SALMO 32


TÍTULO
Um salmo de Davi, Maschil. Que Davi tenha escrito este salmo gloriosamente evangélico não se prova apenas por este cabeçalho, mas pelas palavras do apóstolo Paulo, em Rm 4.6-8: "Davi diz a mesma coisa quando fala da felicidade do homem a quem Deus credita justiça independente de obras". É provável que ao seu profundo arrependimento de seu grande pecado tenha se seguido uma deleitosa paz, que ele foi levado a derramar seu espírito na música suave desse cântico maravilhoso. Na ordem da história, parece seguir ao 51. Maschil é um título novo para nós, e indica que este é um salmo instrutivo ou didático. A experiência de um crente oferece instrução de peso para outros, revela os passos do rebanho, e assim consola e dirige os fracos. Talvez tenha sido importante neste caso prefixar a palavra, para que os santos que duvidassem não imaginassem ser o salmo uma fala estranha de um só indivíduo, mas pudessem apropriá-lo para si como lição do Espírito de Deus. Davi prometeu no salmo 51 ensinar aos transgressores os caminhos do Senhor, e aqui ele o faz com muita eficácia. Grotius acredita que este salmo devia ser cantado no dia anual da expiação dos judeus, quando uma confissão geral de seus pecados era feita.


DIVISÃO
Em nossa leitura, achamos por bem notar a bênção dos perdoados, Sl 32.1-2; a confissão pessoal de Davi, Sl 32.3-5; e a aplicação do caso a outras pessoas, Sl 32.6-7. A voz de Deus é ouvida por quem foi perdoado em Sl 32.8-9; e o salmo então é concluído com uma porção para cada uma das duas grandes classes de homens, Sl 32.10-11.


DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Bênçãos do Evangelho. Leia o salmo 1 com o salmo 32, mostre o doutrinário e o prático combinados harmoniosamente. Ou, pegue os salmos 1, 32 e 41 e mostre como nós vamos ler a palavra, para sentir o seu poder, e daí para viver com caridade para com todos os homens.
VERS. 1. Bem-aventurança evangélica.
1. A condição original de seu possuidor.
2. A natureza do benefício recebido.
3. O canal pelo qual veio.
4. O meio pelo qual pode ser obtida por nós.
VERS. 1-2. A natureza do pecado e as modalidades do perdão.


VERS. 2. Nenhuma imputação, uma doutrina admirável: Prove, explique, melhore-a.
VERS. 2. Nenhuma malícia. A honestidade de coração do homem perdoado.


VERS. 3. Segurar para nós mesmos as nossas aflições. A tendência natural de timidez e desespero; o perigo dela; meios de divulgar aflição, encoraja-mentos para fazer isso; a pessoa bendita que está pronta para ouvir confissão. O lamentador silente é o maior sofredor.
VERS. 3-4. "Sob convicção terrível e suavemente induzido a se abrir."


VERS. 4. As tristezas de uma alma que se sente condenada. Cada dia, cada noite, é convencida por Deus, sente-se pesada, fraquejada, em processo de destruição.
VERS. 4. (última cláusula). Seca espiritual.


VERS. 5. Os graciosos resultados de uma confissão completa; ou, confissão e absolvição explicados pelas Escrituras.


VERS. 6. Retrato do homem piedoso, desenhado com lápis bíblico (Thomas Watson).
VERS. 6. A experiência de um, o encorajamento de todos.
VERS. 6 (primeira cláusula). O dia da graça, como melhorá-lo.
VERS. 6 (versículo todo). O perdão de pecado, a garantia de que outras misericórdias serão dadas.
VERS. 6 (última cláusula). Dificuldades iminentes, livramentos eminentes.
VERS. 6 (última cláusula). A felicidade dos fiéis (Thomas Playfere).


VERS. 7. Perigo sentido, refúgio conhecido, posse reivindicada, alegria vivenciada.
VERS. 7 (primeira frase). Cristo, o esconderijo para não pecar, Satanás, a tristeza na morte e no juízo.
VERS. 7 (segunda frase). Tribulações das quais os santos serão preservados.
VERS. 7 (última frase). O círculo de canto - quem desenha o círculo, qual é a circunferência, quem está no centro.
VERS. 7. Cantos de livramento. Da culpa, inferno, morte, inimigos, dúvidas, tentações, acidentes, complôs. O divino mestre-escola, seus pupilos, suas lições, seus castigos e suas recompensas.


VERS. 8. O poder do olho (Henry Melvill). No qual ele tenta em vão provar batismos de infantes e episcopalismo, que não são expressamente ensinados na Escritura, mas que ele declara serem sugeridos como se fossem com o olho divino.


VERS. 9. Os freios e as rédeas de Deus, as mulas que precisam deles, e as razões pelas quais nós não devemos fazer parte do número.
VERS. 9. Até que ponto somos nós melhores em nossas ações, e até que ponto somos bem piores do que cavalos e mulas.


VERS. 10. As muitas tristezas que resultam do pecado. A misericórdia que cerca a vida do crente mesmo em suas horas de maior dificuldade. A porção dos maus e a sorte dos fiéis.


VERS. 11. A alegria de um crente. É primavera, "no Senhor"; sua vivacidade, "grite"; fica bem, é ordenado; seus belos resultados e seus abundantes motivos.
VERS. 11. Retos de coração, uma descrição instrutiva. Não horizontais ou rastejantes, não curvos, nem inclinados, mas verticais no coração.