, dize uma palavra, e aqueles meninos e meninas, tão cabeçudos, com os quais falo sempre e que não parecem ter melhorado em nada, serão salvos." Meus amados cooperadores: tenham fé em Deus! O resultado de tudo (sempre dentro da soberania de Deus) deve depender da fé de vocês. Se tiverem fé para pouco sucesso, será pouco o sucesso que terão; mas se puderem ter fé para grandes coisas, e esperarem grandes coisas, certamente descobrirão que as palavras do seu Mestre cumprirão o seu desejo. Será que agora, também, estou falando diante de pais presentes que estavam orando em favor dos seus filhos? Ou de um marido que estava pleiteando em favor da esposa? Ou de uma esposa que estava fazendo intercessão em favor do marido? Somente Deus sabe quais orações, de partir o coração, são ouvidas nas famílias, nas quais apenas alguns membros são salvos! Ah, que mágoa é para um pai realmente piedoso ver que seus filhos e suas filhas ainda são herdeiros da ira! E que dor é saber que o parceiro do seu leito nupcial se separará de você, para toda a eternidade, pelo golpe da morte! Não me maravilho que vocês orem pelos seus amigos. Com certeza, eu estranharia se não orassem por eles. E agora, recentemente, quando vocês estavam orando, a consciência da sua própria falta de merecimento quase os fez cessar; e embora, talvez, não tenha havido em vocês nenhum pecado público, embora vocês pudessem ter se defendido diante de outras pessoas, vocês têm dito em particular: "Senhor, não mereço essa bênção." Vocês têm dito: "Senhor, meus filhos não são salvos, porque o meu exemplo não é tão bom como deveria ser; minha conversa não é tão reta quanto deveria ser." Vocês têm sentido, assim como eu também já senti às vezes, que não houve criatura no mundo inteiro tão mesquinha, e nenhum homem amado por Deus, no mundo inteiro, que é tão grande monstro de ingratidão quanto você. Digo que é correto que você pense dessa forma, mas não deixe que isso impeça as suas orações; apresente o seu pedido; dependa do sangue de Cristo para fazer sua petição, e da intercessão de Cristo para você ser atendido na sua súplica. Não tenha medo.

Uma mão suja coloca uma carta no correio, mas a sujeira da mão não impede que a carta seja encaminhada ao seu destino; há um selo na carta, e ela será despachada. E a sua mão trêmula deixa cair uma oração diante dos pés de Jesus, mas o titubear da mão não impedirá que a oração seja atendida, pois esta é selada pelo sangue do Senhor Jesus. Talvez a letra da carta fique borrada e contenha erros de ortografia, bem como muitas manchas por toda a parte; mas não tenham medo, pois Deus conhece a assinatura do seu Filho, assinatura esta que validará as suas orações. É a assinatura no sangue de Jesus, cuja mão foi pregada na cruz, que será eficaz com Deus. Por isso, peço a você que não ceda lugar ao medo, pois suas orações voltarão para você com uma resposta que lhe trará a paz.

Alguém diz: "Mas, veja bem, já orei durante tanto tempo." Ah, irmão, não "limite o Santo de Israel" (Sl 78.41 - AV). Irmã, não deixe suas dúvidas prevalecerem. Renove seus apelos a Jesus: "Dize uma palavra: dize uma única palavra." Se ele falar, tudo já estará feito. As trevas fugiram diante dele no caos primevo, e a ordem se seguiu após a confusão. Você acha, se ele disser "Haja luz", para um coração em trevas, que ali não haverá luz? Os anjos voam quando Jesus ordena; diante da sua presença, as rochas e as colinas se derretem; o Sinai está totalmente enfumaçado; e quando Jesus surgir, usando as vestes da salvação, não haverá impossibilidades para ele. Ele pode vencer e conquistar, segundo o melhor que o coração que você possa desejar. Por isso, seja humilde, mas não seja incrédulo.

Agora, falaremos desse texto de outra maneira. Quanto a vocês, meus amigos, quais são as misericórdias que desejam? Se cada pessoa aqui presente pudesse anotar num papel sua própria oração particular, que variedade teríamos nesse papel depois de ele circular apenas na fileira da frente! Se circulasse entre todas as pessoas, não seria como o rolo de Jeremias, escrito dentro e fora com lamentações, mas ficaria cheio, dentro e fora, com várias petições. Mas agora, vocês só precisam imaginar qual é o seu próprio caso, e qual é o caso das outras pessoas, para aplicarmos a ele o seguinte princípio: somos totalmente indignos para obter a misericórdia temporal ou espiritual que, conforme o caso, estejamos buscando; podemos sentir nossa própria indignidade, mas, ao pedir alguma coisa para nós mesmos, não devemos deixar de pedir com fé em Deus, na sua promessa e na sua graça; e prevaleceremos. Esse princípio bendito pode ser aplicado a todos os tipos de usos. Seja qual for o seu desejo, creia somente, e se esse desejo estiver de acordo com a vontade de Deus e com as promessas da sua Palavra, será concedido a você; se não fosse assim, a Palavra de Deus não seria verdade. Seja humilde a esse respeito, mas não duvide. O exemplo que estou enxergando na vista da minha mente é o seguinte: neste dia, temos conosco uma alma que não está salva. Trata-se de uma pessoa cujo caráter moral foi admirável. Ninguém acha em você a mínima falta; e, conforme já falei, você quase deseja que alguém consiga achar uma falta; pois você não consegue sentir, como alguns sentem, os terrores do Senhor. O seu coração não está quebrantado com a convicção do pecado, como alguns, mas pelo menos há nele este desejo: "Senhor, salva-me, senão pereço!" Pois bem, meu caro amigo, para você é bom ter a convicção de nada haver em você para recomendá-lo a Cristo. Estou contente porque você sente isso. Embora, diante dos olhos dos homens, e até mesmo dos seus próprios pais, nada haja que possa levá-lo a enrubescer, você sente que, diante de Deus, não tem nada de que se ufanar, e eu estou contente por disso também. Imagino que vejo você agora; você está dizendo: "Quanto à minha frequência na igreja ou na capela, não confio nela; eu não abriria mão de frequentar os meios da graça, mas, senhor, não coloco minha confiança em tudo isso. Quanto ao meu batismo, ou à minha confirmação, ou ao sacramento que tomo, sei que tudo isso não contém o que pode salvar a minha alma; e embora eu ame as ordenanças de Deus, não posso confiar nelas. Senhor, alimentei os pobres; ensinei os ignorantes. Dentro das minhas possibilidades, faria toda e qualquer coisa para socorrer as pessoas que precisam da minha ajuda; mas renuncio solenemente a tudo isso como base de confiança. Nada tenho de que me gloriar." Pois bem, caro amigo, só falta uma coisa para lhe conceder paz perfeita neste momento; e que o Mestre lhe conceda essa única coisa! Levante a ele essa oração: "Dize uma palavra, e eu serei curado." Cristo pode fazer isso; ele já ofereceu o sacrifício; o sangue precioso já foi derramado - nele, há eficácia todo-poderosa: Cristo pode remover o pecado de você. Cristo vive para interceder diante do trono, e "ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus" (Hb 7.25). Não duvide, portanto, mas agora, confiando-se a Jesus Cristo, lembre-se que você está salvo. Neste momento, não estou lidando com os mais vis entre os vis. Muitas vezes, já declaramos, que ninguém é excluído da salvação, a não ser aqueles que se excluem. Nenhum monte de pecados e nenhum cúmulo de vileza podem excluir do céu um homem se ele crê em Jesus; mas, neste exato momento, estou procurando alcançar você pessoalmente. Sei que você pertence a uma classe numerosa. Vocês são, em alguns aspectos, nossos amigos queridos; e, embora não sejam nossos membros, vocês ficam adejando ao nosso redor. Quando surge alguma coisa para ser feita na causa de Deus, vocês são, talvez, os primeiros a se oferecer; no entanto, não estão salvos. Não consigo suportar a idéia de vocês serem lançados fora - de, apesar de terem chegado tão perto das portas do céu, acabarem sendo excluídos. Por que deve ser assim? A voz fala com você agora; o Espírito do Deus vivo fala através dessa voz. Existe, num só olhar, vida para você, e não somente para o principal dos pecadores. Sem as fortes convicções, sem os terrores de consciência, sem um senso de quaisquer crimes graves, você é salvo se confiar em Jesus. Nenhum montante de pecado é especificado nesse assunto da salvação pela fé em Cristo. Você já está perdido na queda - totalmente perdido, mesmo que não tivesse nenhum pecado especificamente seu; mas seu próprio pecado literal o arruinou irrecuperavelmente, à parte da graça de Cristo. Você sabe disso, e, até certo ponto, sente isso. Você sentirá ainda mais consciência disso depois de ter crido em Jesus. Mas agora, a única mensagem da misericórdia é: "Creia e você viverá." Estou achando que não consigo alcançar você. Minha alma não está transmitindo a mensagem tanto quanto eu desejaria, porém você sabe que estou falando de você e do seu caso. Quando atiramos contra o pecado, quase nunca atingimos você. Você se acostumou tanto aos nossos apelos, que parece não haver probabilidade de alcançá-lo. Oh, existem alguns entre vocês que eu não gostaria de criticar, mesmo que pudesse achar algum defeito. Você alegra a sua mãe com a sua aplicação no serviço; faz o coração da sua irmã regozijarse com suas muitas virtudes; porém, há uma só coisa que lhe falta. Lembre-se de que, quando a resistência de uma corrente deve ser medida, a medição é feita no seu elo mais fraco. Se você tiver esse único elo fraco, a união vital será rompida. Você pode ter toda e qualquer outra coisa, mas será apenas filho natural, e não um filho vivo.

Estou somente repetindo, muitas e muitas vezes, verdades que vocês já conhecem há muitos anos. Vocês não disputarão essas coisas; e às vezes pensam com seriedade no seu destino eterno, embora, assim como tantas outras pessoas, vocês estão adiando cada vez mais. Mas a morte não vai ser adiada; o dia do juízo não será adiado. Que vocês sejam trazidos agora para Cristo! Que igreja feliz seria a nossa se vocês fossem trazidos para cá! Regozijamo-nos por causa do principal dos pecadores; fazemos esse local retinir de júbilo quando os pródigos entram; mas você, irmão mais velho, por que você não quer entrar - você, que não ficou parado durante o dia inteiro à toa, na praça, mas somente na primeira hora; não diga que ninguém o chamou. Oh, entre, para que a casa da misericórdia fique cheia! Que Deus conceda o desejo do nosso coração, e ao seu nome seja dado o louvor! Amém e amém.