SALMO 73


TÍTULO
Um salmo de Asafe. Este é o segundo salmo atribuído a Asafe, e é o primeiro de onze salmos consecutivos que levam o nome desse célebre cantor. Alguns escritores não têm certeza de que Asafe os tenha escrito; tendem a crer que Davi seja o autor, e Asafe a pessoa a quem foram dedicados, para que ele os pudesse cantar quando se tornou o mestre dos músicos. Mas, embora, nós também nos inclinemos nessa direção, os fatos devem ser ouvidos, e descobrimos em 2Cr 29.30 que Ezequias ordenou aos levitas que cantassem "com as palavras de Davi e do vidente Asafe"; e, além disso, em Ne 12.46, Davi e Asafe são mencionados como distintos dos "dirigentes dos cantores", e, conforme parece, como co-autores de salmodia. Podemos, portanto, admitir que Asafe seja o autor de alguns dos salmos, se não dos doze salmos que lhe são atribuídos. Muitas vezes, um grande astro que parece ser apenas um aos olhos de observadores comuns, quando estudado mais de perto, se revela dono de uma personalidade binária; então, neste caso, os salmos de Davi são os de Asafe também. O grande sol de Davi tem um satélite na lua de Asafe, este homem de Deus.


ASSUNTO
Curiosamente, o salmo 73 corresponde, no que diz respeito ao tema, com o salmo 37: ajudará a memória dos mais novos observar a inversão dos números. O tema é a pedra de tropeço de bons homens, que os amigos de Jó não conseguiam transpor; isto é, a prosperidade atual de homens maus e as tristezas dos piedosos. Filósofos pagãos já quebraram a cabeça sobre isso, enquanto que para crentes isso tem sido com freqüência uma tentação.


DIVISÃO
Em Sl 73.1, o salmista declara sua confiança em Deus, e como que põe seu pé sobre uma rocha enquanto relata seu conflito interior. Em Sl 73:2-14, ele declara sua tentação; depois, em Sl 73.15-17, sente-se confuso para descobrir como agir, mas, por fim, encontra livramento para o seu dilema. Descreve com temor a sorte dos ímpios em Sl 73.18-20, condena sua própria tolice e adora a graça de Deus em Sl 73.21-24, e conclui renovando sua lealdade a seu Deus, que ele toma novamente como sendo sua porção e deleite.


DICAS PARA O PREGADOR
Salmo inteiro. Contém a provação do homem piedoso na primeira parte, e seu triunfo na parte final. Temos:
1. O conflito aflitivo entre a carne e o espírito, até o versículo 15.
2. A gloriosa vitória do espírito sobre a carne, até o final (G. Swinnock).
Salmo inteiro.
1. A causa de sua perturbação.
2. A sua cura.
3. A postura do salmista após isso (G. Swinnock).


VERS. 1. O verdadeiro Israel, a grande bênção, e a certeza dela: ou, a proposição do texto apresentado, reforçado e aplicado.
VERS. 1 (primeira cláusula). Os haveres que Israel já recebeu de Deus são:
1. Pela quantidade, os maiores;
2. Pela variedade, os mais seletos;
3. Pela qualidade, os mais doces;
4. Pela segurança, os mais garantidos.
5. Pela duração, os mais duradouros (Simeon Ash).


VERS. 2.
1. Até onde um crente pode cair?
2. Até onde ele não cairá.
3. Quais temores são e quais não são permissíveis?
VERS. 2. Um retrospecto de nossas escorregadelas; prospectos de perigo futuro; preparação no presente para isso.


VERS. 4. Morte quieta; os casos dos piedosos e ímpios distinguidos pelas causas da quietude, e a insegurança de meras emoções.


VERS. 5. A porção do bastardo contrastada com aquela do filho verdadeiro.


VERS. 7. Os perigos da opulência e da luxúria.


VERS. 8. A ligação entre um coração corrupto e uma língua soberba.


VERS. 10.
1. O copo do crente é amargo.
2. Está cheio.
3. Seu conteúdo são águas variadas.
4. É apenas um copo, medido e limitado.
5. É o copo de seu povo, e, em conseqüência, opera o bem no mais alto grau.


VERS. 11. A pergunta aberta do ateu; a pergunta prática do opressor; a pergunta tímida do santo receoso. As razões pelas quais nunca é feita, e os motivos conclusivos que põem a questão fora de dúvida.


VERS. 12. Este versículo sugere solenes investigações para pessoas que estão ficando ricas.


VERS. 14. O castigo freqüente e até constante dos justos; sua necessidade e seu projeto, e as consolações ligadas a isso.


VERS. 15. Como nós podemos causar prejuízos para os santos; por que devemos evitar isso e de que maneira.


VERS. 17.
1. Entrada no lugar de comunhão com Deus, seus privilégios e o caminho para isso.
2. Lições aprendidas nesse lugar santo; o texto menciona uma.
3. A influência prática da comunhão e da instrução.


VERS. 17-18. O fim para o pecador; sermão de Spurgeon.


VERS. 18. Certamente tu os pões em terreno escorregadio.
1. Isso significa que eles estavam sempre expostos a destruição súbita, inesperada. Como aquele que anda em lugares escorregadios está a todo momento sujeito a cair, ele não pode prever num momento se ficará de pé ou se cairá no próximo instante; e, quando cai, cai de vez sem aviso prévio.
2. São capazes de cair sozinhos, sem serem derrubados pela mão de outro; como aquele que fica de pé ou caminha em lugar escorregadio nada precisa senão seu próprio peso para o jogar no chão.
3. Nada há que segura homens maus em algum momento fora do inferno senão a vontade de Deus (Jonathan Edwards).


VERS. 18-20. O fim dos maus é/está:
1. Perto: Certamente os pões. Pode acontecer a qualquer hora.
2. Judicial. (Tu) os fazes cair.
3. Repentino: São destruídos de repente.
4. Atormentado: Tomados de pavor ... Tu os farás desaparecer.
5. Eterno: Deixados sós; desaparecidos da mente de Deus; e menos-prezado como um sonho quando a pessoa acorda. Nenhum ato posterior com respeito a eles, nem por livramento nem por aniquilação.


VERS. 19. O primeiro olhar e a primeira sensação do inferno de um pecador orgulhoso e rico, que acaba de morrer em paz.


VERS. 20. O objeto desprezível: um pecador que se considera virtuoso, ou que se gaba, ou que é perseguidor ou caviloso, ou avaro quando sua alma é chamada à presença de Deus.


VERS. 22. Nossa insensatez, ignorância e insensibilidade. Quando demonstrada. Que efeito o fato deve ter sobre nós; e o quanto isso ilustra a graça divina.


VERS. 22-25.
1. A confissão do salmista com respeito à carne.
2. As expressões fiéis do espírito.
3. A conclusão de todo o assunto.


VERS. 25. Deus é a melhor porção do Cristão; sermão de Spurgeon.
VERS. 25. O céu e a terra revistados para se encontrar uma alegria que iguale ao Senhor. Que o pregador pegue várias alegrias e mostre sua inferioridade.


VERS. 26.
1. A queixa do salmista: O meu corpo e o meu coração poderão fraquejar.
2. Seu consolo: Mas Deus. Ou então podemos tomar nota (a) da fragilidade de sua carne; (b) do florescimento de sua fé.
DOUTRINA NÚMERO 1.
Que a carne do homem lhe será insuficiente. O coração do homem por mais elevado, mais santo que seja, nem sempre agüenta. O profeta foi um grande e gracioso homem, contudo, sua carne falhou.
DOUTRINA NÚMERO 2.
Esse é o consolo de um cristão, em sua condição mais triste, que Deus é sua porção (G. Swinnock).
VERS. 26. "The Fading of the Flesh" (A debilidade da carne). Título de Swinnock. Tratado.
VERS. 26. Onde falhamos e onde não podemos falhar.


VERS. 27.
1. As tristes condições.
2. As terríveis punições.
3. As consolações implícitas.


VERS. 28. Aproximar-nos de Deus é nossa sabedoria, nossa honra, nossa segurança, nossa paz, nossas riquezas [Sermão de Thomas Watson: "The Happiness of Drawing Near to God". (A Felicidade de Aproximarmo-nos de Deus), 1669].
VERS. 28. A conclusão de Davi; ou, a conclusão do santo (R. Sibbes).
VERS. 28.
1. A linguagem da oração: Bom é estar.
2. Da fé: Fiz do Soberano Senhor.
3. Do louvor: Proclamarei todos os teus feitos (G. R.).