SALMO 47


TÍTULO
Ao mestre da música. Muitos cânticos foram dedicados a este dirigente do coral, mas ele não ficou sobrecarregado com isso. O culto de Deus é tão deleitoso que não nos pode entediar, e a parte mais deleitosa, o cantar de seus louvores, é tão prazerosa que nunca é demais. Sem dúvida, o grande músico, como era comissionado para preparar tantos cantos sacros, sentia que quanto mais tivesse, melhor. Um salmo para os filhos de Corá. Não podemos concordar com aqueles que pensam que os filhos de Corá foram os autores destes salmos; têm todos eles as indicações da autoria de Davi que se poderia esperar. Nosso ouvido já se acostumou ao som das composições de Davi, e nós estamos moralmente certos de que o ouvimos neste salmo. Todo perito detectaria aqui o autógrafo do filho de Jessé, se não estivermos muito enganados. Os coraítas cantaram estes salmos, mas cremos que não os escreveram. Cantores competentes foram aqueles cuja origem os lembrava do pecado, cuja existência foi prova de graça soberana, e cujo nome tem uma ligação próxima com o nome do Calvário.


ASSUNTO
É difícil decidir se o assunto imediato deste salmo é o carregar da arca da casa de Obede-Edom até o Monte Sião ou a celebração de alguma vitória memorável. Como até os doutores divergem, quem iria dogmatizar? Mas fica muito claro que tanto a soberania atual de Jeová como as vitórias de nosso Senhor são aqui colocadas em hino, enquanto docemente se gloriam em sua ascensão, tanto como na profecia dela.


DIVISÃO
Num salmo tão breve, não há necessidade de outra divisão do que a indicada pela pausa musical no fim de Sl 47.4.


DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Expressões de alegria incomuns e entusiásticas quando justificáveis e até desejáveis.
VERS. 1-4. Alegria é o verdadeiro espírito do culto.
1. Alegria no caráter de Deus.
2. Em seu reinado.
3. Nos triunfos de seu evangelho.
4. Em dedicação aos seus santos.


VERS. 2. Os terrores do Senhor vistos pela fé como um tema de alegria.
VERS. 2 (segunda cláusula). O reino universal de Cristo como é e como há de ser.


VERS. 3. A esperança da vitória para a igreja. O que será subjugado? Pela instrumentalidade de quem? Nós. Pelo poder de quem? Dele. Quando isso será realizado? Quando isso será cumprido? Qual é o sinal disso? A ascensão, Sl 47.5.
VERS. 3.
1. O triunfo final dos santos. Todos os inimigos subjugados sob eles na terra e no inferno, dentro e fora: (a) gradualmente, (b) completamente.
2. O poder por meio do qual isso será executado. Ele subjugará (KJV), já subjugou (NVI).
(a) Não sem os meios.
(b) Não somente pelos meios.
(c) Mas por determinados meios tornados potentes pela energia divina (G. R).


VERS. 4. Isso compreende o tempo e a eternidade. E matéria de fato, de santa aquiescência, de desejo, de gratidão.
VERS. 4.
1. Deus está disposto a escolher nossa herança para nós no tempo e na eternidade.
2. A escolha dele é melhor do que a nossa - a excelência de Jacó.
3. Ele nos deixará com as conseqüências de nossa própria escolha.
4. Ele nos ajudará a obter aquilo que ele escolhe para nós (G. R).


VERS. 5. A ascensão. Sua publicidade, solenidade, triunfo, alegria. Quem subiu. Onde ele subiu. Ao que ele subiu. Com que propósito. Com que resultado.


VERS. 6. A importância do canto sacro. A repetição repreende nossa preguiça, e subentende que sinceridade, freqüência, prazer e universalidade devem caracterizar os louvores ofertados.


VERS. 7 (última cláusula). A salmodia dos instruídos e a instrução pela salmodia; o louvor deve ser tanto o fruto como o veículo do ensino.


VERS. 8 (última cláusula). A soberania divina sempre está ligada à santidade.
VERS. 8.
1. Deus tem um trono de santidade, pelo qual ele deverá ser temido por todos os homens.
2. Um trono de graça, pelo qual ele deve ser amado pelos seus redimidos.
3. Um trono de glória, pelo qual ele deve ser louvado por toda sua criação.


VERS. 9.
1. Um escudo é uma arma misericordiosa, e nada mais do que isso.
2. Um escudo é uma arma venturosa, uma espécie de garantia, que agüenta os golpes e recebe os ferimentos pretendidos para outros.
3. Um escudo é uma arma forte, para desviar os dardos do mal e quebrá-los em fragmentos.
4. Um escudo é uma arma nobre, como nenhum outro: tomar os escudos era sinal de vitória; preservá-los um sinal de glória.
5. Lembre-se, um escudo sempre precisa ter um olho para guiá-lo - você guia os escudos, a lei guia o olho (Bispo Reynolds).