TÍTULO
Um salmo de Davi. Davi é retratado neste salmo como numa miniatura
fiel. Sua confiança santa, seus muitos conflitos, sua grande transgressão,
seu arrepen-dimento amargo e suas aflições profundas estão
todos presentes aqui, para que enxerguemos o próprio coração
do "homem segundo o coração de Deus" (At 13.22).
É evidentemente uma composição de Davi em idade mais
avançada, pois menciona transgressões de sua juventude, e,
pelas referências às artimanhas e à crueldade de seus
muitos inimigos, não será especulativa demais a teoria de
atribuir o salmo ao período em que Absalão encabeçava
a grande rebelião contra ele. Este foi chamado o segundo dos sete
Salmos Penitentes. É a marca de um verdadeiro santo que suas tristezas
lhe lembrem os seus pecados, e sua tristeza pelo pecado o voltar para o
seu Deus.
ASSUNTO E DIVISÃO
Os vinte e dois versículos deste salmo começam, no original,
pela ordem do alfabeto hebraico. É o primeiro exemplo que temos
de um acróstico ou cântico alfabético inspirado. Esse
método pode ter sido adotado pelo escritor para ajudar a memória;
e o Espírito Santo pode ter usado isso para nos mostrar que as graças
do estilo e as artes poéticas podem ser empregadas legitimamente
a seu serviço. Por que não se pode santificar para fins nobres
toda a inteligência e criatividade do homem, colocando-a sobre o
altar de Deus? Pela singularidade da estrutura do salmo, não é
fácil descobrir quaisquer divisões marcantes; há grandes
mudanças de pensamento, mas não há variação
de assunto; os estados de espírito na mente do escritor são
dois - oração e meditação -, e conforme aparecem,
um por vez, devemos dividir os versículos. Oração
de Sl 25.1-7; meditação, Sl 25.8-10; oração
Sl 25.11; meditação Sl 25.12-15; oração Sl
25.16-22.
DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Engenharia celestial para elevar uma alma presa à Terra.
VERS. 1. Devoção genuína descrita e recomendada.
VERS. 2. A alma ancorada, e as duas rochas das quais quer livramento.
VERS. 3. Decepção ou vergonha fora do lugar e em seu lugar.
VERS. 4. Divindade prática é o melhor estudo; Deus é
o melhor professor; Oração é o meio de entrar na escola.
VERS. 4-5. Mostre. Ensine. Guie. Três classes na escola da graça.
VERS. 5.
1. Santificação desejada.
2. Conhecimento procurado.
3. Segurança apreciada.
4. Paciência exercida.
VERS. 5. Tu és Deus, meu salvador. Um texto rico e sobejante.
VERS. 5 (última cláusula). Como passar o dia com Deus (Matthew
Henry).
VERS. 6. A antigüidade da misericórdia.
VERS. 6-7. As três coisas para lembrar.
VERS. 7 (primeira cláusula). O melhor Ato de Esquecimento (Thomas
Fuller).
VERS. 7. O esquecimento desejado e o lembrar suplicado. Observe "meu..."
e "teu...".
VERS. 8. Atributos opostos agindo juntos. Deus ensinando pecadores - uma
grande maravilha.
VERS. 9 (primeira cláusula). Pureza moral é necessária
para um juízo bem equilibrado.
VERS. 10. A misericórdia e a fidelidade de Deus na providência,
e as pessoas que podem fruir disso o consolo.
VERS. 11. Uma oração modelar. Confissão, argumento,
rogo.
VERS. 11. A grande culpa não é obstáculo para o perdão
do pecador que volta (Jonathan Edwards).
VERS. 12. A santidade é a melhor segurança para uma vida
bem ordenada. Livre arbítrio na escola, questionada e instruída.
VERS. 13. Um homem descansado para o tempo e a eternidade.
VERS. 14. 1. Um segredo, e quem o sabe.
1. Uma maravilha, e quem a vê.
VERS. 15.
1. Como nós somos. Um pássaro tolo.
2. Qual é nosso perigo? "A armadilha."
3. Quem é nosso amigo? "O Senhor."
4. Qual é nossa sabedoria? "Meus olhos."
VERS. 16. Uma alma desolada buscando companhia divina, e um espírito
afligido, clamando por misericórdia divina. Nosso Deus é
o bálsamo para todas as nossas feridas.
VERS. 16-18. Davi é um requerente bem como sofredor; e nunca nos
ferirão essas tristezas que nos levam para perto de Deus. Por três
coisas ele ora:
1. Livramento. Somos convocados a desejar isso, sempre com resignação
à vontade divina.
2. Ser notado. Um olhar de bondade da parte de Deus é desejável
em qualquer hora e em quaisquer circunstâncias, mas em aflição
e dor, é como vida vinda da morte.
3. Perdão. Provações são capazes de avivar
um sentimento de culpa (William Jay).
VERS. 18. Duas coisas nos são ensinadas aqui:
1. Que um olhar bondoso vindo de Deus é muito desejável na
aflição:
(a) É um olhar de observação especial;
(b) É um olhar de compaixão terna;
(c) É um olhar de apoio e assistência (com Deus, poder e compaixão
vão juntos).
2. O fortificante mais doce na aflição seria a certeza do
perdão divino:
(a) Porque o problema é bem capaz de trazer à memória
nossos pecados;
(b) Porque um sentimento de estar perdoado em grande medida removerá
todos os temores estressantes de morte e julgamento.
Melhoria
1. Que adoremos a bondade de Deus, que alguém tão grande
e glorioso chegue a olhar favoravelmente sobre qualquer um de nossa raça
pecaminosa.
2. Que o benefício recebido pelo Senhor olhando para nós
em aflições passadas, nos ponha a orar, e nos anime a ter
esperança, de que agora ele nos olhará novamente.
3. Se um olhar de Deus é tão confortável, o que deve
ser o céu! (Samuel Lavington).
VERS. 18.
1. É bom quando nossas tristezas nos fazem lembrar de nossos pecados.
2. Quando somos tão sinceros para ser perdoados quanto somos para
ser livrados.
3. Quando trazemos ambas as coisas ao lugar certo em oração.
4. Quando somos submissos sobre nossas tristezas - "Olhe" - mas
bem explícitos sobre nossos pecados - "Perdoe".
VERS. 19. Os inimigos espirituais do santo. Seu número, malícia,
artimanhas, poder.
VERS. 20. Preservação da alma.
1. Seu caráter duplo: "Guarda" e "livra".
2. Sua terrível alternativa: "Não me deixes decepcionado."
3. Sua garantia eficaz: "Eu me refugio em ti" - Em ti está
a minha confiança.
VERS. 20. Um guardar sobre-humano, um temor natural, uma confiança
espiritual.
VERS. 21. O caminho aberto da segurança em ação, e
o caminho secreto da segurança em devoção.
VERS. 22. A vida de Jacó, como típica da nossa, poderá
ilustrar esta oração.
VERS. 22. Uma oração para a igreja militante.