SALMO 114


ASSUNTO E DIVISÃO
Este sublime CÂNTICO DO ÊXODO é uno e indivisível. Verdadeira poesia aqui alcançou o seu auge: nenhuma mente humana foi capaz de igualar, muito menos exceder, a grandeza deste salmo. Fala de Deus como saindo à frente de seu povo do Egito à Canaã, e fazendo que toda a terra se mova com sua vinda. As coisas inanimadas são representadas como imitando as criaturas vivas quando o Senhor passa. São apostrofadas e questionadas com força de linguagem maravilhosa, até que se parece ver a cena real. O Deus de Jacó é exaltado como tendo o comando sobre rio, mar e montanha, fazendo com que toda a natureza preste homenagem e tributo à sua gloriosa majestade.


DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1-2. O primeiro livramento de pecado é um tempo notável pela especial presença de Deus.
VERS. 1-2. O Senhor foi para seu povo:
1. Um libertador.
2. Um sacerdote - "seu santuário".
3. Um rei - "seu domínio".


VERS. 1, 7. "A casa de Jacó" e "o Deus de Jacó", o relacionamento entre os dois.


VERS. 2. A igreja, o templo de santidade e o domínio de obediência.


VERS. 3. O mar olhou, e fugiu; ou melhor, "O mar viu e fugiu" - viu Deus e todo seu povo seguindo a liderança dele, ficou pasmo de espanto e fugiu. Uma figura ousada. O Mar Vermelho refletiu as hostes que tinham descido até a sua margem, e refletiu a nuvem que se erguia bem alto sobre tudo, como símbolo da presença do Senhor: nunca antes houve tal cena captada em imagem sobre a superfície do Mar Vermelho, ou qualquer outro mar. Não pôde suportar a visão descomunal e assustadora, e fugindo para a direita e a esquerda, abriu uma passagem para o povo eleito. Um milagre similar aconteceu no final da grande marcha de Israel, porque o "Jordão foi mandado para trás". Era um rio que fluía rapidamente, se em um declínio íngreme, e não estava apenas dividido, mas a correnteza estava sendo empurrada de volta de modo que a torrente rápida, contrária à natureza, fluía para cima. Foi uma operação de Deus: o poeta não canta a suspensão de leis naturais, nem de um fenômeno singular não prontamente explicável; mas para ele a presença de Deus com seu povo é tudo, e em seu cântico grandioso ele conta como o rio foi empurrado para trás porque o Senhor esteve lá. Nesse caso a poesia não é senão o fato literal, a ficção fica por conta dos críticos ateus que sugerirão uma explicação qualquer para o milagre, em vez de admitir que o Senhor desnudou seu braço sacro aos olhos de todo o seu povo. A divisão do mar e o secar do rio se unem apesar dos quarenta anos interpostos, porque foram as cenas de abertura e encerramento de um grande evento. Assim também pela fé podemos unir nosso novo nascimento e nossa saída deste mundo para a herança prometida, pois o Deus que nos tirou do Egito, de nossa escravidão sob o pecado, também nos conduzirá pelo Jordão da morte de nossas peregrinações no deserto desta vida de provações e inconstante. É tudo um único e mesmo livramento, e o começo assegura o fim.
VERS. 3. A impenitência de pecadores repreendida pela criação inanimada.
VERS. 3. O Jordão retrocedeu, ou a morte foi vencida.


VERS. 4. A mutabilidade de coisas que parecem fixas e estabelecidas. O poder de Deus despertando mentes letárgicas, em meio a sistemas antigos e pessoas preconceituosas da mais alta linhagem.


VERS. 7-8. Temor santo.
1. Deve ser causado pela presença divina.
2. Deve ser aumentado por seu caráter de fazer aliança - "o Deus de Jacó".
3. Deve culminar quando vemos apresentações de sua graça para com seu povo - "fez da rocha um açude".
4. Deve se tornar universal.


VERS. 8. Maravilhas aparentadas ao milagre junto à rocha.
1. A morte de Cristo, fonte de vida.
2. Adversidade, um meio de prosperidade.
3. Corações duros se tornam penitentes.
4. Secura de alma transformada em abundância.
VERS. 8. Suprimentos divinos.
1. Garantidos - pois ele os extrairá até de uma rocha.
2. Abundantes - "um charco ou água parada".
3. Contínuos - "fontes de água".
4. Instrutivos. Devem criar em nós um santo pasmo diante do poder do Senhor.