SALMO 53


TÍTULO
Ao mestre dos músicos. Se o líder do coro é privilegiado para cantar os louvores da divina graça, ele não pode menosprezar entoar as misérias da depravação humana. Esta é a segunda vez que o mesmo salmo é confiado a ele (ver salmo 14), e precisa, portanto, ser mais cuidadoso ao cantá-lo. De acordo com Mahalath. Aqui a melodia é escolhida para o músico, talvez uma toada lamentosamente solene, ou talvez seja indicado aqui um instrumento musical, e se pede ao mestre do coro que faça esse instrumento sobressair na orquestra; em todo caso, é uma instrução que não é encontrada na cópia mais antiga do salmo, e parece pedir maior cuidado. A palavra "Mahalath" parece significar, em algumas de suas formas, "doença", e realmente este salmo é O CANTO DA DOENÇA DO HOMEM--o mal mortal, hereditário do pecado. Maschil. Esta é a segunda nota adicional não encontrada no salmo 14, indicando que deve ser dada atenção redobrada a este cântico muito instrutivo. Um salmo de Davi. Não é uma cópia do salmo 14, alterada e revisada por mão estranha; é uma outra edição do mesmo autor, com ênfase a certas partes, e reescrita para outro propósito.


ASSUNTO
A má natureza do homem é aqui trazida aos nossos olhos uma segunda vez, quase com as mesmas palavras inspiradas. Nem todas as repetições são vãs. Nós aprendemos devagar e precisamos de cada um dos seus versículos. Davi, depois de uma longa vida, não tinha melhor opinião dos homens do que tivera antes. A Escritura Sagrada nunca se repete desnecessariamente; há bom motivo para a segunda cópia do salmo; e devemos lê-lo com mais atenção do que antes. Se nossa idade já avançou do quatorze aos cinqüenta e três, acharemos a doutrina deste salmo mais evidente do que em nossa mocidade. O leitor é convidado a examinar o salmo 14.


DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. O lado interior e exterior do tolo.
VERS. 1.
(a) A tolice do ateísmo. Aquele que diz que não há Deus é um tolo.
(b) Nenhuma razão para a afirmação.
(c) Toda razão contra ela.
1. O assento do ateísmo é o coração; é uma descrença moral e não intelectual, a linguagem da vontade e não do entendimento.
2. A causa do ateísmo.
(a) Amar o mal.
(b) Detestar o bem (G. R.).


VERS. 2.
1. Deus não deixou o mundo por conta própria.
2. Ele dá atenção particular a tudo que nele há.
3. A única coisa que ele valoriza nele é o conhecimento de si mesmo (G. R.).

VERS. 4. Até onde o conhecimento é e não é uma restrição para a impiedade.
VERS. 4. É pecado não invocar Deus.
1. O que é invocar Deus? Três coisas são exigidas para isso:
(a) Aproximar-se dele.
(b) Falar com ele, 1Sm 1.12-13.
(c) Orar para ele.
2. Como devemos invocá-lo?
(a) Com reverência, considerando.
(1) A santidade e a grandeza de Deus.
(2) O nosso próprio pecado e a fraqueza, Gn 18.27.
(b) Com entendimento, 1Co 14.15.
(1) Daquilo que pedimos.
(2) Para quem o pedimos.
(c) Com submissão.
(d) Com fé. Crendo, Mc 11.24, Tg 1.6.
(e) Com sinceridade, Tg 4.3.
(f) Constantemente.
(1) Para estar sempre disposto a orar.
(2) Para aproveitar todas as ocasiões de derramar nossas almas em oração a Deus.
(3) Para não passar nenhum dia sem oração.
3. Como parece ser um pecado não invocar Deus:
(a) Ele o ordenou, Is 55.6, 1Tm 2.8.
(b) Porque orar é uma das principais partes do culto que devemos a Deus.
4. Quem é culpado desse pecado?
(a) Todos os que oram a qualquer outro que não seja Deus.
(b) Todos os que negligenciam o culto público, particular ou em família.
(c) Todos os que oram, mas não corretamente (William Beveridge, 1636-1768, em Thesaurus Tehologicus).

VERS. 5.
1. O que os perseguidores são para si mesmos: seus próprios atormenta-dores, cheios de temores mesmo quando não têm base.
2. O que são um para o outro: embora de comum acordo aqui, seus ossos são espalhados no além.
3. O que são para aqueles a quem perseguem - envergonhados diante deles.
4. O que são para Deus: desprezo e escárnio (G. R.).

VERS. 6.
1. Há salvação para Israel.
2. A salvação está em Sião.
3. Sua salvação permanece lá quando eles são banidos.
4. Sua alegria fica maior quando eles voltam.