TÍTULO
Maschil de Asafe. Este é corretamente denominado um salmo instrutivo.
Não se trata apenas de uma recapitulação de eventos
importantes da história israelita, mas pretende ser uma parábola
que expõe a conduta e a experiência de crentes de todas as
épocas. É uma prova singular do embotamento de mente de muitos
professores que fazem objeção a sermões e exposições
sobre as partes históricas da Escritura, como se elas não
contivessem instrução em assuntos espirituais: fossem tais
pessoas realmente iluminadas pelo Espírito de Deus, perceberiam
que toda a Escritura é proveitosa, e corariam diante de sua própria
tolice em subestimar qualquer porção do volume inspirado.
DIVISÃO
A unidade é mantida muito bem do começo ao fim, mas para
a conveniência do leitor, podemos notar que Sl 78.1-8 pode ser visto
como prefácio, expondo o objetivo do salmista na epopéia
que ele escreve. Em Sl 78.9-41, o tema é Israel no deserto; então
ocorre um relato sobre a bondade anterior do Senhor para com seu povo ao
tirá-lo do Egito com pragas e maravilhas em Sl 78. 42-52. A história
das tribos é retomada em Sl 78.53, e continua até Sl 78.66,
quando chegamos ao tempo da remoção da arca para Sião
e a transferência da liderança de Israel de Efraim para Judá,
o que ocorre em canto de Sl 78.67-72.
DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. O dever de atender à palavra de Deus. Modos de negligenciar
o dever; modos de cumpri-lo; razões para obediência; os males
de não lhe dar atenção.
VERS. 2 (primeira cláusula). Pregue sobre a "Parábola
da nação pródiga", como é exposta no salmo
inteiro (C. A. Davies).
VERS. 2-3.
1. Verdades não são piores por serem velhas: diz o ditado
antigo. "Lenha velha", disse Lord Bacon, "é melhor
para queimar; livros velhos são melhores para ler; e amigos velhos
são aqueles em quem mais podemos confiar".
2. As verdades nada perdem por se ocultarem sob metáforas: "Em
parábolas abrirei; proferirei enigmas do passado".
3. As verdades nada perdem por serem repetidas freqüentemente.
(a) São mais testadas.
(b) São melhor testificadas (G. R.).
VERS. 3. A ligação entre o que "ouvimos", e o que
"conhecemos" pessoalmente em religião.
VERS. 4. Uma boa decisão, e um resultado abençoado (C. D.).
VERS. 4.
1. O que deve ser conhecido? Os louváveis feitos do Senhor; o seu
poder e as maravilhas que fez.
2. Quem deve conhecer? As gerações que virão.
3. Por quem? Pais - de uma geração para a outra.
4. Como se tornarão conhecidas?
(a) Não se escondendo nada.
(b) Declarando tudo que Deus fez (G.R.).
VERS. 5. Tradição bíblica, ou pela peça preciosa
da herança que é o evangelho.
VERS. 5-8. Religião de família.
1. O conhecimento dos pais é a herança dos filhos - Sl 78.5-6.
2. A queda dos pais, a preservação dos filhos - Sl. 78.7-8.
VERS. 5-8.
1. Verdade uma vez começada não pode ser interrompida - Sl
78.5-6.
2. Verdade recebida liga a alma a Deus - Sl 78.7.
3. Verdade rejeitada acende faróis para outros - Sl 78.8.
VERS. 7-8. Sobre a aparência enganosa do coração, ao
desconsiderar as dispensações providenciais em geral (John
Jamieson, Sermons on the Heart, 1.430).
VERS. 8. Teimosia e não firmeza, ou a diferença entre um
vício natural e uma qualidade graciosa.
VERS. 8. O coração falso (cláusula central), com sua
mão esquerda, "Teimosia no erro" (primeira cláusula),
e sua mão direita "inconstância no direito" (última
cláusula) (C. D.).
VERS. 9. Quem eram? O que tinham? O que fizeram? Quando o fizeram?
VERS. 9, 67. A apostasia de crentes eminentes.
1. Os soldados do Senhor: quem eram; pertencentes ao povo escolhido de
Deus; eram distinguidos pela graça (Gn 48.17-20). Fortes pela bênção
de Deus (Dt 33.17). Lugar honroso entre seus irmãos. Favorecidos
com o tabernáculo em Siló - Sl 78.60.
2. Seu equipamento: armamento defensivo e ofensivo, como o dos outros que
triunfaram.
3. Seu comportamento em batalha: voltar era traição, covardia;
era perigoso, desastroso, desonroso.
4. Seu castigo - Sl 78.57. Privado de sua honra especial (Ap 3.11) (C.
D.).
VERS. 10-11. As gradações do pecado: negligenciar, rejeitar,
esquecer de Deus (C. D.).
VERS. 12-16. Deus revelado em seus feitos. O Deus que opera maravilhas
- Sl 78.12-16. O Deus vingador - Sl 78.12. O Deus que intervém -
Sl 78.13. O Deus que guia - Sl 78.14. O Deus Pai - Sl 78.14-16 (C. D.).
VERS. 12-17. Obstinação pela descrença. Avança
contra a majestade de Deus - Sl 78.17; sua graciosa providência -
Sl 78.14-16, seu cuidado que se interpõe - Sl 78.13; sua justiça
vingadora - Sl 78.12; sua graça distintiva - Sl 78.12-16 (C. D.).
VERS. 12-17. Prodígios não podem converter a alma (Lc 16.31)
(C. D.).
VERS. 15-16. Suprimentos divinos a tempo, abundantes, da maior excelência,
maravilhosos.
VERS. 16. Regatos que vêm da Rocha Jesus Cristo.
1. Sua fonte.
2. Sua variedade.
3. Sua abundância (B. Davies).
VERS. 12-17. Obstinação pela descrença. Avança
contra a majestade de Deus - Sl 78.17; sua graciosa providência -
Sl 78.14-16; seu cuidado interposto - Sl 78.13; sua justiça vingadora
- Sl 78.12; sua graça que distingue - Sl 78.12-16 (C. D.).
VERS. 12-17. Prodígios não conseguem converter a alma, Lc
16.31 (C. D.).
VERS. 17. O pecado em seu progresso se alimenta de misericórdias
divinas para avançar, como também as demais circunstâncias.
VERS. 17-21.
1. Tentaram a paciência de Deus; Sl 78.17.
2. Tentaram a sabedoria de Deus; Sl 78.18.
3. Tentaram o poder de Deus; Sl 78. 19-20.
4. Tentaram a ira de Deus; Sl 78.21 (E. G. Gange).
VERS. 18-21. O progresso do mal.
1. Eles se desviaram por causa da cobiça: Sl 78.18.
2. A cobiça concebida gera o pecado: Sl 78.19-20.
3. O pecado completado gera a morte: Sl 78. 21. "As carcaças
deles caíram" (C. D.).
VERS. 21-22. As más conseqüências da descrença.
1. O pecado em si: eles duvidaram da certeza, integralidade e realidade
da salvação divina na saída do Egito.
2. O agravamento desse pecado: o objetivo era Deus; quem deu lugar à
insatisfação foi o povo dele. Mas os auxílios para
a fé foram negligenciados.
3. A que isso os levou; pecado interno - Sl 78.18; pecado externo - Sl
78.19.
4. Ao que isso os sujeitou: Sl 78.21. Serpentes venenosas (Nm 21.6-8) (C.
D.).
VERS. 25. Diferentes tipos de comida. Comida de animais (Lc 15.16). Comida
de pecadores (Os 4.8). Comida de formalistas (Os 12.1). Comida de santos
(Jr 15.16, Jo 6.53-57). Comida de anjos. Comida de Cristo (Jo 4.34) (C.
D.).
VERS. 29-31. Orações perigosas. Quando a cobiça dita,
a ira poderá responder. Deixe que a graça dite, e a misericórdia
responderá (C. D.).
VERS. 34-37. Os pés do hipócrita, Sl 78.34. A memória
do hipócrita, Sl 78.35. A capa do hipócrita e o coração
do hipócrita (C. D.).
VERS. 38 (última cláusula) e Sl 78.50 (primeira cláusula)
A ira de Deus praticada contra seu povo e contra seus inimigos (C. D.).
VERS. 39, 35. A lembrança que Deus tem de seu povo e a lembrança
que estes têm de Deus.
VERS. 42. O grande dia.
1. O inimigo enfrentado nesse dia.
2. O conflito suportado.
3. O livramento realizado.
4. A alegria sentida (B. D.).
VERS. 45. O poder das coisas pequenas quando incumbidas de nos atazanar.
VERS. 47 (última cláusula). Algumas vezes, o tiro não
sai. Às vezes, sai. E quando sai, erra o alvo.
VERS. 52.
1. Deus tem um povo no mundo.
2. Ele os leva para um lugar à parte dos outros.
3. Ele os traz à comunhão consigo.
4. Ele os traz para a comunhão de uns com os outros.
5. Ele os guia para o seu descanso.
VERS. 55. Substituição divina. Ele substitui os anjos caídos
no céu. Uma nação da terra por outra (veja toda a
história). Os pensamentos e afetos do coração na regeneração
- Is 55.13 (C. D.).
VERS. 56-57. Sobre como o coração é enganoso no que
diz respeito ao cumprimento do dever (J. Jamieson, 1.326). Sobre a falsidade
do coroação, no que diz respeito à omissão
da obrigação (J. Jamieson, 1.353).
VERS. 59-72.
1. Um pôr-do-sol escuro, Sl 78.59-60.
2. Uma noite terrível, Sl 78.60-64.
3. Um amanhecer abençoado, Sl 78.65-72 (C. D.).
VERS. 59, 67. A apostasia de crentes proeminentes.
1. Os soldados do Senhor: quem eram, pertencentes ao povo escolhido de
Deus; eram distinguidos por graça (Gn 48.17-20). Fortes pela bênção
de Deus (Dt 33.17). Uma posição de honra entre seus irmãos.
Favorecidos com o tabernáculo em Siló - Sl 78.60.
2. Seu equipamento: armas defensivas e ofensivas; como as de outros que
venceram.
3. Seu comportamento na batalha: voltar atrás era traição,
covardia, perigoso, desastroso, era uma desonra.
4. Seu castigo - Sl 78.57. Ficarem privados de sua honra especial (Ap 3.11)
(C. D.).
VERS. 70-72. Promoções espirituais.
VERS. 72. Apesar de suas transgressões, das quais ele sempre se
arrependia e que foram portanto apagadas do Livro de Deus, Davi permanece
para todos os príncipes e soberanos da terra como o padrão
mais nobre. Em perfeita verdade interna, ele sabia e se sentia ser "Rei
pela graça de Deus". A coroa e o cetro ele levava como administrador
para o rei de todos os reis; e até seu último fôlego
ele procurou com toda sua sinceridade ser encontrado como um genuíno
rei teocrático, que em tudo devia conduzir seu governo terreno de
acordo com as ordenanças e instruções de Deus. Portanto,
o Senhor fez com que tudo em que punha a mão prosperasse, e nada
estava mais claro para o povo do que o fato que o Senhor verdadeiramente
estava com o rei (Frederick William Krummacher, em David, the King of Israel,
1867).