TÍTULO
Não há título nenhum neste salmo, e, por isso, há
quem ache que o salmo 70 pretendia ser um prelúdio deste e que foi
separado dele. Tais idéia não têm valor para este nosso
estudo. Já encontramos cinco salmos sem título, que são,
mesmo assim, tão completos como aqueles que os têm. Temos
aqui O SALMO DO CRENTE IDOSO, que em santa confiança de fé,
fortalecido por longa e extraordinária experiência, roga contra
seus inimigos e pede mais bênçãos para si. Já
antecipando uma resposta graciosa, ele promete magnificar grandemente o
Senhor.
DIVISÃO
Os primeiros quatro versículos são o grito da fé por
socorro, os próximos quatro são um testemunho de experiência.
Em Sl 71.9-13, o santo ancião suplica contra seus inimigos, e depois
se regozija em esperança, Sl 71.14-16. Volta a orar em Sl 71.17-18,
repete as esperanças confiantes que alegraram sua alma, Sl 71.19-21,
e então conclui com a promessa de abundar em ações
de graças. Em todo ele, este salmo pode ser visto como vocalização
de uma fé que se esforça, mas nunca vacila.
DICAS PARA O PREGADOR
Argumentos usados para induzir o Senhor a ouvir, tirados:
1. Da sua justiça e eqüidade: Livra-me por tua justiça.
2. De sua palavra e promessa: Dá ordem para que me libertem.
3. Do seu poder: És a minha rocha.
4. Do seu relacionamento com ele: Meu Deus, minha esperança.
5. Das qualidades de seus adversários: Eles eram ímpios,
perversos e cruéis.
6. De sua confiança: Tu és minha esperança.
7. De sua providência graciosa: Tu me sustentaste.
8. De seu coração agradecido: Eu sempre te louvarei.
9. Ele não tinha ninguém em quem confiar senão Deus:
Tu és o meu refúgio (Adam Clarke).
VERS. 1. Fé é um ato presente; fé é um ato
pessoal, fé trata somente com Deus, fé sabe do que ela trata,
fé mata seus temores orando.
VERS. 2. Um apelo.
1. Ao poder de Deus: Resgata-me.
2. À fidelidade de Deus: Por tua justiça.
3. À providência de Deus: Livra-me.
4. À condescendência de Deus: Inclina o teu ouvido.
5. À misericórdia de Deus: Salva-me.
VERS. 2. Resgata-me. Faze-me escapar (KJV). De quem? Do quê? Como?
Por qual poder? Para que fim?
VERS. 3 (primeiras duas cláusulas). O crente permanecendo em Deus
e continua-mente recorrendo a ele.
VERS. 3 (terceira cláusula). Uma ordem baseada na promessa divina,
provida de poder divino, dirigida a todas as agências necessárias,
e satisfazendo todas as exigências.
VERS. 4.
1. Quando Deus está a nosso favor, os maus estão contra nós.
2. Quando os maus estão contra nós, Deus está a nosso
favor.
VERS. 5. Deus, a essência da esperança e fé.
VERS. 7 (primeira cláusula). Pode ser adaptado:
1. Ao Salvador.
2. Ao Santo. Ele é uma maravilha em referência:
(a) Àquilo que um dia foi.
(b) Àquilo que ele agora é.
(c) Àquilo que será no além.
3. O pecador é "um exemplo para muitos", um exemplo notório
para três mundos:
(a) Anjos.
(b) Santos.
(c) Demônios e almas perdidas (Warwell Fenn, 1830).
VERS. 7. Considere o texto, com referência a Davi, a Cristo e ao
cristão.
1. Com referência a Davi:
(a) Davi foi admirável como homem.
(b) Como rei.
(c) Como servo de Deus.
2. Com referência a Cristo:
(a) Cristo foi admirável em sua pessoa.
(b) Em sua vida.
(c) Em seus milagres.
(d) Em seu ensinamento.
(e) Em seus sofrimentos.
(f) Em sua ascensão e glória mediadora.
3. Com respeito ao cristão:
(a) O cristão é admirável para si mesmo.
(b) Para o mundo.
(c) Para os espíritos maus.
(d) Para os anjos no céu (John Cawood, 1830).
VERS. 8.
1. O quê? enchido com quê? Murmurações? Dúvidas?
Temores? Não! Louvor. Meu próprio? Dos homens? Não.
Teu louvor. Tua honra - teu esplendor.
2. Quando? O dia todo.
(a) O dia inteiro.
(b) Todos os dias, uma boa preparação para o céu.
VERS. 9. Há algumas circunstâncias especiais da idade avançada
que tornam essa bênção - o favor e a presença
de Deus - necessária.
1. A velhice é um tempo de apenas pouca apreciação
natural, como Barzilai reconheceu, 2Sm 19.35.
2. É um tempo no qual se sabe que as dificuldades da vida muitas
vezes aumentam.
3. É uma idade em que as dificuldades da vida não só
aumentam como se tornam menos toleráveis.
4. A velhice é um tempo que deveria merecer respeito, e é
assim entre crianças obedientes e todos os cristãos sérios;
mas, com freqüência, sabemos que é tratado com negligência.
É o caso, especialmente, em que os velhos são pobres e dependentes.
Também é o caso em que personagens públicos perderam
a vivacidade jovial e o brilho de seus talentos (A. Fuller).
VERS. 9. Há:
1. Medo, misturado com fé.
(a) Natural com a idade avançada.
(b) Sugerido pelo costume do mundo.
2. Fé misturada com temor: "Não me rejeites".
(a) A velhice não é um pecado.
(b) É uma coroa de glória se encontrada.
VERS. 11-12. Duas grandes mentiras e duas orações doces.
VERS. 13-14.
1. O que os maus ganham com sua oposição aos justos: Sejam
envergo-nhados (ARA) Sl 71.13.
3. O que os justos ganham por serem resistidos por eles, Sl 71.14: Mas
eu.
VERS. 14. "Cada Vez Mais" ("More and More", sermão
de Spurgeon).
VERS. 15.
1. A determinação declarada.
(a) Para relatar os casos da fidelidade divina em seus livramentos.
(b) Para relatá-los publicamente: Minha boca.
(c) Constantemente: sem cessar.
2. O motivo dado: Pois não sei o número deles (KJV). "A
eternidade é pouco tempo demais para dizer todo o louvor de ti".
Por isso começo agora, e continuarei.
VERS. 16.
1. A decisão: Proclamarei.
2. A restrição: Unicamente a tua justiça.
VERS. 17. Ó Deus, tens me ensinado. Ninguém senão
Deus pode nos ensinar experimentalmente; e as lições que
ele ensina são sempre úteis e importantes. Ele ensina todos
os seus estudiosos a se conhecerem - sua própria depravação,
pobreza e escravidão. Ele lhes ensina sua lei - sua pureza, reivindicações
e penalidade. Ele lhes ensina seu evangelho - sua plenitude, liberdade
e sensibilidade. Ele lhes ensina a conhecer a ele próprio; como
um Deus reconciliado, como seu Pai e amigo fiel. Seu ensino vem acompanhado
de poder e autoridade. Podemos conhecer o ensino divino pelos seus efeitos:
sempre produz humildade. Eles se sentam a seus pés; produz dependência
dele; aversão ao pecado; amor a Deus como professor; obediência
às lições ensinadas; sede por mais resultados; e nos
traz cada dia a Jesus (James Smith).
VERS. 18. O testemunho especial da velhice piedosa, em que se baseia, a
quem se dirige, e o que podemos esperar disso.
VERS. 19. Um sermão poderá ser trabalhado instrutivamente
sobre "as coisas altas de Deus".
VERS. 20.
1. O benefício futuro das aflições presentes: "Daqui
em diante", disse Enéias aos seus companheiros naufragados,
"será para nós um deleite pensar nestas coisas"
(ref. à Eneida de Virgílio).
2. O benefício presente de misericórdias futuras: "Glória
a ti por toda a graça que não provamos ainda".
VERS. 22. Uma fina opção para cantar - Celebro a tua verdade
(ARA) - "tua verdade", que pode significar ou verdade doutrinária,
ou os atributos de fidelidade, sua manifestação na história
e em nossa própria experiência.
VERS. 22-23.
1. A alma da música. Não no instrumento nem na voz, mas na
alma. "Cantarei com o entendimento também". "Fazendo
melodia no coração".
2. A música da alma. Pois tu me redimiste. Redenção
é a música de almas que antes estavam perdidas. Seu único
cântico no céu.
VERS. 24. Como tornar a conversa familiar edificante e útil.