Capítulo 5
OS QUATROS GRANDES PREPARATIVOS PARA NOSSO DESCANSO
Assim, ao abrir uma janela na direção do templo, permitindo um breve vislumbre dos fundos desse descanso dos santos que vi no espelho do evangelho, vimos a seguir as abençoadas características desse descanso. [...] E, por essa razão, amados cristãos, descobrimos "um novo e vivo caminho" (Hb 10.20), consagrado para nós por meio do véu; o corpo de Cristo por meio do qual podemos entrar de forma ousada no Lugar Santíssimo; o sangue de Cristo por meio do qual chegarei mais perto com a mais plena confiança; e descobrir que a espada flamejante foi removida e, assim, poderemos mais uma vez ver o paraíso de nosso Deus. [...] Para vocês, cristãos, preparou-se esse manjar, despejou-se esse vinho, abriu-se essa fonte! [...]
Consideremos as grandes preparações, aquela notável introdução para esse descanso; pois o pórtico desse templo é supremamente grandioso, e a porta dele chama-se Formosa; e aqui essas quatro coisas oferecem-se a si mesmas como os quatro cantos desse pórtico.
I A gloriosa vinda e manifestação do Filho de Deus. Que a vinda de Cristo seja bem estimada na glória de seu povo. [...] Ele santificou-se a si mesmo em sua missão em favor de seu povo, por quem ele veio a este mundo, sofreu, morreu, ressuscitou e ascendeu aos céus; e por quem ele retornará.. [...] A partida do noivo não se deu por causa de divórcio, e ele não nos deixou com o propósito de não mais retornar; ele deixou garantias suficientes para nos assegurar disso. [...] Recebemos, com freqüência, pequenos indícios de seu amor, os quais servem para nos mostrar que ele não se esqueceu nem de sua promessa nem de nós. Nós observamos os precursores dessa vinda, profetizada por ele mesmo, acontecer todos os dias. Vemos a figueira estender seus galhos e, portanto, sabemos que o verão se aproxima. Vemos os campos brancos, prontos para a colheita. Que os santos levantem sua cabeça, pois sua redenção se aproxima. Por Deus, companheiros cristãos, o que devemos fazer, se nos-so Senhor não retornar? [...] Ele apenas nos comprou por um alto preço para depois nos jogar fora, abandonando-nos ao pecado, ao sofrimento, aos lamentos, à morte diária para não mais retornar para nós? Isso não acontecerá; jamais tema isso, pois não pode ser assim. Isso se assemelha à forma indelicada como tratamos a Cristo, pois, quando nos sentimos abrigados e confortáveis neste mundo, não nos importamos em chegar até ele; mas essa não é a forma como Cristo nos trata. Aquele que veio para sofrer certamente virá para triunfar; e aquele que veio para nos comprar certamente virá para tomar posse daquilo que é seu. [...] Cristãos, Cristo fez-nos renunciar ao mundo todo e ser esquecido pelo mundo todo; a odiar tudo e ser odiado por todos; e tudo isso por ele, para que possamos ter a ele, em vez de todo o resto; e, depois disso tudo, ele mesmo, assim pensa você, esquecerá de nós e renunciará a nós? Que esse pensamento fique bem distante de nosso coração. Mas por que ele não ficou com seu povo já que estava aqui? Por quê? O Consolador não deveria ser enviado? A missão na terra não estava completa? Ele não deveria receber a recompensa e entrar em sua glória? Ele não deveria tomar posse em nosso favor? Ele não deveria preparar um lugar para nós? Ele não deveria interceder junto ao Pai, e pedir em nome de seus sofrimentos, e ser cheio do Espírito para dar e receber autoridade, e subjugar seus inimigos? Nossa permanência aqui é breve e, se ele tivesse ficado na terra, o que representaria para nós desfrutar dele alguns dias e depois morrer? Mas ele habitará em meio a muitos santos e justos de muitas gerações aperfeiçoados ali. Ademais, ele quer que vivamos pela fé, não pela visão. Ó companheiros cristãos, que dia será aquele para nós, que estávamos prisioneiros, [...] quando o Senhor mesmo virá nos buscar? [...] Sua vinda não será como a primeira, em simplicidade, e em pobreza, e em humilhação; ele não mais virá para ser negligenciado e desprezado. E, no entanto, essa primeira vinda -- que, por nossa causa, necessariamente aconteceu em enfermidade e vergonha -- não quis a sua glória. [...] Se as estrelas do céu guiaram homens de partes remotas do mundo para vir adorar uma criança em uma manjedoura, como a glória de sua segunda vinda não constrangerá o mundo todo para que reconheça sua soberania? [...] Ó com que proclamação de bênçãos, de paz e de glória ele virá na direção da Nova Jerusalém!
Menciona-se, com freqüência, essa vinda de Cristo nos profetas, um grande apoio ao espírito de seu povo até o momento; e sempre que os apóstolos precisavam de avivamento para sua missão, ou conforto, ou encorajamento para esperar pacientemente, eles, em geral, alcançavam esse intento ao mencionar a vinda de Cristo. Assim, por que não usamos mais essa sincera consideração sempre que quisermos apoio e conforto? [...] E os santos não clamariam com inimaginável alegria, [...] "Lá vem ele em quem confiamos e, agora, vemos que ele não ludibriou nossa confiança; ele, por quem há muito esperamos, e a quem, agora, vemos que não esperamos em vão [...]". Pensei sobre isso muitas vezes, como um pequeno emblema daquele dia, quando vi um exército vitorioso aproximar-se de cidades e castelos do inimigo. Ó como o coração de todos os prisioneiros se alegra quando estes ouvem as notícias e observam sua chegada! Como eles correm para a janela de sua prisão e, dali, os observam com alegria! [...] Como eles berram: "Liberdade, liberdade"! [...] Ó, quando o Leão de Judá, nosso Conquistador, aparecer junto com todos os exércitos celestiais; quando ele surpreender o mundo desatento e descuidado, como um ladrão à noite; quando chegar como um relâmpago que sai do Oriente e se mostra no Ocidente, assim eles devem observar sua chegada; e que mudança essa visão operará tanto no mundo como nos santos! [...] Onde está aquele coração profano e desatento que despreza Cristo e seu Espírito, e que resistiu a todas as ofertas da graça? [...]
Cristãos, não deveríamos apresentar fervorosamente esta petição: "Venha o teu Reino!" (Mt 6.10); pois "o Espírito e a noiva dizem: 'Vem!'" (Ap 22.17). E que todo cristão que ouça e leia isso diga: "Vem". E ainda agora, vem, Senhor Jesus!
II A segunda corrente que nos leva ao Paraíso é aquela grande obra de Jesus Cristo, ao ressuscitar nosso corpo do pó, unindo-o nova-mente à alma. Um feito maravilhoso de poder e de amor infinitos. [...]
Deixe-me, com reverência, como Eliú, suplicar a Deus e a esse poder por meio do qual espero ressuscitar. Você vê esse enorme corpo maciço, a terra? O que a sustenta, e sobre quais alicerces ela se assenta? Veja esse vasto oceano de águas! O que fixa seus limites, e por que ele não transborda e inunda a terra? De onde surge o constante fluxo das marés baixas e altas? [...] Olhem para cima. Não vê aquele glorioso corpo de luz, o sol? Quantas vezes mais ele é maior que a terra e, mesmo assim, quantos milhares de quilômetros ele percorre em um minuto, e isso sem se cansar nem falhar por um minuto sequer? O que você acha? Não acha que o poder que faz tudo isso é capaz de o ressuscitar? Você não vê, todos os dias, obras tão grandes quanto a ressurreição diante de seus olhos, mas, em virtude de elas se tornarem comum, não mais as admira? [...] Ressuscitar dos mortos não é tão fácil quanto fazer o céu e a terra, e fazer tudo isso do nada? [...] Portanto, não olhe para os ossos mortos, o pó, e as dificuldades, mas apenas para a promessa. [...] Que deitemos em paz e cheguemos ao nosso descanso; essa não será uma noite eterna, nem um sono eterno. [...] Tão certo como acordamos de manhã, após dormir a noite toda, também acordaremos naquele momento. [...] Se o que você mais teme é o desnudar-se, oras, pode vestir sua melhor roupa. Se for o ficar ao relento o que você mais teme, oras, lembre-se, nesse momento, que "se for destruída a temporária habitação terrena em que vivemos, temos da parte de Deus um edifício, uma casa eterna nos céus, não construída por mãos humanas" (2Co 5.1). [...] Entregue de bom grado esse corpo natural, terrestre; acredite nisso, você o receberá de novo, um corpo celestial e espiritual. E você, embora o deite na lama com grande desonra, o receberá na glória com honra; e, embora se separe dele por meio de sua fragilidade, ele será novamente levantado e se unirá a você por meio do poder divino. [...] Triunfem agora, ó cristãos, nessas promessas; brevemente vocês triunfarão no cumprimento delas. Pois esse é o dia em que o Senhor fará isso, e, naquele momento, nós regozijaremos e nos alegraremos. O sepulcro que não pôde reter nosso Senhor também não pode nos reter: ele ressuscitou para nós e, pelo mesmo poder, também nos ressuscitará. "Se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, cremos também que Deus trará, mediante Jesus e com ele, aqueles que nele dormiram" (1Ts 4.14). Ó, escreva essas doces palavras em seu coração, cristão. "Porque eu vivo, vocês também viverão" (Jo 14.19). [...] Além dessa vida, temos "agora a sua vida [que] está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a sua vida, for manifestado, então vocês também serão manifestados com ele em glória" (Cl 3.3,4). Ó, que não sejamos como o mundo obtuso que não consegue enxergar longe, e não miremos a cova, mas fixemos nosso olhar na ressurreição que fica além dela. A fé tem visão apurada e consegue enxergar [...] tão longe quanto a eternidade. Portanto, que nosso coração se alegre; nossa carne também repousa em esperança. [...] Sim, "portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil" (1Co 15.58).
III A terceira parte deste prólogo ao descanso dos santos é o processo público e solene em seu julgamento, do qual eles devem primeiro ser inocentados e justificados; e, depois, com Cristo, julgar o mundo. Público, posso muito bem dizer isso, pois todo o mundo deve comparecer a ele: jovens e velhos de todas as posições sociais e de todas as nações devem ali comparecer e receber seu julgamento. O julgamento deve ser estabelecido; e os livros, abertos; e o livro da vida, apresentado [...]. Ó, que dia aterrador! Ó que dia jubiloso! Terrível para aqueles que permitiram que sua lâmpada apagasse e não ficaram atentos, pois se esqueceram da vinda de seu Senhor! Jubiloso para os santos, cuja espera e cuja esperança era ver esse dia. Naquele momento, o mundo verá a bondade e a severidade do Senhor; aos que perecem, severidade; mas aos escolhidos, bondade, quando todos terão de prestar contas de sua administração. [...] Pecador, já passou o tempo em que Cristo pediria, mas você não ouviria [...]. Naquela época, ele o seguia, em vão, com súplicas [...]. Pecador, não seja leviano, pois assim como você viveu, também verá aquele dia, exceto se uma minuciosa transformação, ao aceitar a Cristo, previna isso. [...] Pobre e descuidado pecador, não acho que disse muito para você aqui; pois minha responsabilidade é renovar os santos; mas se essas linhas caírem em suas mãos e você dignar-se a lê-las, eu, aqui, recomendo que você, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, apresse-se para ficar sozinho e ponderar muito sobre essas coisas. Pergunte ao seu coração: "Isso é verdade, ou não; haverá um dia como esse, e eu o verei? O que eu farei naquele momento? Por que continuar a gastar o tempo com coisas inúteis? Já não é tempo de que me certifique de que tenho Cristo e seu conforto? Já não deveria ter feito isso há muito tempo? Devo, após perder tanto tempo, sentar-me inerte mais um dia?" [...] Ó, pense nessas coisas! Algumas horas melancólicas gastas com essa séria antecipação é uma prevenção barata; ou isso vale a pena, ou não vale nada! [...]
Mas, ó alma humilde e graciosa, por que estremecer? [...] O Senhor não conhece seu rebanho que ouviu sua voz e o seguiu? [...] Ele, cuja primeira vinda não foi para "condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele" (Jo 3.17), assim tenho certeza, não tem a intenção de condenar seu povo, mas sim quer que este seja salvo por meio dele. Ele já nos deu vida eterna por título e por posição e também, sim, já tomamos, parcialmente, posse dela; e ele nos condenará depois disso? Quando ele nos deu a possibilidade de conhecer a seu Pai e a si mesmo, ele nos deu a vida eterna. [...] Se nosso juiz era nosso inimigo, como ele é para o mundo, então poderíamos muito bem temer; pois nosso Juiz é Cristo, aquele que morreu, bem, melhor dizendo, aquele que ressuscitou e faz petições a nosso favor. [...] Que alegria inexprimível isso representa para o crente: de que nosso querido Senhor, que ama nossa alma, e quem nossa alma ama, será nosso Juiz! [...] Cristãos, ele veio ao mundo, e sofreu, e chorou, e sangrou, e morreu por você, e agora ele o condenará? [...] Sua salvação custou-lhe tão caro, para agora ele o destruir? Ele já fez o máximo para o mundo, ao redimir, regenerar, santificar, justificar, preservar e aperfeiçoar você, e agora ele desfará tudo isso novamente? Ele não acabará o que já começou? [...] Este é o dia da justificação plena do crente. Eles já foram justificados antes, e considerados justos e, pela fé, justificados na Lei; e isso, para alguns, foi evidenciado à consciência deles. Mas agora eles devem, por defesa, manter-se justo e, por sentença, declarados realmente justos pela voz vigorosa do Juiz; e esta é a mais perfeita justificação. Portanto, aquele momento pode ser chamado de tempo de refrigério, pois, para os santos, é a conclusão de todos os refrigérios anteriores. [...] A sentença de perdão, proferida pelo Espírito e pela consciência que habitam em nosso interior costumava ser extremamente doce; mas isso resolverá a questão de uma vez por todas e, para todo o sempre, não deixará espaço para novas dúvidas. [...] E, agora, não basta isso para tornar aquele dia um dia bem-vindo aqui, e o pensar nele algo que nos deleita? [...] Mas ainda há mais. Devemos ficar muito distantes do temor desse julgamento, pois nós mesmos seremos os juízes! Cristo levará seu povo, por assim dizer, em comissão com ele; e eles se sentarão e aprovarão o justo julgamento do Senhor. Paulo declara: "Vocês não sabem que os santos hão de julgar o mundo? [...] Vocês não sabem que haveremos de julgar os anjos?" (1Co 6.2,3). Certamente, se não fosse a Palavra de Deus que afirmasse isso, essa idéia pareceria incrível, e a idéia, arrogante. [...] Assim serão os santos honrados, e "os justos triunfarão sobre eles" (Sl 49.14) pela manhã. [...]
Regozijem-se, portanto, ó santos, mas fiquem atentos e segurem firme aquilo que vocês têm até que o Senhor venha. [...] Sigam o seu caminho, fiquem próximos de Deus e esperem até que sua transformação ocorra, e até que esse fim aconteça. "Você descansará e, então, no final dos dias, você se levantará para receber a herança que lhe cabe" (Dn 12.13).
IV O quarto antecedente, e o passo mais alto para o avanço dos santos, é sua coroação solene, em que serão entronizados e recebidos no reino. Pois, como Cristo, o Cabeça, foi ungido Rei e Sacerdote, também eles, sob o comando dele, serão transformados em reis e sacerdotes de Deus, para reinar e oferecer louvores para todo o sempre. A coroa de justiça que foi preparada para eles deverá ser, naquele dia, entregueaeles pelo Senhor, o justo Juiz, e, de acordo com seus talentos, seu governo e dignidade serão aumentados, de forma que eles não são dignificados com títulos vazios, mas com domínios reais: pois Cristo os tomará e os estabelecerá, com ele, em seu próprio trono e lhes dará poder sobre as nações e lhes dará o mesmo que recebeu de seu Pai, a estrela da manhã. [...] Eles serão entronizados com proclamação solene e abençoada: "Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo" (Mt 25.34). Vida e alegria em cada uma dessas palavras! "Venham", esse é o momento em que ele estende o cetro de ouro para permitir que nos aproximemos dessa glória. [...] O gozar desse reino é como o gozar da luz do sol; cada um tem o todo, e, não obstante, o resto [...]. O amor eterno lançou o fundamento. Ele preparou o reino para nós e, depois, preparou-nos para o reino. [...] Esses são os pensamentos eternos do amor de Deus em relação a nós, e isso é o que ele propõe para nós.
Mas surge uma grande dificuldade. Em que sentido é possível alegar, como a razão de nossa coroação e glória, o aperfeiçoamento de nosso talento por fazer o bem, por conseguir vitórias, por trabalhar, visitar e alimentar Cristo por meio de seus pequeninos? Isso não é o mero fruto do que Cristo comprou com seu sangue? Se todo homem deve ser julgado de acordo com suas obras e receber de acordo com o que fez aqui, quer tenha praticado o bem quer tenha praticado o mal, e Deus "retribuirá a cada um conforme o seu procedimento" (Rm 2.6) e dará a vida eterna a todos os homens se eles pacientemente continuarem na prática do bem; e se essa última sentença de absolvição completar nossa justificação, e se "os que obedecem à Lei [...] serão declarados justos" (Rm 2.13)--ora, então, o que acontece com a graça, a justificação pela fé somente, ou a justiça de Cristo para que sejamos aceitos? Então, os papistas estavam corretos ao afirmar que somos justos por nossa justiça pessoal, e nossas boas obras concorrem para nossa justificação. [...] Atente para isso, a alma que não é humilde é muito mais apta a dedicar-se às responsabilidades e à justiça pessoal que a Cristo; assim também um cristão humilde e abnegado, por outro lado, tem a tendência de também errar ao dar menos importância às responsabilidades do que Cristo deu e lançar todas as responsabilidades que são suas sobre Cristo, por temor de roubar a Cristo a honra que lhe é devida; e ele olha tanto para Cristo sem se levar em consideração e acha que não deve olhar para nada em si mesmo, que acaba por esquecer que Cristo habita em seu interior. [...] Quando negamos a obra interna de santificação de seu Espírito e exaltamos a justificação pela graça, frutos igualmente de seu mérito, nós o tornamos um Salvador imperfeito. Mas arrogar a nós qualquer parte da prerrogativa de Cristo é a situação mais desesperadora de todas, e nenhuma doutrina nega mais o evangelho que a da justificação por méritos nossos ou por obras da lei.
Assim, sondamos, pelas linhas e prumo das Escrituras, essa corrente quádrupla e vemos o cristão aportar seguramente no Paraíso e, nessa carruagem de fogo com quatro rodas, ser conduzido honrosamente ao seu descanso. Agora, consideraremos seus privilégios e examinaremos se existe glória como essa.