TÍTULO
Um cântico de peregrinação. Este é o sétimo
degrau, e podemos esperar, portanto, encontrar nele alguma perfeição
de alegria especial; não o procuraremos em vão. Vemos aqui
não só que Sião permanece, mas que sua alegria retorna
após a tristeza. Permanecer não é o suficiente; a
fecundidade é acrescentada. Os peregrinos foram de bênção
em bênção em sua salmodia ao prosseguirem em seu caminho
santo. Pessoas felizes para quem cada subida era um canto, cada parada
um hino. Aqui o fiador torna-se um semeador: a fé opera por amor,
obtém um enlevo no presente, e assegura uma colheita de deleite.
Não há nada neste salmo que dê alguma indicação
de sua data, além de ser um cântico depois de um grande livramento
de opressão. "Restaurar a sorte" de modo algum requer
de fato uma retirada para o exílio a fim de completar a idéia;
o salvamento de qualquer aflição séria ou tirania
esmagadora seria muito bem descrito como uma "volta do cativeiro".
De fato, a passagem não é aplicável aos cativos na
Babilônia, porque é o próprio Sião que está
no cativeiro e não uma parte de seus cidadãos: a cidade santa
estava em tristeza e desespero; embora não pudesse ser eliminada,
a prosperidade pôde ser diminuída. Alguma nuvem escura baixava
sobre a amada capital, e seus cidadãos oravam: "Restaura-nos,
ó Senhor".
Este salmo está em sua posição certa e dá boa
seqüência ao anterior, porque assim como no Sl 125.1-5, nós
lemos que o cetro ou a vara dos maus não pousará sobre a
sorte dos justos, aqui vemos que é removido deles para sua grande
alegria. A palavra "restaura" parece ser a nota dominante do
canto: é um salmo de conversão - conversão de cativeiro;
e pode bem ser usado para enlevar uma alma perdoada quando a ira do Senhor
é desviada dela. Nós o chamaremos: "Levando cativo o
cativeiro".
DIVISÕES
O salmo se divide em uma narrativa (Sl 126.1-2), um cântico (Sl 126.3),
uma oração (Sl 126.4) e uma promessa (Sl 126.5-6).
DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1.
1. Lembranças ensolaradas daquilo que o Senhor fez: novamente "trouxe
os cativos de volta".
2. Impressões singulares - não podíamos crer que fosse
verdade.
3. Descobertas especiais - era verdade, era duradouro.
VERS. 1. Uma comparação e um contraste.
1. Os salvos como aqueles que sonham.
(a) Na estranheza de sua experiência.
(b) No êxtase de sua alegria.
2. Os salvos como diferentes dos que sonham.
(a) Pela realidade de sua experiência. Sonhos são coisas insubstanciais,
mas "o Senhor restaurou"- um fato real.
(b) Por estarem libertos de desapontamentos. Nada de acordar e descobrir
que isso "era apenas um sonho": ver Is 29.8.
(c) Pela persistência de sua alegria. A alegria dos sonhos é
logo esque-cida, mas essa é a "alegria sempiterna" (W.
H. J. P.).
VERS. 2. Riso santo. O que o cria, e como é justificado.
VERS. 2. Receita para riso santo.
1. Fique encarcerado algumas semanas.
2. Ouça o Senhor dando volta na chave.
3. Siga-o à estrada alta.
4. Seu céu explodirá de luz solar, e seu coração
com cântico e riso.
5. Se essa receita lhe parece muito cara, tente manter-se na estrada alta
(W. B. H.)
VERS. 2-3.
1. Relatos dos feitos de Deus.
2. Experiência dos feitos de Deus.
VERS. 2-3.
1. O Senhor faz grandes coisas por seu povo.
2. Essas grandes coisas comandam a atenção do mundo.
3. Elas inspiram a devoção jubilosa dos santos (W. H. J.
P.).
VERS. 3. Grandes coisas fez o Senhor por nós. Nesse reconhecimento
e confissão há três pontos de gratidão dignos
de nota.
1. Foram "grandes coisas" as que foram feitas.
2. Quem foi que as fez: "o Senhor".
3. Como foram feitas: não contra nós, mas sim "por nós"
(Alexander Henderson, 1583-1646).
VERS. 4. Crentes, regozijando-se em seu próprio livramento, solícitos
por uma enchente de prosperidade que transborde na igreja. Ver a ligação,
Sl 126.1-3. Comente.
1. Os que duvidam e desesperançados preocupam-se demais consigo
mesmos, e se ocupam demais com o conforto, para serem solícitos
ou terem energia de sobra para o bem-estar da igreja; mas o coração
alegre está livre para ser sincero a favor do bem da igreja.
2. Crentes alegres, apesar de iguais em outros aspectos, conhecem mais
do amor constrangedor de Cristo, e isso lhes torna ansiosos por sua glória
e pelo sucesso de sua causa.
3. Os alegres podem apreciar mais plenamente o contraste entre sua condição
e a dos não-salvos, e por amor deles não podem deixar de
ansiar pela igreja cujo ministério lhes levou a seu livramento.
4. Os alegres são, em geral, os mais crentes e mais esperançosos;
sua expectativa de êxito os leva à oração, e
os compele a se esforçar (J. F.)
VERS. 4.
1. O cristão frio.
2. Sua condição infeliz.
3. Sua única esperança.
4. O resultado quando ela é realizada.
VERS. 5. O lavrador cristão.
1. Ilustre a metáfora. O lavrador tem uma grande variedade de trabalho
diante dele; em cada estação e a cada dia sua labuta apropriada.
Assim o cristão tem deveres em seu escritório, família,
igreja, mundo.
2. Daí muitos cristãos semearem com lágrimas:
(a) Devido talvez a algum problema com o solo.
(b) À inclemência do clima.
(c) À malícia e à oposição de inimigos.
(d) Desapontamentos passados.
3. Que ligação há entre semear com lágrimas
e colher com alegria.
(a) Uma colheita alegre, pela bênção de Deus, é
a conseqüência natural de um tempo bom de semeadura.
(b) Deus, que não pode mentir, foi quem a prometeu.
4. Quando se pode esperar essa colheita alegre. Não deve ser esperada
em nosso mundo invernal, pois não há suficiente sol para
que amadureça. O céu é o verão do Cristão.
Quando você chegar a colher os frutos de suas tribulações
presentes, você bendirá a Deus, que o fez semear em lágrimas.
Melhoramento.
(a) Quanto são culpados aqueles que, em nosso tempo tão ocupado,
ficam ociosos o dia todo!
(b) Como é grande a vantagem dos cristãos sobre o resto do
mundo!
(c) Que a esperança e a perspectiva dessa colheita alegre nos sustente
sob todas as sombras e aflições deste vale de lágrimas
(Esboço de um sermão de Samuel Lavington, 1726-1807).
VERS. 5. Dois quadros. A ligação: o verbo no futuro: colherão,
voltará.
VERS. 5.
1. Precisa haver a semeadura antes da colheita.
2. O que os homens semeiam eles colherão. Se semeiam semente preciosa,
colherão semente preciosa.
3. Na proporção em que semeiam, colherão. "Aquele
que semeia pouco".
4. A semeadura pode ser com tristeza, mas a colheita será de alegria.
5. Na proporção da tristeza da semeadura haverá a
alegria da colheita (G. R.).
VERS. 6. Nas duas partes deste versículo podemos enxergar uma antítese
tripla de oposição; na gradação:
1. Uma parada no caminho: "Aquele que sai no seu caminho".
2. Uma tristeza: "chorando".
3. Um semear "e produz boa semente". No retorno há três
opostos a esses.
4. Retornando: "Ele sem dúvida virá de novo".
5. Um regozijo: "com cantos de alegria".
6. Um recolher: "trazendo consigo os seus feixes" (John Hume).
VERS. 6. "Sem dúvida". Ou seja, as razões pelas
quais nosso trabalho no Senhor não pode ser em vão.
VERS. 6. Trazendo consigo os seus feixes. O retorno do semeador fiel ao
seu Senhor. Bem-sucedido, sabendo disso, pessoalmente honrado, abundantemente
recompensado.
VERS. 6. Sermão de Spurgeon: "Semeadura com lágrimas
e colheita jubilosa".
VERS. 6.
1. O semeador triste
(a) Sua atividade - "ele sai".
(b) Sua humildade - "e chora".
(c) Sua fidelidade - "levando semente preciosa".
2. O ceifeiro feliz.
(a) Seu tempo certo de colheita - "sem dúvida voltará".
(b) Sua alegria abundante - "com cantos de alegria".
(c) Com rica recompensa - "trazendo os seus feixes" (W. H. J.
P.).