TÍTULO
Um salmo de Davi. É tão parecido com os outros salmos davídicos
que nós aceitamos o título sem nenhuma hesitação.
A história de Davi o ilustra, e o espírito dele respira nele.
Por que foi colocado como um dos sete Salmos de Penitência é
difícil dizer; pois é mais uma vindicação de
sua própria integridade, e uma oração indignada contra
seus difamadores, do que uma confissão de falta. É verdade
que o segundo versículo prova que ele nunca sonhou se justificar
diante do Senhor, mas mesmo ali dificilmente há o quebramento de
penitência. Parece-nos mais marcial do que penitente, mais uma súplica
por livramento de problemas do que um choroso reconhecimento de transgressão.
Supomos que os rabinos eclesiásticos precisavam de sete penitenciais,
e então este foi recrutado para o culto. Na verdade, é uma
música mista, uma caixa de ungüento composto de vários
ingredientes, doces e amargos, pungentes e preciosos. É o clamor
de um espírito sobrecarregado, que não pôde habitar
no estado mais alto de oração espiritual, descendo repetidas
vezes para chorar sua aflição temporal profunda; contudo
sempre lutando para se erguer às coisas melhores. O cantor geme
de quando em quando; o que clama por misericórdia não consegue
calar seus gritos por vindicação. Suas mãos estão
erguidas ao céu, mas à cinta se pendura uma espada afiada,
que chacoalha na bainha no final de seu salmo.
DIVISÃO
Este salmo está dividido pela [Pausa] (NVI). Preferimos seguir a
divisão natural, e por isso não fizemos nenhuma outra divisão
nele. Possa o Espírito Santo dirigir-nos para desvendar seu sentido
interior.
DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Três grupos de três.
1. Quanto a suas devoções - orações, súplicas,
pedidos.
2. Quanto a seu sucesso - ouvir, dar ouvido, me responder.
3. Quanto a seu argumento - porque o Senhor é Jeová, fiel,
justo.
VERS. 1-2. Uma oração adequada para um crente que tem razão
para supor que ele esteja sofrendo punição por pecado.
1. Aqui há sincera importunação, como de pessoa que
depende inteiramente do favor divino para ter uma audiência com Deus.
2. Aqui há um fervor de fé apegando-se à fidelidade
e justiça divina; ver 1Jo 1.9.
3. Aqui há uma profunda percepção da vaidade da autojustificação
rogando por misericórdia pura, Sl 143.2 (J. F.).
VERS. 2.
1. Quem ele é: "Teu servo".
2. O que ele sabe: "Pois ninguém é justo diante de ti".
3. O que ele pede: "Não leve o teu servo a julgamento".
VERS. 3-6. Considere:
1. Como por vezes Deus permite que um inimigo vá longe, Sl 143.3.
O caso de Jó é uma boa ilustração.
2. A profunda depressão de espírito que ele pode até
permitir que seus santos passem, Sl 143.4.
3. As boas coisas que ele providenciou para sua meditação,
mesmo quando seus santos estão na pior situação, Sl
143.5.
4. As duas coisas que sua graça nunca permitirá que morram,
cuja existência constitui garantia de estar chegando a alegria:
(a) A sede de Deus mesmo.
(b) A prática da oração. O todo constitui um bom texto
para uma preleção sobre a vida e experiência de Jó
(J. F.).
VERS. 4-6.
1. Afundado no desânimo.
2. Aprofundado em meditação.
3. Firme na súplica.
VERS. 5-6. Medito em todas as obras de tuas mãos. Estendo as minhas
mãos para ti. De mãos dadas: ou, o filho de Deus admirando
a obra das mãos de Deus e orando com mãos erguidas para ser
trabalhado por igual poder.
VERS. 5. O método de Davi.
1. Ele reunia seu material; fatos e evidência a respeito de Deus:
"Eu me recordo".
2. Ele pensava sobre seu assunto e organizava seu material: "Eu medito".
3. Ele dissertava sobre isso, e se aproximava de Deus: "Eu medito"
- considero e falo.
4. Terminemos vendo tudo isso como um exemplo para pregadores e outros
(W. B. H.).
VERS. 6. Só Deus é o desejo de seu povo.
VERS. 6. "Abismo chama abismo."
1. O desejo ardente do coração.
2. As vastas riquezas na glória.
3. O impetuoso ajuntar das ondas dos mares: "Minha alma é para
ti" (W. B. H.).
VERS. 7. Motivos para respostas velozes.
VERS. 7. Nunca se desespere.
1. Porque você tem o Senhor com quem pode clamar.
2. Porque você pode falar-lhe livremente do desespero do teu caso.
3. Porque você pode insistir com ele com urgência por livramento
(J. F.).
VERS. 7. Um tônico para o coração que desfalece.
1. A pessoa amada do Senhor está prestes a desmaiar.
2. O melhor reconstituinte: a face de seu Senhor.
3. Ela tem a presença de espírito de chamar por ele quando
está para cair (W. B. H.).
VERS. 8. As duas orações "Faze-me ouvir" e "Faze-me
saber". Os dois rogos - "Em ti confio" e "A ti elevo
a minha alma."
VERS. 8. Sl 142.3. "É o Senhor que conhece o caminho",
Sl 143.8. - "Mostra-me o caminho."
1. Confiando na onisciência em tudo.
2. Seguindo a consciência em tudo.
VERS. 8. Sobre fixar um tempo para nossa oração ser respondida.
1. Por quem isso pode ser feito. Não por todos os crentes, mas por
aqueles que habitando com Deus chegaram a uma ousadia santa.
2. Quando isso pode ser feito.
(a) Quando o caso é especialmente urgente.
(b) Quando a honra de Deus está em jogo.
(c) O que o faz agradar a Deus quando é feito. Grande fé,
"pois em ti confio" (J. F.).
VERS. 8. À escuta por amor leal, misericórdia.
1. Onde escutar. Nas portas da Escritura; nos corredores da meditação;
perto dos passos de Jesus.
2. Quando escutar. "Pela manhã"; tão cedo e com
tanta freqüência quanto possível.
3. Como escutar. Dependendo confiantemente. "Faze-me ouvir o teu amor
leal pela manhã, pois em ti confio".
4. Por que escutar. Para "saber o caminho em que devo seguir"
(W. B. H.).
VERS. 9. Pontos admiráveis nesta oração para serem
imitados por nós. Aqui:
1. Sente-se perigo.
2. Confessa-se fraqueza.
3. Faz-se uma previsão prudente.
4. Sente-se uma sólida confiança: ele espera estar oculto
de seus inimigos.
VERS. 9.
1. Olhando para cima.
2. Não se expondo.
VERS. 10. Dois pedidos como de criança - "Ensina-me... conduz-me."
VERS. 10 (primeira metade).
1. As melhores instruções: "Ensina-me a fazer a tua
vontade". Não só a conhecê-la, mas também
"a fazê-la".
2. O único instrutor eficaz.
3. A melhor razão para pedir e esperar instrução:
"pois tu és o meu Deus" (J. F.).
VERS. 10. "Ensina-me a fazer a tua vontade". Podemos chamar esta
sentença de uma descrição da escola de Davi; e é
muito completa; pelo menos tem nela as três melhores coisas que caracterizam
uma escola.
1. O melhor professor.
2. O melhor estudante.
3. A melhor lição; pois que melhor instrutor do que Deus?
que melhor aprendiz do que Davi? que lição tão boa
quanto a de fazer a vontade de Deus? (Sir Richard Baker).
VERS. 10 (última metade).
1. Utopia - "a terra da retidão". Descreva-a, e declare
as suas glórias.
2. Os caminhos difíceis para atravessar aquele terreno montanhoso.
3. O Guia divino: "teu bondoso Espírito".
VERS. 11 (primeira cláusula).
1. O que é esta bênção? "Preserva-me a
vida".
2. De que maneira ela glorificará a Deus, para que possamos pedi-la
por amor do seu nome?
VERS. 11 (segunda cláusula.) Como a justiça de Deus está
ligada ao nosso livramento de dificuldades?
VERS. 12.
1. Ao mestre: "Sou teu servo".
2. Para o servo: ele busca proteção porque ele pertence a
seu mestre.