TÍTULO
Este salmo não tem nenhum título, e tudo que sabemos de sua
autoria é que Paulo o cita como estando "em Davi" (Hb
4.7). É verdade que isso pode meramente significar que se encontra
na coletânea conhecida como salmos de Davi; mas se esse fosse o sentido
do Apóstolo, teria sido mais natural ele ter escrito, "dizendo
nos salmos"; por isso nos inclinamos a acreditar que Davi foi o autor
real deste poema. No original ele é verdadeiramente um cântico
hebraico, dirigido, tanto em sua exortação como em sua advertência,
ao povo judeu, mas temos o aval do Espírito Santo na epístola
aos Hebreus para usar seus apelos e solicitações quando apelando
aos crentes gentios. É um salmo de convite à adoração.
Tem nele como que um sonido de sinos de igreja, e como os sinos, ele soa
tanto alegre como solene, a princípio soltando um repique vivo,
e depois caindo num dobre de funeral, como se soasse no funeral da geração
que pereceu no deserto. Nós o chamaremos de SALMO DA PROVOCAÇÃO.
DIVISÃO
Seria correto quanto ao sentido dividir este salmo em um convite e uma
advertência para que se comece a segunda parte com a última
cláusula de Sl 95.7, mas no todo pode ser mais conveniente ver Sl
95.6 como "o coração em batimentos do salmo", como
Hengstenberg o chama, e fazer a divisão no final do Sl 95.5. Assim
formará (1) um convite com razões, e (2) um convite com advertências.
DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Um convite a louvar o Senhor.
1. Um método favorito de louvar o Senhor - "cantemos".
2. Um estado de espírito adequado para o canto - gratidão
alegre.
3. Um assunto apropriado para suscitar tanto alegria como gratidão
- a rocha de nossa salvação.
VERS. 1. A rocha de nossa salvação. Imagens expressivas.
Rocha de abrigo, apoio, habitação interior e suprimento -
ilustre esse último com a água fluindo da rocha no deserto.
VERS. 2.
1. O que se quer dizer com chegar à presença dele? Certamente
não em "lugares santos".
2. Que oferta é mais apropriada quando nós entramos em sua
presença?
VERS. 3.
1. A grandeza de Deus como Deus. Ele será concebido como grande
na bondade, poder, glória.
2. Seu domínio sobre todos os outros poderes no céu ou na
terra.
3. O culto que lhe é devido conseqüentemente.
VERS. 4-5. A universalidade do governo divino.
1. Em todas as partes do globo.
2. Em todas as providências.
3. Em toda fase de condição moral. Ou, coisas profundas,
ou altas, escuras ou perigosas estão em sua mão; circunstâncias
que mudam, terríveis, sobrepujantes como o mar, estão sob
o seu controle tanto quanto a confortável terra firme da paz e da
prosperidade.
VERS. 6. Um conceito real de Deus gera:
1. Uma disposição para cultuar.
2. Um incentivo mútuo para adorar.
3. Reverência profunda na adoração.
4. Um fortíssimo senso da presença de Deus conosco na adoração
(C. A. Davis).
VERS. 6-7. Deus deve ser adorado:
1. Ccomo nosso Criador - "quem nos fez".
2. Como nosso Redentor, "o povo".
3. Como nosso Preservador, "as ovelhas" (George Rogers).
Verse 7. O rogo do Espírito Santo.
1. A voz especial - "o Espírito Santo diz":
(a) Na Escritura.
(b) No coração de seu povo.
(c) Nos despertados.
(d) Pelos seus atos de graça.
2. Uma obrigação especial, "ouvir sua voz", instruindo,
mandando, convidando, prometendo, ameaçando.
3. Um tempo especial - "hoje". Enquanto Deus fala, depois de
um longo tempo, no dia da graça, agora, no estado em que você
está.
4. O perigo especial - "não endureçam o coração",
por indiferença, descrença, pedindo sinais, com presunção,
prazeres mundanos.
VERS. 7. Pecadores rogados a ouvirem a voz de Deus. "Ouçam
sua voz", porque:
1. A vida é curta e incerta.
2. Vocês não podem prometer, corretamente nem legalmente,
dar o que não é seu.
3. Se vocês adiarem, mesmo que seja só até amanhã,
vocês estarão endurecendo seus corações.
4. Há grande razão para crer que, se vocês adiarem
isto hoje, vocês nunca começarão.
5. Depois de certo tempo Deus pára de lutar com pecadores.
6. Não há nada irritante ou desagradável numa vida
religiosa, para fazer com que queiram adiar o começo dessa vida
(Edward Payson).
VERS. 7. A diferença dos tempos em relação à
religião. - Em um levantamento espiritual há grande diferença
de tempo. Para entender isso, eu mostro:
1. Que mais cedo e mais tarde não são iguais, com respeito
à eternidade.
2. Que tempos de ignorância e de conhecimento não são
iguais.
3. Que antes e depois de uma entrega de iniqüidade conhecida não
são iguais.
4. Que antes e depois de contrair hábitos ruins, não são
iguais.
5. Que o tempo da graciosa e particular visitação de Deus
e o tempo em que Deus retira sua graciosa presença e assistência,
não são iguais.
6. Que o tempo florescente de sua saúde e força, e a hora
de doença, fraqueza, e o aproximar da morte, não são
iguais.
7. O agora e o porvir, o presente e o futuro, este mundo e o mundo além,
não são iguais (Benjamin Whichcot).
VERS. 7. Esta suposição, Se ouvirem, e a conseqüência
inferida disso, não endureçam o coração, evidentemente
demonstram que um ouvir correto evita a dureza de coração;
especialmente o ouvir da voz de Cristo, isto é, o evangelho. É
o evangelho que faz e conserva um coração terno (William
Gouge).
VERS. 8-11.
1. O temeroso experimento de Israel de tentar a Deus.
2. O resultado terrível.
3. Que não seja tentado de novo (C. A. Davis).
VERS. 10. O erro e a ignorância que são fatais.
VERS. 11. O momento fatal da entrega de uma alma, de como pode ser apressado,
quais os sinais disso, e quais os resultados terríveis.
VERS. 10-11. O acender, crescer, e a força total da ira divina,
e seus resultados temíveis.