TÍTULO
Este poema admirável tem um título simples: "Para o
mestre da música. Por Davi". A dedicatória ao mestre
da música encabeça cinqüenta e três salmos e indica
claramente que tais salmos visavam, não apenas o uso particular
de crentes, e sim serem cantados nas grandes assembléias pelo coro,
cujo mestre era o supervisor ou o superintendente, chamado em nossa versão
"o músico mestre", e por Ainsworth, "o mestre da
música". Vários destes salmos têm pouco ou nenhum
louvor, e não se dirigiam diretamente ao Altíssimo, contudo,
deviam ser cantados em culto público, o que indica que a teoria
de Agostinho, reavivada recentemente por certos criadores de hinários,
de nada ser cantado a não ser louvor, é muito mais ilusório
do que bíblico. Não só a Igreja antiga entoava como
cantochão a doutrina santa e oferecia oração entre
seus cânticos espirituais, mas mesmo as notas lamentosas de queixas
eram colocadas em sua boca pelo doce cantor de Israel, inspirado por Deus.
Algumas pessoas se agarram a qualquer minúcia com uma falsa aparência
de correto, e se deleitam de serem mais precisos do que outras; não
obstante, será para sempre o modo de homens simples, não
só o de magnificar o Senhor em cânticos sagrados, como, segundo
o preceito de Paulo, o de ensinar e admoestar uns aos outros em salmos
e hinos e cânticos espirituais, cantando com graça em seus
corações ao Senhor.
Como nenhum título que o distinga é dado a este salmo, sugerimos
como ajuda à memória, o título COM RESPEITO AO ATEÍSMO
PRÁTICO. As muitas conjecturas quanto à ocasião na
qual foi escrito são tão completamente sem fundamento, que
seria perda de tempo mencioná-las. O apóstolo Paulo, em Romanos
3, mostrou que o desígnio geral do escritor inspirado é mostrar
que tanto judeus como gentios estão todos sob o pecado; não
havia razão nenhuma, portanto, de se fixar qualquer ocasião
histórica em particular, quando toda a história cheira mal
com provas terríveis de corrupção humana. Com alterações
edificantes, Davi nos deu, no salmo 53, uma segunda edição
deste salmo humilhante, sendo movido pelo Espírito Santo a declarar
assim duplamente uma verdade que é sempre desagradável a
mentes carnais.
DIVISÃO
O credo tolo do mundo (versículo 1); sua influência prática
em corromper a moral, 1, 2, 3. As tendências perseguidoras de pecadores,
4; seus alarmes, 5; sua zombaria dos piedosos, 6; e uma prece pela manifestação
do Senhor para alegria de seu povo.
DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1 (primeira cláusula). A loucura do ateísmo.
VERS. 1. Ateísmo do coração. Um dos sermões
sobre o coração, de Jamieson.
VERS. 1 (versículo todo). Descreva:
1. Sua fonte:
2. O tolo que tem o credo: ou portanto, o ateísmo.
3. Sua fonte: "o coração".
4. Seu credo: "nenhum Deus".
5. Seus frutos: "corruptos".
VERS. 1.
1. A grande fonte de pecado - a alienação de Deus.
2. O local do domínio - o coração.
3. Seu efeito sobre o intelecto - torna o homem um tolo.
4. Suas manifestações na vida - atos de comissão e
omissão.
VERS. 1. (última cláusula). A lanterna de Diógenes.
Levante-a sobre todas as classes e denuncie seus pecados.
VERS. 2.
1. Procura condescendente.
2. Súditos favorecidos.
3. Intenções generosas.
VERS. 2. O que Deus procura, e o que nós devemos procurar. Os homens,
em geral, enxergam rapidamente as coisas que têm a ver com seu próprio
caráter.
VERS. 2, 3. A procura de Deus por um homem naturalmente bom; o resultado;
lições a serem aprendidas com isso.
VERS. 3. Total depravação da raça.
VERS. 4. "Será que nenhum dos malfeitores aprende?" Nenhum
tem conhecimento? Se os homens conhecessem ao certo Deus, sua lei, o mal
do pecado, o tormento do inferno, e outras grandes verdades, pecariam como
pecam? Ou se sabem essas coisas e continuam em suas iniqüidades, como
são culpados, e como são tolos! Responda a pergunta tanto
positiva como negativamente, e ela dará matéria para uma
fala penetrante.
VERS. 4 (primeira cláusula). O pecado gritante de transgredir a
luz e o conheci-mento.
VERS. 4 (última cláusula). Ausência de oração,
um sinal certo de um estado sem a graça.
VERS. 5. Os temores tolos daqueles que não têm temor de Deus.
VERS. 5. Como o Senhor está perto dos justos; as conseqüências
para o perseguidor, e o encorajamento para os santos.
VERS. 6. A sabedoria de fazer do Senhor o nosso refúgio (John Owen).
VERS. 6. Descreva:
1. O homem pobre pretendido aqui.
2. Seu conselho.
3. Sua repreensão.
4. Seu refúgio.
VERS. 6. Confie em Deus, um tema do qual apenas os tolos zombariam. Mostre
a sabedoria do tema.
VERS. 7. Anseios pela vinda do advento.
VERS. 7. "De Sião." A igreja, o canal de bênçãos
para os homens.
VERS. 7. Discurso para promover o reavivamento.
1. Condição freqüente da igreja: "cativeiro".
2. Meio de avivamento - a vinda do Senhor em graça.
3. Conseqüências, "exultação", "regozijo".
VERS. 7. Cativeiro da alma. O que é. Como é estabelecido.
Como se efetua. Com que resultados.