TÍTULO
Ao mestre da música, um salmo ou canto de Davi. Já falamos
o bastante sobre esse título quando tratamos dos salmos 65 e 66.
Este é obviamente um cântico para ser cantado na remoção
da arca e, com toda certeza, foi usado quando Davi a levava com alegria
santa da casa de Obede-Edom para o lugar preparado no Monte Sião.
É um hino que comove a alma. Os primeiros versículos foram
muitas vezes o hino de batalha das lutas político-religiosas nas
Ilhas Britânicas envolvendo perseguição e vindicações
da Reforma. E todo o salmo retrata de modo adequado os caminhos do Senhor
Jesus entre os seus santos, e sua ascensão à glória.
O salmo é, ao mesmo tempo, excelente e difícil. Em alguns
versículos, sua escuridão é totalmente impenetrável.
Bem falou um crítico alemão ao se referir a ele como um Titã
difícil de domar. Nossa reduzida erudição nos tem
falhado e, por isso, temos seguido um Guia mais seguro. Confiamos, no entanto,
que nossos pensamentos não deixam de ser proveitosos.
DIVISÃO
Com as palavras dos primeiros dois versículos a arca é levantada,
e a procissão começa a andar. Em Sl 68.3-6, os piedosos da
assembléia são exortados a começar a cantar seus cânticos
alegres, e argumentos são citados para incentivar sua alegria. Então,
se canta a gloriosa marcha de Jeová no deserto, Sl 68.7-10, e suas
vitórias na guerra são celebradas nos versículos Sl
68.11-14. Os gritos alegres soam mais altos quando Sião é
avistado, e a arca é levada morro acima, Sl 58.15-19. No cimo do
monte, os sacerdotes cantam um hino a respeito da bondade e justiça
do Senhor; a segurança dos seus amigos e a ruína de seus
inimigos, Sl 68.20-23. Enquanto isso, a procissão é descrita
subindo pelas curvas do monte em Sl 68.24-27. O poeta antecipa um tempo
de maiores conquistas, Sl 68.28-31, e conclui com uma nobre explosão
de cântico à Jeová.
DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1-2.
Primeiro. A igreja de Deus sempre teve, e sempre terá, inimigos
e quem a odeie; pois contra eles o salmista se arma, e arma a igreja, com
esta oração.
Segundo. Os inimigos da igreja são inimigos de Deus; quem odeia
a igreja, odeia a Deus. Teus inimigos, aqueles que te odeiam.
Terceiro. Deus, às vezes, parece dormir ou estar imóvel,
e deixa esses inimigos ou que odeiam fazerem o que querem por algum tempo.
Isso, também, está implícito: aquele a quem dizemos
"Levante-se, está dormindo ou imóvel".
Quarto. Haverá um tempo em que Deus se levantará.
Quinto. A hora de Deus levantar será a hora dos inimigos se espalharem,
os que o odeiam voarem.
Sexto. É dever do povo de Deus orar para ele quando parece estar
em baixa, exaltá-lo em seus louvores quando ele se levanta para
salvá-los e redimi-los; pois estas palavras são tanto uma
oração como um triunfo conforme são usadas tanto por
Moisés ou por Davi. Thomas Case pregou um sermão rápido
diante da Câmara dos Comuns, intitulado "Deus se levantando,
seus inimigos se espalhando" (1644).
VERS. 1-3. Oração pelo Segundo Advento (A. Macaul).
VERS. 4.
1. O nome que inspira o cântico: Jah.
(a) O que existe por si mesmo.
(b) Imutável.
(c) Eterno.
2. O canto inspirado por esse nome.
(a) De exultação.
(b) De confiança
(c) De alegria (G. R.).
VERS. 5. As reivindicações de viúvas e órfãos
sobre a igreja de Deus, pelo relacionamento de Deus com eles, e por Deus
habitar a igreja.
VERS. 6. Comparação das igrejas com famílias.
VERS. 6.
1. Dois males curáveis: os do "solitários" e "presos".
2. Duas bênçãos ricas: ser "colocados em famílias"
e sair para a "prosperidade".
3. Um mal monstruoso, e suas sofridas conseqüências.
VERS. 7-8.
1. Deus tem seu tempo para salvar seu povo de suas aflições:
Quando saíste.
2. Seu livramento é completo: a terra tremeu; tudo cedeu diante
dele.
3. O livramento é maior ainda pela demora.
(a) É assim em si mesmo.
(b) É mais apreciado: como no caso de Jó, Abraão,
Israel diante do mar Vermelho, Daniel, seus três companheiros (G.
R.).
VERS. 7-9.
1. A presença de Deus na sua igreja.
(a) Sua preeminência: "à frente".
(b) Como Deus da aliança de Israel.
(c) Como atuando e ativando.
(d) Seu governo dentro, em meio a eles: eles seguem.
(e) Seu plano fora: marchando para guerra.
2. As benditas conseqüências.
(a) Mesmo os mais impassíveis tremem.
(b) Os imponentes se curvam.
(c) As dificuldades são removidas: "Sinai".
(d) As bênçãos são abundantes.
(e) A igreja é avivada.
VERS. 9.
1. A misericórdia de Deus é comparada a uma chuva.
(a) Cai direta do céu, não vem através de sacerdotes.
(b) É pura e não mista.
(c) Ninguém tem o monopólio dela.
(d) Não há substituto para ela.
(e) É dispensada soberanamente, quanto a
(1) Hora.
(2) Lugar.
(3) Maneira.
(4) Medida.
(f) Funciona eficientemente (Is 55.10).
(g) A oração a alcança.
2. Há estações quando essas chuvas caem.
(a) Na casa de Deus.
(b) Por meio da graça.
(c) Em oração.
(d) Em aflição.
(e) Quando os santos estão exaustos.
(1) Por trabalho.
(2) Por doença.
(3) Por falta de sucesso.
(f) Pelo Espírito Santo refrescar o coração.
3. Essas chuvas pretendem "confirmar o povo de Deus".
4. São desejadas agora.
VERS. 9.
1. A igreja é herança de Deus.
(a) Escolhida.
(b) Comprada.
(c) Adquirida.
2. Embora seja herança dele, às vezes, ela fica cansada.
3. Quando cansada, será refrescada por ele (G. R.).
VERS. 10. (segunda cláusula). Bondade especial, para um povo especial,
especialmente preparado.
VERS. 10. (segunda cláusula). É falada com referência
aos pobres, porque:
1. Eles são a massa maior da humanidade; e seja o que for que o
orgulho pense, no olho da razão, política e revelação,
são a parte bem mais importante, útil e necessária.
2. Seriam mais afetados por deficiência.
3. Incentive-se aqueles que estão em condições humildes
e dificultosas a depender dela.
4. Cabe reforçar nossa atenção sobre eles pelo exemplo
divino (W. Jay.).
VERS. 11. A divindade do evangelho; os diversos modos e agentes para sua
divulgação.
VERS. 11-12.
1. A palavra dada: "O Senhor".
2. A palavra proclamada: "muitos".
3. A palavra obedecida; "Reis". Assim foi nos tempos do Antigo
Testamento, quando foi para Josué, para Gideão, para Davi
que o Senhor deu a palavra, e ela correu pelas hostes e "reis de exércitos".
Assim foi nos tempos apostólicos, quando a palavra da reconciliação
foi dada. Assim é ainda, e será mais do que nunca daqui para
a frente (G. R.).
VERS. 12. (última cláusula). A igreja em redenção
como uma esposa demorando nas tarefas do lar; o espólio da obra
gloriosa e completada de seu Senhor, e sua divisão.
VERS. 13.
1. O contraste.
(a) Em vez de humilhação, exaltação.
(b) Em vez de poluição, pureza.
(c) Em vez de inércia, atividade.
(d) Em vez de deformidade, beleza.
2. Sua aplicação.
(a) À penitência e perdão.
(b) À depravação e regeneração.
(c) À aflição e recuperação.
(d) À deserção e consolação
(e) À morte e glória (G. R.).
VERS. 14.
1. Onde as maiores batalhas da terra são travadas. "Espalhadas"
"nela", isto é, em Sião.
2. Por quem? O Todo-Poderoso.
3. Quando? Em resposta à fé e à oração
de seu povo.
4. Como?
(a) Sem barulho, quietamente, como cai a neve.
(b) Sem auxílio humano: como neve que não foi pisada.
(c) Sem violência: "Sem sangue estava a neve não pisada"
(G. R.)
VERS. 15-16.
1. A superioridade do monte de Sião.
(a) Em fertilidade, ao monte de Basã; para prazeres terrestres.
(b) Em glória, a outros montes; a alturas humanas do saber e do
poder.
2. A razão daquela superioridade.
(a) O lugar escolhido por Deus.
(b) De seu deleite.
(c) De sua habitação.
(d) De sua continuidade para sempre (G. R.).
VERS. 16.
1. A igreja, o lugar de habitação de Deus.
(a) Eleita desde há muito.
(b) Favorecida para sempre.
(c) Que proporciona descanso. Como lar para Deus.
(d) Que recebe honra. Para si.
2. A igreja, portanto, invejada por outros.
(a) Eles sentem sua própria grandeza excedida.
(b) Eles saltam de raiva.
(c) São ilógicos em fazer isso.
VERS. 17-18.
1. A comparação entre Sião e Sinai.
(a) O mesmo Senhor está lá: "No meio deles está
o Senhor", (ARA).
(b) Os mesmos atendentes: "Os carros".
2. O contraste.
(a) Deus desceu no Sinai, ascendeu de perto de Sião.
(b) Pôs um jugo sobre eles em Sinai, em Sião dá dádivas.
(c) Em Sinai falou aterrorizando, em Sião recebe dádivas
para os rebeldes.
(d) Em Sinai apareceu por um tempo curto, em Sião habita para sempre
(G. R.).
VERS. 18.
1. A ascensão de Cristo.
2. Suas vitórias.
3. As dádivas que ele recebeu para os homens; e
4. O grande fim para o qual ele os doa (John Newton).
VERS. 18. Para que o Senhor Deus pudesse morar entre eles. É base
para admiração piedosa que Deus pudesse morar entre os homens,
quando contemplamos sua imensidade, superioridade excelsa, independência,
santidade e soberania; contudo ele o faz:
1. Na vinda de Cristo ao mundo.
2. No residir de seu Espírito no coração.
3. Na presença de Deus em suas igrejas (William Staughton, D.D.,
1770-1829).
VERS. 19.
1. O volume de benefícios.
2. O volume de obrigação.
3. O volume de louvor que é devido por isso.
VERS. 19.
1. A salvação não deve ser esquecida em meio às
misericórdias de cada dia.
2. As misericórdias diárias não devem ser esquecidas
em meio ao prazer da salvação (G. R.).
VERS. 20. A morte na mão de Deus.
1. Meios de escapar dela.
2. Entradas para ela.
3. A saída dela no além.
4. A porta que, quando é fechada, nos fecha nela eternamente.
VERS. 20.
1. O que Deus tem sido para o seu povo.
(a) Sua salvação.
(b) Sua porção: "Nosso Deus".
2. O que ele será: Com eles.
(a) Até a morte.
(b) Na morte.
(c) Após a morte (G. R.).
VERS. 21. O poder, o orgulho, a astúcia sábia e a própria
vida do mal, a ser vencida por Deus.
VERS. 22.
1. Para onde seu povo pode ser conduzido.
2. A certeza de sua volta.
3. As razões pelas quais estar certo disso.
VERS. 24. A procissão permitida no santuário. A ordem bem
disposta de doutrina, o andar santo de crentes, as bandeiras de alegria,
a música das devoções, os vivas ao Rei.
VERS. 25 (última cláusula). Trabalho para mulheres santas
na igreja.
VERS. 27.
1. A variedade de canto.
(a) A tribo real de Benjamim no tempo de Saul.
(b) A tribo principesca de Judá, ao Davi ser príncipe regente
no tempo de Saul.
(c) A tribo literária de Zebulom: "De Zebulom" aqueles
que seguram a pena do escritor.
(d) A tribo eloqüente: "Naftali produz palavras boas".
2. A harmonia do canto. Que todos se unam para louvar o Senhor, a fonte
de Israel. "Dezenas de milhares eram suas vozes" (G. R.).
VERS. 30-31.
1. Impedimentos ao progresso da verdade divina.
(a) Idolatria. Adoração do crocodilo - feras entre os juncos
- de touros e cria, como no Egito.
(b) Cobiça.
(c) Guerra.
2. Os meios para removê-los. Oração e repreensão
divina. Espalha (tu).
3. As conseqüências dessa remoção; Sl 68.31.
VERS. 35.
1. Considere o ciúme de Deus com respeito ao seu povo para a santidade
nos três "lugares santos".
(a) No pátio exterior da profissão de fé.
(b) No lugar santo de nosso sacerdócio.
(c) No santo dos santos com seu Filho.
VERS. 35. Bendito seja Deus. Um texto breve, mas muito sugestivo.