50. JESUS ESTÁ EM NOSSAS REUNIÕES

Celebrava-se a festa da Dedicação, em Jerusalém. Era inverno, Jesus estava no templo, caminhando pelo Pórtico de Salomão (João 10.22-23).


A presença de Jesus traz:

- O lugar: "em Jerusalém, no templo."

- A parte exata dele: "O pórtico de Salomão."

- O tempo - a estação - a data exata: "era inverno."

- O que acontecia: "era a festa da dedicação."

A principal característica em toda a história, e em todos os eventos de uma vida particular, é a presença ou ausência de Jesus.

Na ocasião mencionada, o Senhor Jesus caminhava abertamente entre o povo. Nós desejamos grandemente sua presença espiritual agora.

 

I. ELE ESTARÁ AQUI? ELE ESTARÁ EM NOSSA REUNIÃO?

O lugar pode ser uma Jerusalém até real, mas ele estará lá? Nosso lugar de reunião pode ser um templo; mas ele estará lá? Pode ser um dia importante, mas estará o Senhor conosco? Pode ser frio e invernal, mas que importância tem se ele estiver lá? Nossa única interrogação ansiosa é sobre sua presença, e sentimo-nos certos de que ele virá porque:

1. Nós o convidamos, e ele não recusará os seus amigos.

2. Nós estamos preparados para ele. Estamos aguardando para dar-lhe as boas-vindas.

3. Temos muita necessidade dele, e ele é cheio de compaixão.

4. Temos alguns de seus irmãos aqui entre nós, e estes o trazem junto com eles: de fato, ele está neles.

5. Temos aqui aqueles que ele está procurando. Ele busca ovelhas perdidas, e há algumas delas aqui.

6. Ele prometeu vir (Mt 18.20).

7. Alguns declaram que já o viram. E por que outros de nós não devemos gozar do mesmo privilégio?

 

II. ELE PERMANECERÁ? SIM, ELE FICARÁ:

1. Se valorizarmos a sua companhia e sentirmos que não podemos viver sem ela. Precisamos por meio de oração sincera constrangê-lo a ficar conosco (Lc 24.29).

2. Se amarmos a sua verdade e tivermos prazer em torná-la conhecida.

3. Se obedecermos a sua vontade e caminharmos em sinceridade e santidade.

4. Se formos diligentes no serviço e culto que prestamos.

5. Se formos unidos no amor a ele, uns aos outros e para com pobres pecadores.

6. Se formos humildemente reverentes e nos sentarmos aos seus pés em confissão humilde. Aos orgulhosos ele nunca favorecerá.

7. Se formos cuidadosamente vigilantes.

 

III. O QUE ELE FARÁ SE VIER?

1. Ele caminhará entre nós e observará o que estivermos fazendo, assim como ele notava aqueles que iam ao templo em Jerusalém.

2. Ele ficará triste com a condição espiritual de muitos, assim como lastimava a ruína de Jerusalém.

3. Ele aguardará para dar audiência a qualquer um que deseje falar com ele.

4. Ele ensinará pelo seu servo; e sua palavra, quer recebida ou rejeitada, será dada com grande autoridade e poder.

5. Ele, nesse dia, explicará para nós o templo em si, sendo ele mesmo a sua chave. Pense em Jesus, que é o templo de Deus (Ap 21.22) no templo, e então compreenda, pela luz de sua presença:

- O templo (Hb 9.11; Ap 15.5).

- Seu altar (Hb 8.10, Ap 8.3).

- O sacrifício (Hb 9.28; 1Co 5.7).

- Os pães da proposição (Hb 9.2).

- O véu (Hb 10.20).

- A arca e o propiciatório (Hb 9.4-5; Ap 10.19).

- O sacerdote (Hb 10.12).

6. Ele ao seu próprio povo revelará seu amor, como certa vez brilhava a luz do Senhor acima do propiciatório.

7. Ele nos levará para onde ele sempre anda, mas onde não há inverno: para a Nova Jerusalém, ao templo, a um edifício mais lindo do que o alpendre de Salomão (Ap 21.10-11).

 

EXPOSITIVO

O que aqui é chamado o "Pórtico de Salomão" era, mais exatamente, não um alpendre no sentido que damos à palavra, mas uma das grandes colunatas abertas que cercavam os pátios.

Todo o comprimento dos quatro lados do pátio externo era de mil duzentos e sete metros. O lado leste era o Pórtico de Salomão - uma vasta galeria de colunas em filas duplas. Cada coluna, de 10,668 metros, consistia de uma só peça de mármore branco. O telhado consistia de painéis de madeira de cedro. A vista, entre as colunas, para o leste e para fora, se estendia pelo vale até o Monte das Oliveiras. A visão para dentro dava no próprio alpendre, cheio de árvores, e onde na época de festival havia multidões.

Há muita solenidade em contemplar Jesus enquanto "caminhava" entre os pilares dessa famosa colunata, e é interessante comparar essa passagem da vida de Jesus com uma muito anterior registrada pelo mesmo evangelista. Nós lemos, naquele primeiro capítulo do Evangelho de João, que Jesus estava "caminhando" - em solidão pelas margens do Jordão, enquanto João o Batista e dois dos discípulos dele o contemplavam. Naquele dia, talvez, o Senhor estava meditando em sua grande missão, no início de sua obra, e no chamar dos primeiros discípulos que aconteceu rapidamente naquele lugar. Agora, quem sabe, ele meditava na realização de sua obra, na destruição de Jerusalém e do templo judaico e no destino do povo judeu. A impressão sobre a mente é muito séria quando pensamos em Jesus, em qualquer dessas duas ocasiões, caminhando em silêncio, ou às margens do rio historicamente famoso, ou na colunata do templo, que, de um outro modo, é igualmente famoso nos anais sagrados (Howson em Thoughts for Saints' Days").

Os maometanos têm um ditado que diz que toda vez que duas pessoas se encontram, há sempre um terceiro. O provérbio faz referência à presença de Deus (Professor Hoge).

Assim como o sol está tão pronto a derramar seu brilho sobre a margarida numa praça de vila como sobre os vetustos carvalhos em Windsor Park, assim Cristo está tão disposto a visitar o coração dos mais pobres e fracos como dos mais ricos e nobres da terra (Handbook of Illustrations).

Quando Cristo diz "Eu estarei contigo", você pode acrescentar o que queira --para protegê-lo, para dirigi-lo, para consolá-lo, para continuar a obra da graça em você e no fim coroá-lo com imortalidade e glória. Tudo isso e mais ainda está incluído na preciosa promessa (John Trapp).