SALMO 30


TÍTULO
Um salmo e canto na dedicação da casa de Davi; ou melhor, um salmo; um cântico de dedicação para a casa. Por Davi. Um cântico de fé visto que a casa de Jeová, aqui tencionada, Davi não viveu para contemplar. Um salmo de louvor, visto que um juízo terrível havia sido suspenso, e um grande pecado, perdoado. Pela nossa versão inglesa ou portuguesa, parece que este salmo foi pensado para ser cantado na construção daquela casa de cedro que Davi construiu para si, quando não mais precisou se esconder na Caverna de Adulão, mas já se tornara um grande rei. Se esse foi o sentido, seria bom observar que é direito o crente quando se muda dedicar sua nova morada a Deus. Devemos chamar nossos amigos cristãos e mostrar que, onde nós habitamos, Deus habita, e onde temos uma tenda, Deus tem um altar. Mas como o canto se refere ao templo, para o qual era alegria de Davi depositar material, e para o terreno que comprou mais tarde no passar dos anos, o terreiro de Araúna, precisamos nos contentar com a fé santa que previu o cumprimento da promessa feita a ele com respeito a Salomão. A fé pode cantar:


"Gloria a ti por toda a graça
que eu ainda não provei."


Em todo este salmo, há indicações de que Davi estivera muito aflito depois de se ter, presunçosamente, imaginado estar seguro. Quando os filhos de Deus prosperam de um jeito, geralmente, são provados de outro, porque poucos de nós podemos ter pura prosperidade. Mesmo as alegrias da esperança precisam ser misturadas com as dores da experiência, e tanto mais quando o conforto cria segurança carnal e autoconfiança. Não obstante, o perdão logo seguiu o arrependimento, e a misericórdia de Deus foi glorificada. O salmo é um cântico, não uma lamúria. Que seja lido à luz dos últimos dias de Davi, quando ele havia contado seu povo, e Deus o castigou, e, depois, em misericórdia, mandou o anjo embainhar a espada. No terreiro de Araúna, o poeta recebeu a inspiração que rebrilha nesta ode deleitoso. É o salmo da numeração do povo, e da dedicação do templo que comemorou a suspensão da praga.


DIVISÃO
Em Sl 30.1-3, Davi exalta o Senhor por livrá-lo. Em Sl 30.4-5, convida os santos a se unirem com ele para celebrar a compaixão divina. Em Sl 30.6-7, confessa a falta pela qual foi castigado. Sl 30.8-10, repete a súplica que ofereceu, e conclui com a comemoração de seu livramento e voto de louvor eterno.


DICAS PARA O PREGADOR
Título. Dedicação da casa, e como arranjá-la.
Salmo inteiro. Neste poema, podemos ver o funcionamento da mente de Davi antes, e sob, e depois da calamidade. 1. Antes da calamidade: Sl 30.6. 2. Sob a calamidade: Sl 30.7-10. 3. Depois da calamidade: Sl 30.11-12 (William Jay).


VERS. 1 (primeira cláusula). Deus e seu povo exaltando um ao outro.
VERS. 1 (segunda cláusula). A felicidade de ser preservado para não ser o escárnio dos inimigos.
VERS. 1. A decepção do diabo.


VERS. 2. O homem doente, o médico, a campainha da noite, o remédio, e a cura; ou, um Deus da aliança, um santo enfermo, um coração em choro, uma mão que cura.


VERS. 3. Erguimento e preservação, duas misericórdias diletas; vistas como mais ilustres por haver dois terríveis males, a sepultura, e a cova; logo rastreados até o Senhor. (Tu) tiraste-me...


VERS. 4. Canto, um culto sagrado; santos especialmente convocados; divina santidade, um assunto ótimo; Memória, uma ajuda positiva nele.


VERS. 5. A ira de Deus em relação a seu povo.
VERS. 5. A noite de choro, e a manhã de alegria.
VERS. 5. Vida no favor de Deus.
VERS. 5. A natureza passageira da aflição do crente, e a permanência da sua alegria.


VERS. 6. Os perigos singulares da prosperidade.
VERS. 6-12. A prosperidade de Davi o embalou num estado de segurança indevido. Deus lhe mandou essa aflição para despertá-lo. Os estados sucessivos de sua mente estão marcados aqui claramente; e devem ser considerados sucessivamente à medida que são apresentados à nossa vista.
1. Sua segurança carnal.
2. Sua negligência espiritual.
3. Suas orações fervorosas.
4. Sua recuperação rápida.
5. Seu reconhecimento agradecido (Charles Simeon).


VERS. 7 (primeira cláusula). Segurança carnal; suas causas, seus perigos e suas curas.
VERS. 7 (última cláusula). Os gemidos piedosos de uma alma em treva espiritual.


VERS. 8. Ligado ao versículo 3 - a oração é o remédio universal.


VERS. 9 (primeira cláusula). Argumentos com Deus pela vida continuada e favor renovado.
VERS. 9 (última cláusula). A ressurreição, um tempo no qual o pó louvará a Deus e declarará a sua verdade.


VERS. 10. Duas pedras preciosas de oração; curtas, mas completas e necessárias.
VERS. 10. Senhor, sê tu o meu auxílio. Vejo muitos cair; eu também cairei, se não me sustentares. Sou fraco; sou exposto à tentação. Meu coração é enganoso. Meus inimigos são fortes. Não posso confiar no homem; não ouso confiar em mim mesmo. A graça que recebi não me protege sem ti. Senhor, sê tu o meu auxílio. Em cada dever; em cada conflito; em cada aflição; em cada esforço de promover a causa do Senhor; em cada tempo de prosperidade; em cada hora que vivemos, esta oração curta e inspirada cabe bem. Que possa fluir de nossos corações, estar freqüentemente em nossos lábios, e ser respondida em nossa experiência. Pois se o Senhor nos ajuda, não há nenhuma obrigação que não possamos executar; não há inimigo que não possamos vencer; não há dificuldade que não possamos superar ("Daily Remembrancer" ["Diário de lembranças"] de James Smith).


VERS. 11. Transformações. Repentinas; completas; divinas, tu; pessoais, "para mim"; graciosas.
VERS. 11. Em veste de alegria. Abra a metáfora. Dança santa.
VERS. 11. A mudança de veste do crente: ilustre com a vida de Mordecai ou José do Egito; mencione todas as vestes que o crente pode precisar "vestir", como enlutado, como pedinte, como criminoso.


VERS. 12. Nossa glória, e sua relação com a glória de Deus.
VERS. 12. O fim das dispensações graciosas.
VERS. 12. Silêncio - quando se peca.
VERS. 12 (última cláusula). O voto do crente e a hora de fazê-lo. Veja o salmo todo.