46. FÉ FRACA APELANDO A UM SALVADOR FORTE

"E imediatamente o pai do menino exclamou [com lágrimas], "Eu creio, Senhor. Ajuda-me em minha falta de fé" (Marcos 9.24).

 

Aqui estava um homem plenamente despertado para a ansiedade, a oração e o uso de meios, e, mesmo assim, seu desejo não lhe foi concedido imediatamente.

Igualmente, muitos estão sendo sinceros sobre suas almas, contudo, não encontram imediatamente a salvação consciente.

Isso os leva a tristeza ainda mais profunda.

Talvez o caso deste pai pode ajudá-los a compreender o seu próprio.

O filho dele não foi curado, e até parecia estar pior do que nunca.

No entanto, o caso chegou a um final feliz através do poder de nossoSenhor Jesus Cristo.

Vamos observar o caso cuidadosamente:

 

I. A DIFICULDADE SUSPEITADA.

1. O pai pode ter pensado que a dificuldade estava com os discípulos.

- Contudo, sozinhos eles nunca poderiam ter feito nada. -Tivesse seu Senhor estado com eles, eles podiam ter feito tudo.

- A principal dificuldade não estava com os discípulos, embora em parte fosse isso.

2. É provável que ele tenha pensado que o caso em si era quase impossível. A doença era:

- Tão espasmódica e misteriosa.

- Tão terrivelmente violenta e repentina em seus ataques.

- Tão profunda e de tão longa continuidade.

- Tão perto de destruir totalmente a vida.

3. Ele quase sugeriu que a dificuldade pudesse estar com o Mestre. "Se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos."

- "Se tu podes". Tivesse ele visto a transfiguração, teria sentido o poder e a glória do Senhor.

- "Tem compaixão". Pudesse ele ter lido o coração do Senhor, teria sentido certeza de que a compaixão do Salvador já estava despertada. Fique certo, ó coração ansioso, de que a dificuldade do seu caso está somente em sua falta de fé!

 

II. A DESCOBERTA LACRIMOSA.

Ele disse com lágrimas: "Senhor, eu creio. Ajuda tu a minha falta de fé." O Senhor Jesus repudiou a insinuação de que havia qualquer dúvida quanto ao poder dele, e jogou o "se" de volta ao pai com "Se podes crer!" E então:

1. A pequena fé do homem revelou sua falta de fé.

2. Ele ficou estressado e alarmado à vista de sua própria descrença.

3. Ele voltou seus pensamentos e orações nesta direção. Agora não era tanto "Ajuda minha criança", como "Ajuda a minha descrença."

4. Ele ficou profundamente sensibilizado do pecado e perigo da descrença.

Olhemos na mesma direção e veremos que descrença é uma coisa alarmante e criminosa; pois ela duvida:

- Do poder da onipotência.

- Do valor da promessa de Deus.

- Da eficácia do sangue de Cristo.

- Da prevalência de seu pedido.

- Da onipotência do Espírito.

- Da verdade do evangelho.
De fato, falta de fé rouba Deus de sua glória de todos os modos e, portanto, não pode receber uma bênção do Senhor (Hb 11.6).

 

III. O APELO INTELIGENTE.

"Senhor, eu creio; ajuda tu a minha incredulidade." Em sua grande perplexidade ele clama a Jesus somente:

1. Na base de fé--"Senhor, eu creio."

2. Com confissão de pecado--"minha falta de fé".

3. Àquele que sabe como ajudar nesta matéria--"Ajuda, Senhor."

4. Àquele que é ele próprio o melhor remédio para a falta de fé--"Ajuda tu." Descrença é vencida quando voamos a Jesus, e consideramos:

- A majestade de sua natureza divina.

- A ternura de sua humanidade.

- A graciosidade de suas posições.

- A grandeza de sua expiação.

- O glorioso objetivo de sua obra.
Venha a Jesus com qualquer caso, e em todos os casos.
Venha com sua fé pequena e com sua grande falta de fé, pois nesta matéria também ele pode ajudar como ninguém mais.

AJUDAS

Não há nenhum pecado que não pode ser traçado de volta à descrença (Mason).

"Senhor, eu creio". Este ato dele, em colocar abertamente sua fé para crer como podia, foi o caminho para crer como queria (Trapp).

Um moço, no século XVII, estando em profunda aflição mental, procurou o dr. Goodwin para se aconselhar e se consolar. Depois que expôs diante dele a longa e negra lista de pecados que perturbavam sua consciência, o doutor lhe fez lembrar que ainda havia um mais escuro, ao qual ele não havia dado nome. "Qual pode ser esse, senhor?", ele perguntou desanimado. "O pecado", respondeu o doutor, "ao qual me refiro é o de recusar crer em Cristo Jesus como Salvador." A palavra simples baniu os temores ansiosos do rapaz ansioso.

Era uma vez uma boa senhora conhecida entre seu círculo pela sua fé simples e sua grande calma em meio às tribulações. Outra mulher, morando a certa distância, ouvindo falar dela, disse: "Eu preciso ir ver aquela mulher e aprender o segredo de sua vida santa, feliz." Ela foi, e interpelando a mulher, disse: "A senhora é a mulher com a grande fé?" "Não", respondeu ela, "eu não sou a mulher com a grande fé; mas eu sou a mulher com uma pequena fé no grande Deus."

Um amigo queixou-se a Gotthold da fraqueza de sua fé e da aflição que isso lhe dava. Gotthold apontou para uma trepadeira, que havia se torcido em volta de uma vara e estava pendurada carregada de lindos cachos, e disse: "É fraca aquela planta, mas que mal resultou de sua fraqueza, especialmente pelo Criador ter se agradado em fazê-la o que ela é? Tão pouco assim prejudicará sua fé que ela seja fraca, contanto que ela seja sincera e não fingida. A fé é obra de Deus, e ele a dá na medida que ele quer e que julga certa. Deixe a medida dela que ele lhe deu ser por você julgada suficiente. Tome por vara e apoio a cruz do Salvador e a palavra de Deus, cresça em volta desses com todo o poder que Deus concede. Um coração sensível à sua fraqueza, e que se prostra continuamente aos pés da misericórdia divina, é mais aceitável do que aquele que confia demais na força de sua fé, e cai em segurança própria e orgulho falso. Você pode supor que a mulher pecadora, que se prostrou aos pés do Senhor, foi menos aprovada do que o inflado e orgulhoso fariseu?" (Christian Scriver).