TÍTULO
Maskil de Davi. Este Maskil foi escrito para nos dar ensinamentos. Ensina-nos,
principalmente, por meio de exemplo, como ordenar nossa oração
em tempos de aflição. Tal instrução é
uma das mais necessárias, práticas e efetivas partes de nossa
instrução espiritual. Quem aprendeu a orar, aprendeu a mais
útil das artes e ciências. Os discípulos disseram ao
filho de Davi: "Senhor, ensina-nos a orar"; e aqui Davi nos dá
uma lição valiosa ao registrar sua própria experiência
quanto à súplica quando se está debaixo de uma nuvem.
Uma oração quando ele estava numa caverna. Estava em um de
seus muitos lugares ocultos, em Engedi, Adulã, ou alguma outra caverna
solitária onde pudesse se esconder de Saul e seus perseguidores.
As cavernas eram lugares apropriados para a oração; o escuro
e a solidão ajudam no exercício da devoção.
Se Davi tivesse orado tanto em seu palácio como orava em sua caverna,
ele talvez nunca tivesse cometido o ato que trouxe tanta desgraça
quando era mais velho.
ASSUNTO
Resta pouca dúvida de que este canto data dos dias em que Saul perseguia
Davi insistentemente, e o próprio Davi estava em dificuldade de
alma, provavelmente produzida por aquela fraqueza de alma que o levou a
associar-se com princesas pagãs. Seus bens evidentemente estavam
em baixa, e o que era pior, sua fama tinha decaído muito; contudo
demonstrou fé verdadeira em Deus, a quem tinha exposto suas tristezas
prementes. As sombras da caverna cobrem o salmo, contudo, como se estivesse
em pé à entrada dela, o profeta poeta vê uma luz brilhante
um pouco à frente.
DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1.
1. Uma lembrança viva - daquilo que ele fez, e como, e quando.
2. Uma declaração pública; de onde inferimos que sua
oração levantou seu ânimo, trouxe-lhe socorro na tribulação,
e livramento dela.
3. Uma inferência razoável: ele ora de novo.
VERS. 1-2.
1. Tempos especiais para oração: tempos de lamúria
e dificuldade.
2. Oração especial em tais ocasiões: "Clamei",
"fiz minha súplica", "Derramei diante dele o meu
lamento", "apresentei minha angústia". Estendeu o
caso todo diante de Deus, assim como fez Ezequias com a carta de Senaqueribe
(G. R.).
VERS. 2.
1. O lugar verdadeiro para oração - "diante dele".
2. A liberdade da oração - "derramo".
3. Tirar o véu do coração na oração
- "lhe apresentei a minha angústia".
VERS. 3 (primeira cláusula).
1. Quando.
2. Nessa ocasião.
VERS. 3 (última cláusula). Tentações.
1. Que forma tomam? - "armadilhas".
2. Quem as coloca? - eles.
3. Como as colocam? - às ocultas "no caminho", freqüentemente.
4. O que acontece com o crente tentado? Ele vive para contar o caso, para
avisar outros, para glorificar Deus.
VERS. 4 (última cláusula). A alma considerada sem valor.
1. Considere o valor da alma.
(a) A alma continuará para sempre.
(b) Os justos se tornarão mais felizes, e os maus mais infelizes.
(c) Um grande preço já foi pago por ele.
2. Contraste o cuidado que tomamos de nossas almas, e nossa ansiedade sobre
objetos mundanos.
(a) A solicitude que manifestamos pelas riquezas.
(b) Nosso cuidado em educar os intelectos de nossos filhos.
(c) Nosso entusiasmo na busca de negócios, honra - até coisinhas.
(d) Que ansiedade sobre uma vida humana! Descreva a busca por uma criança
perdida.
(e) Contraste nosso cuidado pelas almas e o cuidado de nosso Salvador por
elas: o de Paulo, de Lutero, de Whitefield.
3. Lembre-se de algumas coisas que mostram que esse cuidado não
existe.
(a) Se você não observa declaradamente um tempo de oração
secreta.
(b) Se sua alma não sente peso pelas almas de outras pessoas.
(c) Se você negligencia a oração em família,
ou a faz como mera formalidade.
(d) Se você não freqüenta reuniões de oração
regularmente. Observação: A grande responsabilidade que pesa
sobre todo cristão.
VERS. 4 (última cláusula). O peso das almas.
1. O que se quer dizer com cuidado das almas?
(a) Ter firme convicção de seu valor.
(b) Estimar com terna solicitude o bem-estar delas.
(c) Ficar apreensivo em grau alarmante pelo perigo delas.
(d) Empenhar-se zelosamente pela salvação delas.
2. Quem deveria exercer esse cuidado?
(a) Pais.
(b) Mestres.
(c) Pastores.
(d) Membros.
3. A criminalidade da negligência.
(a) É ingratidão.
(b) É crueldade.
(c) É fatal (W. W. Wythe, 1870).
VERS. 4-5.
1. Uma situação terrível; nenhum amigo, ninguém
para ajudar, nenhum coração compassivo.
2. Uma oração tocante. Um rogo e um dizer.
VERS. 4-5.
1. A ajuda humana falha mais quando é mais necessária.
(a) Em dificuldades externas: "Eu olhei".
(b) Em dificuldades da alma: "Ninguém se importa com a minha
vida, a minha alma".
2. A ajuda divina é mais oferecida quando mais se precisa dela.
Um refúgio e uma porção quando todos os outros falham.
O homem tem muitos amigos na prosperidade, só um na adversidade
(G. R.).
VERS. 4-5.
1. Porque os santos fazem de Deus seu refúgio, e o objeto de sua
fé e esperança em suas maiores aflições.
(a) Deus se deu aos santos, na aliança da graça, para ser
seu Deus, e ele prometeu que eles serão seu povo.
(b) Deus se coloca num relacionamento bem próximo dos santos, e
aceita sustentar muitas características de amor amigo, que ele cumpre
para proveito deles.
(c) Os santos, pelo poder da graça de Deus sobre suas almas, escolheram-no
para sua porção e sua maior felicidade.
2. Que grandes perfeições há em Deus que o fazem um
refúgio santo para os santos, e o objeto apropriado da confiança
deles!
(a) Deus é infinito em misericórdia.
(b) Deus é infalível em sabedoria.
(c) Deus é sem limites em poder.
(d) Deus é onisciente e onipresente.
(e) Deus é um ser cujo amor nunca muda.
(f) Deus é um ser independente, e o governador e diretor de todas
as coisas.
3. As muitas e doces vantagens, que alcançam os santos, desta prática
de fazer de Deus o refúgio em suas maiores dificuldades.
(a) Eles foram preservados de desmaiar sob suas cargas pesadas.
(b) Eles derivaram de Deus suprimentos novos e oportunos de graça
divina e força para serviço.
(c) Deus revigorou seus santos com consolações divinas para
o futuro (John Farmer, 1744).
VERS. 5. A alma escolhendo Deus.
1. Deliberadamente: "Clamo a ti, Senhor, e digo".
2. Por tudo em tudo: "refúgio", "tudo que tenho".
3. Antes de qualquer outro "na terra dos viventes" (W. B. H.).
VERS. 6. Dois pedidos e dois argumentos.
VERS. 6-7.
1. A linguagem do desalento. "Estou muito abatido". Meus inimigos
são mais fortes do que eu. "Minha alma está na prisão".
2. Da oração. "Dedique-se a mim." "Livra-me."
"Tira-me da prisão."
3. Do louvor.
(a) Para a felicitação de outros.
(b) Para a própria libertação e prosperidade (G. R.).
VERS. 6. Humilde e humildemente. Eis Davi:
1. Em um local humilde; as profundezas de uma caverna.
2. De uma forma humilde: "muito humilde"; "mais forte que
eu".
3. Mas veja, "a sabedoria está com os humildes" (Pr 11.2);
ele ora.
4. O Senhor "olha para os humildes", Sl 138.6. Ele não
orará em vão (W. B. H.).
VERS. 7. Um prisioneiro. Um liberto. Um cantor. Um centro. Uma maravilha.
VERS. 7. Sonhos na prisão.
1. O que imaginamos em nossos ferros.
(a) A fronte de Cristo circulada com raro louvor.
(b) O povo de Cristo rodeando e nos acompanhando no mais dispen-dioso serviço.
(c) Uma nova vida de abundância e bênção - quando
sairmos.
2. Até que ponto nossos sonhos se realizam? Antes do perigo e depois,
sob convicção e após a conversão; o quarto
de doente, e o serviço ativo.
3. O dever da fidelidade a votos de prisão e lições
(W. B. H.).
VERS. 7 (cláusula do meio). Uma abelha rainha. Um pastor subordinado.
Um piso de lareira. Um museu de maravilhas. Ou, eles me rodearão,
interessados em minha história - "fora da prisão";
atraídos por meu canto - "Louvem teu nome"; atraídos
por semelhança de caráter, e admirando a bondade do Senhor.
VERS. 7 (última cláusula). Junte com o Sl 116.7. "O
Senhor tem sido bom para você". Faça a inferência
do futuro pelo passado.