Vocês conhecem a narrativa. Jesus estava em uma festa de casamento, e quando o vinho começou a faltar, ele o providenciou com bastante fartura. Não considero proveitoso entrar no debate quanto ao tipo de vinho que o Senhor Jesus fez nessa ocasião. Era vinho, e estou totalmente certo de que era vinho muito bom, pois ele não produziria nada senão o melhor. Era vinho como se entende atualmente por essa palavra? Era vinho; mas há bem poucas pessoas nesse país que chegam a ver, e muito menos a beber, dessa bebida. O que leva o nome de vinho não é o vinho verdadeiro, mas um preparado com aguardente destilada, do qual, com certeza, Jesus nunca teria provado uma gota. As aguardentes e alcoóis dos fabricantes modernos são produtos muito diferentes do suco da uva, suavemente hilariante, usual nos países mais sóbrios. Quanto ao vinho do tipo comumente usado no Oriente, uma pessoa teria que beber dele desordenadamente antes de poder ficar inebriado. Seria possível, pois havia casos de homens inebriados com vinho; mas, como regra geral, e embriaguez era um vício raro nos tempos do Salvador e nas eras anteriores. Se nosso grande Exemplo tivesse vivido nas circunstâncias atuais, cercado por um mar de bebidas mortíferas, que arruína dezenas de milhares de pessoas, sei como ele teria agido. Estou certo de que ele não teria contribuído, nem por palavras, nem por ações, com os rios de bebidas venenosas nos quais corpos e almas agora têm sido destruídos a granel. O tipo de vinho que ele fez era tal que, mesmo que não existindo bebida mais forte no mundo, ninguém teria achado necessário levantar qualquer protesto contra sua ingestão. Não teria provocado danos a ninguém, podem ter certeza; de outra forma, Jesus, o Salvador amoroso, não o teria feito.

Alguns questionam a respeito da grande quantidade do vinho, pois suponho terem sido nada menos de cento e vinte galões, provavelmente mais. "Não precisavam de tudo isso", diz alguém, "e mesmo que fosse do tipo mais fraco de vinho, seria muito mais que o necessário". Mas, por certo, você está pensando em um casamento comum aqui, com dez pessoas ou uma dúzia, ou uma ou duas vintenas, reunidas em uma sala de visitas? O casamento oriental é coisa bem diferente. Mesmo que se trate de uma simples aldeia, como Caná na Galiléia, todos aparecem para comer e beber, e a festa dura uma semana ou uma quinzena. Centenas de pessoas precisam ser alimentadas, pois muitas vezes mantém-se a casa aberta. Ninguém é recusado, e, como conseqüência, é necessária uma grande quantidade de provimentos. Além disso, não precisariam consumir todo o vinho de uma só vez. Quando o Senhor multiplicou os pães e os peixes, o povo teve que comer os pães e os peixes na mesma ocasião, senão, os pães teriam ficado mofados, e os peixes, pútridos; mas o vinho poderia ser armazenado e usado durante meses seguidos. Não duvido que o vinho feito por Jesus fosse de tão boa qualidade para armazenar quanto o era para beber na ocasião. E por que não deixar a família com uma reserva em estoque? Não era gente muito rica. Poderiam vendê-lo se quisessem. Seja como for, esse não é meu assunto, e não pretendo esquentar minha cabeça na questão de água fria. Sou abstêmio de qualquer forma de bebida alcoólica, e acho que seria aconselhável outros tomarem a mesma posição; mas quanto a isso, cada um deve pensar qual orientação seguir.

Jesus Cristo começou a dispensação do evangelho, não com um milagre de vingança, como o de Moisés, que transformou água em sangue, mas com um milagre de liberalidade, ao transformar água em vinho. Não somente supriu necessidades, mas ofereceu luxos, e esse fato é altamente relevante no tocante ao reino da sua graça. Aqui, não somente concede aos pecadores o suficiente para salvá-los, mas dá com abundância, graça sobre graça. As dádivas da aliança são sem medida: nem insuficientes, não pequenas em quantidade e em qualidade. Ele dá aos homens, não só a água de vida para que bebam e sejam refrigerados, também o melhor vinho para que se regozijem grandemente. E ele dá como um rei, generosamente, sem contar taças e garrafas. Quanto aos cento e vinte galões, quão poucos são em comparação com os rios de amor e de misericórdia que ele se agrada em outorgar livremente, do seu coração generoso, às almas mais necessitadas. Você pode se esquecer de tudo no tocante à questão do vinho, e tudo a respeito do vinho bom, ruim ou medíocre. Quanto menos tivermos que ver com a questão, tanto melhor, estou certo. Pensemos agora a respeito da misericórdia do Senhor, e que o vinho conste como tipificação de sua graça, e o muito vinho, como o sobejar de sua graça, que ele outorga tão liberalmente.

Ora, quanto a esse milagre, pode-se notar, corretamente, sua simplicidade, tão sem ostentação. Poderíamos ter esperado que, quando o grande Senhor de tudo veio aqui em forma humana, começasse a carreira milagrosa mediante a convocação de escribas e fariseus, no mínimo, e talvez, ainda, de reis e príncipes da terra, para observarem a comprovação de seu chamamento e as garantias e autorizações de sua comissão, para então reuni-los e operar algum milagre diante deles, como fizeram Moisés e Arão diante do Faraó, para lhes convencer de seu messiado. O Senhor, no entanto, não faz nada assim. Vai a um casamento singelo entre pessoas pobres, e ali, da forma mais simples e natural, revela sua glória. Quando está para transformar água em vinho, quando seleciona este para ser o primeiro milagre, não convoca o encarregado da festa, nem o próprio noivo, nem qualquer um dos hóspedes, para começar a dizer: "Percebam que todo o vinho já se acabou. Agora, estou para lhes demonstrar uma grande maravilha: transformarei água em vinho". Não, ele o faz de modo quieto com os servos: ele lhes manda encher os potes de água; usa os mesmos jarros, não pede vasilhas novas, mas aproveita as que já estavam ali, sem espalhafato nem teatralização.

Usa, ainda, a água tida em abundância, e opera o milagre, se posso assim dizer, com o estilo mais corriqueiro e natural; e é justamente esse o estilo de Jesus Cristo. Ora, se tivesse sido um milagre romanista, teria sido levado a efeito de modo muito misterioso, teatralizado e sensacionalista, com parafernálias ilimitadas; mas, sendo o milagre genuíno, é feito tão exatamente segundo o decurso da natureza quanto é possível para o sobrenatural. Jesus não manda esvaziar os potes de água para então os encher de vinho, mas acompanha a natureza até onde ela consegue chegar, e usa a água para fazer o vinho; nisto, segue os processos de sua providência operantes todos os dias. Quando a água goteja dos céus, e penetra na terra até alcançar as raízes das videiras, e assim faz os cachos crescerem, cheios do suco vermelho, é por meio da água que o vinho é produzido. É mera questão da diferença de tempo, se o vinho é criado no cacho, ou nos potes de água. Nosso Senhor não convoca os de fora, mas os empregados trarão água normal; e quando tirarem a água, ou o que lhes parece ser água, os empregados perceberão sua transformação em vinho.

Ora, sempre que vocês tentarem servir a Jesus Cristo, não façam teatro com isso, pois ele jamais teatralizou suas ações, mesmo quando operava milagres estarrecedores. Se quiser praticar uma boa ação, faça-a de modo tão natural quanto puder. Seja singelo de coração e mente. Seja você mesmo. Não finja piedade, como se estivesse para andar em pernas de pau até o céu: ande sobre seus pés, e traga a religião até sua porta e lareira. Se tiver uma grandiosa obra para fazer, faça-a com singeleza genuína, mais assemelhada à sublimidade; isto porque a afetação e todas as coisas espalhafatosas e ostensoras são, afinal, miseráveis e torpes. Nada, senão a naturalidade singela, tem em si beleza genuína; e semelhante beleza está envolvida nesse milagre do Salvador.

Que todas essas observações sirvam como um tipo de prefácio, pois agora quero ressaltar os princípios que se escondem em nosso texto; e então, em segundo lugar, depois de tê-los demonstrado, quero demonstrar como devem ser levados a efeito.

 

I. "Jesus disse aos serviçais: "Encham os potes com água". Que princípios estão envolvidos no procedimento de nosso Senhor?

Primeiro, como regra geral, quando Cristo está para outorgar uma bênção ele dá um mandamento. Esse é um fato que sua memória ajudará a determinar em um só momento. Nem sempre é assim; mas, como regra geral, a palavra de ordem antecede a de poder, ou a acompanha. Jesus está para conceder vinho, e o processo não consiste em dizer: "Haja vinho", mas começa pelo mandamento dirigido aos homens -- "Encham os potes com água". Aqui temos um cego: Cristo está para lhe restaurar a visão. Coloca barro nos olhos dele, e então diz: "Vá ao tanque de Siloé e lave-se". Há outro homem com o braço pendente do lado, inútil: Cristo está para restaurá-lo, e diz: "Estenda a mão". Sim, esse princípio vai tão longe que é válido nos casos nos quais pareceria inaplicável, pois em se tratando de uma criança morta, ele diz: "Menina, levante-se"; ou, no caso de Lázaro, que já cheirava, quatro dias depois de ter sido sepultado, Jesus ainda exclama: "Lázaro, venha para fora". E assim ele outorga um benefício por meio do mandamento. Os benefícios do evangelho surgem com preceitos do evangelho.

Você se espanta porque esse princípio visto nos milagres também seja contemplado nas maravilhas da graça divina? Aqui temos o pecador para ser salvo. O que Cristo lhe diz? "Creia no Senhor Jesus e será salvo". Ele tem a capacidade de crer por conta própria? Não está morto no pecado? Irmãos, não levantem semelhantes perguntas, mas aprendam que Jesus Cristo manda os homens crer, e comissiona seus discípulos a exclamar: "Arrependam-se, porque o reino do céu está próximo" (Mt 3.2). "No passado Deus não levou em conta essa ignorância, mas agora ordena que todos, em todo lugar, se arrependam" (At 17.30). E ele nos manda ir pregar esta palavra: "Creia no Senhor Jesus Cristo, e será salvo". Mas por que ordenar a eles? É sua vontade fazer assim, e isto deveria bastar para quem se chama discípulo dele. Assim acontecia nos tempos da Antigüidade, quando o Senhor expôs em uma visão seu modo de lidar com a nação morta. Jazia no vale os ossos secos um número enorme de ossos muito secos, e Ezequiel foi enviado para profetizar sobre eles. O que disse o profeta? "Ossos secos, ouçam a palavra do Senhor!". É esse seu modo de vivificá-los? Sim, mediante a ordem para ouvir -- coisa que ossos secos não podem realizar. Dá a ordem aos mortos, secos, incapacitados e, pelo poder do mandamento, surge vida. Rogo-lhes: não sejam desobedientes ao evangelho, pois a fé é um dever, senão, não leríamos a respeito da "obediência da fé". Jesus Cristo, quando sua intenção é abençoar, desafia a obediência dos homens ao emitir ordens reais.

A mesma coisa acontece quando passamos de inconversos a crentes. Quando Deus pretende abençoar o povo e transformá-lo em bênção, é por meio da emissão de uma ordem. Temos orado ao Senhor para ele se levantar e mostrar o seu braço forte. Sua resposta é: "Desperte, desperte-se, ó Sião". Pedimos que o mundo inteiro seja conduzido aos pés de Jesus, e sua resposta é: "Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os" (Mt 28.19-20). O mandamento é, para nós, o meio da bênção. Se é para termos a bênção dos convertidos multiplicados e das igrejas edificadas, é só Cristo que a pode conceder a nós: é dádiva totalmente dele, tanto quanto foi só ele que transformou água em vinho; mas em primeiro lugar, ele nos diz: "Proclamem minha salvação até os confins da terra", pois é assim que devemos encher de água os potes. Se formos obedientes ao mandamento, veremos como ele operará -- quão poderosamente estará conosco, e como as nossas orações serão atendidas.

Esse é o primeiro princípio que vejo aqui: Cristo emite mandamentos a quem quer abençoar.

Em segundo lugar, os mandamentos de Cristo não devem ser questionados, mas obedecidos. O povo quer vinho, e Cristo diz: "Encham os potes com água". Pois bem: se esses servos tivessem tido a mentalidade dos críticos capciosos dos tempos modernos, teriam encarado longamente em nosso Senhor, e objetado com ousadia: "Não queremos água; não é a festa da purificação; é uma festa de casamento. Não precisamos de água no casamento. Precisaremos de água quando subirmos à sinagoga, ou ao templo, para purificar as mãos segundo nosso costume; mas nesse momento, não queremos água; a hora, a ocasião, e propriedade da situação, exigem vinho". Mas foi sadio o conselho dado por Maria: "Façam tudo o que ele lhes mandar". Da mesma forma, também nós, não levantemos questionamentos nem objeções, mas obedeçamos imediatamente às suas ordens.

Às vezes pode parecer que a ordem de Cristo não é pertinente à questão em pauta. O pecador, por exemplo, diz: "Senhor, salva-me: vence o pecado que há em mim". Nosso Senhor exclama: "Creia", e o pecador não consegue enxergar como crer em Jesus o capacitará a obter vitória sobre o pecado que o domina. À primeira vista, não parece haver conexão entre simplesmente confiar no Salvador, e a conquista do mau gênio, ou o afastamento de um mau hábito, como a intemperança, paixão, cobiça e a falsidade. Existe, sim, uma conexão, mas, lembre-se, quer você enxergue a conexão, quer não, não lhe cabe questionar a razão, mas fazer o que Jesus ordena; é por meio do mandamento que o milagre da misericórdia será realizado. "Encham os potes com água", embora deseje o vinho. Cristo enxerga uma conexão entre a água e o vinho, embora você não a perceba. Ele tem um motivo para os potes ficarem cheios de água, mas, por enquanto, você desconhece a razão: não lhe cabe pedir explicação, só prestar obediência. Você deve, em primeiro lugar, fazer simplesmente o que Jesus ordena, como, quando e por que ele lhe ordena, e descobrirá que seus mandamentos não são pesados (1Jo 5.3), e em observá-lo há grande recompensa (Sl 19.11).

Às vezes, os mandamentos podem até parecer triviais. Talvez dêem a impressão de que ele não nos leva a sério. A família precisava de vinho, Jesus diz: "Encham os potes com água". Os servos poderiam ter dito: "Isso não passa de adiar a solução e nos fazer de bobos. Afinal, empregaríamos melhor nossos esforços se fôssemos visitar os amigos desses pobres, e lhes pedir a contribuição de mais um odre de vinho. Seríamos muito mais úteis se procurássemos alguma loja onde pudéssemos comprar mais vinho; mas mandar-nos ao poço para encher os potes de água, realmente parece brincadeira de mau gosto". Eu sei, irmãos, que às vezes o caminho do dever não dá a impressão de levar ao resultado desejado. Gostaríamos de fazer algo mais; o que talvez seja errado, mas parece que assim poderíamos realizar nosso propósito de modo mais fácil e direto, e por isso ansiamos por determinado modo de agir que não nos foi ordenado, e talvez até mesmo proibido. E eu sei que muitas consciências aflitas consideram a simples crença em Jesus coisa de somenos. O coração enganoso sugere a solução aparentemente mais eficaz: "Faça penitência; sinta amargura; derrame certa quantidade de lágrimas. Fustigue a mente, ou sobrecarregue o coração"; assim exclama o eu carnal. Jesus simplesmente ordena: "Creia". Realmente, parece uma coisa pequena demais para ser feita, como se não fosse possível receber a vida eterna ao depositar a confiança em Jesus Cristo: mas este é o princípio que queremos ensinar a vocês: quando Jesus Cristo está a ponto de outorgar uma benção, emite uma ordem que não deve ser questionada, mas obedecida de imediato. Se vocês não crerem, nem serão estabelecidos; mas se estiverem dispostos e obedientes, comerão do melhor da terra. "Façam tudo o que ele lhes mandar."

O terceiro princípio é: sempre que recebemos uma ordem da parte de Cristo, é sábio cumpri-la com zelo. Ele disse: "Encham os potes com água", e os encheram até a borda. Vocês sabem da existência de várias formas de encher um pote de água. Quando está cheio, você não pode empilhar mais água em cima; mas certamente pode enchê-lo até quase começar a transbordar: o líquido estremece como se estivesse para cair em uma cascata cristalina. É uma plenitude que preenche. Ao cumprirmos os mandamentos de Cristo, meus caros irmãos e irmãs, cumpramo-los ao máximo, que os enchamos até a borda. Em se tratando do mandamento para "crer", creia com todas as forças; confiem nele de todo o coração. Se for para "pregar o evangelho", preguem-no em tempo e fora do tempo; preguem o evangelho -- todo ele. Encham-no até a borda. Não ofereçam ao povo o evangelho pela metade. Dêem-lhe o evangelho transbordante. Encham os cântaros até a borda. Se é para se arrependerem, peçam para ter um arrependimento sincero e profundo -- cheio até a borda. Se devem crer, peçam a dependência intensa, total, como a das crianças, para sua fé estar cheia até a borda. Se vocês são ordenados a orar, orem poderosamente: encham o vaso da oração até a borda. Se é para perscrutar as Escrituras para obter a bênção, perscrutem-nas do começo ao fim: encham o vaso da leitura bíblica até a borda. Os mandamentos de Cristo nunca devem ser obedecidos com desânimo. Dediquemos toda a alma a tudo o que ele nos mandar, embora, por enquanto, não consigamos enxergar a razão de nos determinar a tarefa. Os mandamentos de Cristo devem ser cumpridos com entusiasmo, e levados a efeito até o extremo -- se nisso pudesse existir extremo.

O quarto princípio é: nossa atuação zelosa em obediência a Cristo não seja contrária à dependência dele, mas que seja necessária para a dependência dele. Vou lhes mostrar isso daqui a um momento. Alguns irmãos que conheço dizem: "Hum! Você realiza o que chama cultos de avivamento, e procura despertar os homens por meio de apelos sinceros e discursos emocionantes. Você não percebe que Deus levará a efeito a própria obra? Esses esforços não passam de você tentar arrancar a obra das mãos de Deus. O modo certo é confiar nele, e nada fazer". Tudo bem, irmão. Você nos deu sua palavra de que confia em Deus e não faz nada. Permito-me a liberdade de não sentir muita certeza de que você realmente confia nele, pois se me lembro, acho que já visitei sua casa, você é mais ou menos a pessoa mais triste, desanimada e descrente que conheço. Em noventa por cento das vezes, você sequer sabe se é mesmo salvo. Pois bem, acho que não está em condições de fazer propaganda da sua fé. Se tivesse fé tão maravilhosamente grande, não há dúvida de que, segundo a fé, assim lhe seria feito. Quantas pessoas foram acrescentadas à igreja mediante sua inatividade na igreja bendita -- onde você exerce essa fé bendita sem obras? Quantas foram levadas para dentro? "Pois bem, não tivemos muitos acréscimos". Não, e acho que não têm a probabilidade de tê-los. Se quiser levar a efeito a extensão do reino do Redentor por meio da inação, não acredito que você adote o modo de agir aprovado por Jesus Cristo. Nós, porém, nos aventuramos a dizer-lhe que nos dedicamos a trabalhar para Cristo, de todo o coração e alma, usando todos os meios ao nosso alcance para trazer pessoas a fim de ouvir o evangelho; sentimo-nos tão convictos quanto você de que nada podemos fazer nesta questão, à parte do Espírito Santo, e confiamos em Deus, penso eu, tanto quanto você confia, pois nossa fé produz mais resultados que a sua. Eu não estranharia se lhe fosse revelado que sua fé sem obras estivesse morta por estar só, e que nossa fé, acompanhada por obras seja viva.

Colocarei assim a questão: Jesus Cristo diz: "Encham os potes com água". O servo ortodoxo diz: "Meu Senhor, creio plenamente que podes fazer vinho para essas pessoas sem água e, por isso, com tua permissão, não trarei água nenhuma. Não interferirei na obra de Deus. Estou certo de que não precisas de nossa ajuda, gracioso Senhor. Podes fazer esses potes ficarem cheios de vinho sem trazermos um único balde de água, e assim não destituiremos a glória dessa obra. Simplesmente nos afastaremos, e esperemos por ti. Quando o vinho tiver sido feito, beberemos dele, e abençoaremos teu nome; nesse ínterim, pedimos que nos exoneres desse serviço, porque os baldes cheios são pesados, e seria necessário trazer muitos baldes para encher de água todos os potes. Fazer isso seria uma interferência na obra divina, e por isso, preferíamos ficar descansando". Você não acha que as palavras desses servos comprovam a ausência mínima de fé em Jesus? Não diremos que comprova sua incredulidade, mas diremos que parece verdade. Mas olhe o servo ali que, tão logo que Jesus ordena: "Encham os potes com água", diz: "Não sei o que ele planeja. Não enxergo nenhuma conexão entre trazer esta água, e prover vinho para a festa, mas vou ao poço: passe-me dois baldes. Venha junto, irmão; ajude a encher os potes". E ali vão, e não demoram a voltar alegremente com a água, derramada nos cântaros, enchendo-os até a borda. Parece-me que os servos crentes obedecem à ordem, sem a entender, mas com a esperança de que, de uma maneira ou outra, Jesus sabe operar seu milagre. Com nossos esforços sinceros, não interferimos com ele, caros amigos, ao contrário, comprovamos a fé nele, se trabalharmos por ele como nos mandar, e confiarmos nele somente, com fé exclusiva e total.

O próximo princípio, que deve ressaltar da mesma forma, é: a ação não é suficiente por si só. Disto já sabemos, mas quero relembrar isso. Temos aqui esses potes de água, cântaros, gamelas, banhos: estão cheios, e não poderiam estar mais cheios. E quanta água foi derramada! Vocês entendem que na tentativa de enchê-los, a água transborda aqui e ali. Bem, todos os seis banhos estão cheios de água. Existe mais vinho, depois de tudo isso? Nenhuma gota. É água que trouxeram, nada senão água, e permanece água. E se levássemos a água para a festa; receio que os convidados não considerassem água fria o líquido mais adequado para uma festa de casamento. Deveriam tê-la bebido, mas receio não terem sido educados na escola da abstinência total. Teriam dito ao encarregado da festa: "Você nos deu vinho bom, mas água não cai bem para o término da festa". Estou certo de que ela não teria agradado mesmo. No entanto, era água, podem ter certeza disso, e nada senão água, quando os servos a derramaram nos potes. Da mesma forma, depois de tudo o que os pecadores conseguem fazer, nada mais existe em seus esforços, e nada que os santos possam fazer com validade para a salvação de uma alma, até que Cristo pronuncie a palavra de poder. Depois de Paulo ter plantado e Apolo irrigado, não há crescimento até Deus o conceder. Preguem o evangelho, labutem com as almas, persuadam, implorem, exortem; mas não há poder em nada que fazem até Jesus Cristo demonstrar seu poder divino. Ele virá, bendito seja seu nome; e se enchermos os potes com água, ele a transformará em vinho. Somente ele pode fazer isso, e os servos que demonstram mais vigor em encher os potes estão entre os primeiros a confessar que somente ele pode realizar essa ação.

E agora, o último princípio nesta divisão: embora a ação humana por si só seja insuficiente para o propósito desejado, não deixa de ocupar o lugar adequado, e Deus a tornou necessária por sua determinação. Por que nosso Senhor mandou encher com água esses potes? Não digo que era necessário proceder assim, mas a fim de que o milagre fosse totalmente manifesto e inconteste, se fez necessário; pois suponham que tivesse dito: "Vão aos potes de água e tirem vinho"; quem o observava poderia ter dito já existir vinho neles, e que nenhum milagre foi operado. Depois de nosso Senhor ter mandado encher de água, não sobraria espaço para esconder vinho ali. Foi a mesma situação com Elias, quando, a fim de comprovar a inexistência de fogo escondido no altar no Carmelo, mandou as pessoas descerem até o mar, e trazerem água, e a derramarem sobre o altar, e sobre a oferta, até encher os regos. Disse: "Façam-no pela segunda vez", e o fizeram pela segunda vez; e disse: "Façam-no pela terceira vez", e eles o fizerem pela terceira vez, e não sobrou possibilidade de impostura.

E assim, quando o Senhor Jesus mandou encher com água os potes, impossibilitou a acusação de impostura; e assim vemos a razão da necessidade de fica-rem cheios de água. Além disso, era necessário pelo caráter instrutivo para os servos. Vocês notaram, durante a leitura da narrativa, que o encarregado da festa, quando provou o vinho bom, não sabia de onde viera. Não tomara conhecimento, e as palavras que expressou demonstraram surpresa misturada com ignorância. Mas também está escrito: "embora o soubessem os serviçais que haviam tirado a água" (v. 9b). Ora, quando almas são convertidas em uma igreja, acontece algo muito semelhante com alguns membros, boas pessoas, mas que não sabem muita coisa a respeito da conversão de pecadores. Não sentem muita alegria nos avivamentos; na realidade, como o irmão mais velho, sentem um pouco de suspeita dessas personalidades desregradas, trazidas para a igreja; consideram-se muito respeitáveis, e prefeririam que os tipos mais baixos do povo não se assentassem no banco da igreja com eles; ficam desajeitados em chegar tão perto deles. Sabem pouca coisa a respeito do que acontece. "Embora o soubessem os serviçais que haviam tirado a água": isto quer dizer que o crentes zelosos levam a efeito a obra e procuram encher com água os potes, pois estão cientes de tudo. Jesus mandou encher com água os potes, com o propósito de que os tiradores de água soubessem que se tratava de um milagre. Posso garantir que se vocês trouxerem almas até Cristo, conhecerão seu poder. Serão levados a pular de alegria ao ouvir o clamor do arrependido, e ao notar o raio brilhante de deleite que passa pelo rosto do crente recém-nascido quando seus pecados são lavados, e se sente renovado. Se quiserem conhecer o poder milagroso de Jesus Cristo devem ir e -- não operar milagres -- apenas tirar a água e encher os potes. Cumpram os deveres cristãos normais -- coisas nas quais não existe poder, mas que Cristo liga com sua atuação divina, e lhes será instrução e consolo o recebimento dessa obra para fazer. "Embora o soubessem os serviçais que haviam tirado a água".

Acho que falei o suficiente a respeito dos princípios embutidos no texto em estudo.

 

II. Vocês precisam ter paciência comigo enquanto procuro aplicar esses princípios de forma prática. Vejamos como cumprir essa ordem divina: "Encham os potes com água".

Em primeiro lugar, usem no serviço de Cristo qualquer capacidade que tiver. Ali estavam os potes de água, seis deles, e Jesus fez uso do que achava à disposição. Havia água no poço, e o Senhor também lançou mão dela. Nosso Senhor está acostumado a lançar mão dos seus fiéis, com qualquer capacidade que porventura tenham, em vez de anjos ou de uma nova classe de seres recém-criados com esse propósito. Ora, amados irmãos e irmãs, se não possuírem cálices de ouro, encham com água os vasos de barro. Caso não haja copinhos de prata lavrados primorosamente, ou a melhor porcelana biscuit, não importa; encham os vasilhames disponíveis. Se não podem, como Elias, fazer descer fogo do céu, e se não podem operar milagres como os apóstolos, façam o que puderem. Se nem ouro nem prata possuírem, dediquem a Cristo o que tiverem. Tragam a água de conformidade com o pedido dele, e será melhor que o vinho. As dádivas mais comuns podem ser usadas por Cristo para servir seu propósito. Como ele aceitou uns poucos pães e peixes, e alimentou a multidão, também aceitará os seis potes com água de sua parte, e com eles produzirá vinho.

Como percebem, eles fizeram o melhor uso do que tinham à disposição; os potes de água estavam vazios, mas eles os encheram. Nesta noite, estão aqui vários irmãos que estudam no Colégio, e tentam desenvolver seus dons e capacidades. Acho que estão fazendo bem, meus irmãos. Mas já ouvi algumas pessoas falar: "O Senhor Jesus não precisa de sua cultura". Não, é muito provável que não, da mesma forma que não precisava da água; por outro lado, com certeza ele não quer sua tolice e ignorância, e não quer seus modos grosseiros e incultos de falar. Na ocasião em estudo, não procurava vasos vazios; queria os cheios, e os servos fizeram muito bem em enchê-los.

Nosso Senhor hoje não quer ministros de cabeça vazia, nem de coração vazio; portanto, meus irmãos, encham os potes com água. Estudem bastante, esforcem-se muito, aprendam tudo o que conseguirem, e encham os potes com água. "Oh", alguém dirá, "como esses estudos levarão à conversão de pessoas? A conversão é como o vinho, e tudo o que esses jovens aprenderão será como água". Vocês têm razão; mas ainda mando os estudantes encher os potes com água, na expectativa de que o Senhor Jesus a transforme em vinho. Ele pode santificar o conhecimento humano e torná-lo útil na exposição do conhecimento de Jesus Cristo. Espero já ter passado a época em que alguém sonhou com a utilidade da ignorância e grosseria para o reino de Cristo. O grande Mestre queria que seus seguidores aprendessem tudo o que pudessem chegar a conhecer, e especialmente conhecer a si mesmos e às Escrituras, a fim de poderem apresentá-lo para proclamar seu evangelho. "Encham os potes com água".

Em seguida, na aplicação desse princípio, todos devemos fazer bom uso de todos os meios de bênção que Deus determinar. Quais são eles? Primeiro, há a leitura das Escrituras. "Estudem cuidadosamente as Escrituras". Estudem-nas tanto quanto puderem. Procurem entendê-las. "Mas se eu conhecer a Bíblia, serei salvo por isso?". Não, vocês precisam conhecer o próprio Cristo pelo Espírito. Mesmo assim "Encham os potes com água". Enquanto estiverem estudando as Escrituras, poderão esperar que o Salvador abençoe sua Palavra, e transforme a água em vinho.

Além disso, há o comparecimento nos meios da graça, para escutar a pregação do evangelho na igreja. Cuidem de encher com água o pote. "Mas posso escutar milhares de sermões sem ser salvo". Sei que é assim, mas vocês têm o dever de encher com água esse pote, e quando estiverem escutando o evangelho, Deus o abençoará, visto que "a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo" (Rm 10.17). Tomem o cuidado de empregar os meios determinados por Deus. Visto que o Senhor determinou a salvação das pessoas mediante a pregação da palavra, oro para que ele suscite pregadores incansáveis, em tempo e fora de tempo, nas casas e ruas. "Mas as pessoas não serão salvas mediante a nossa pregação". Sei disso. A pregação é água: e enquanto pregarmos, Deus a abençoará, e transformará a água em vinho. Distribuamos livros e folhetos religiosos. "Mas as pessoas não serão salvas pela lei-tura deles". Muito provavelmente não, mas enquanto os estiverem lendo, Deus pode trazer à lembrança sua verdade e imprimir-lar no coração delas. "Encham os potes com água". Distribuam folhetos em abundância. Espalhem literatura religiosa em todos os lugares. "Encham os potes com água", e o Senhor transformará a água em vinho.

Não se esqueçam da reunião de oração. Que meio de graça abençoado ela é, pois faz descer poder para todas as obras da igreja: encham esse pote com água. A freqüência nas reuniões de oração não é insuficiente; no entanto, mantenham esse ritmo, irmãos amados! Vocês podem orar. Bendito seja o nome do Senhor, vocês têm o espírito de oração. Continuem orando! "Encham os potes com água", e em resposta à oração, Jesus a transformará em vinho. Professores da escola dominical, não negligenciem sua utilidade: "Encham os potes com água". Façam operar o sistema da escola dominical com todas as forças. "Mas ajuntar as crianças, e ensinar-lhes a respeito de Jesus, não as salvará. Não podemos lhes dar novo coração". Quem disse que podem? "Encham os potes com água". Jesus Cristo sabe transformá-la em vinho, e ele não deixa de fazê-lo quando somos obedientes às suas ordens.

Usem todos os meios, mas tomem o cuidado de usar esses meios com bastante entusiasmo. Voltando àquela parte: "E os encheram até a borda". Quando vocês ensinarem as crianças na escola dominical, façam-no bem. Encham-nas até a borda. Quando pregar, cavalheiro, não pregue como se estivesse meio acordado, desperte; encha seu ministério até a borda. Quando estiver tentando evangelizar a comunidade, não o tente de modo desanimado, como se não se importasse com a salvação dessas almas, ou não; encha-os até a borda; pregue o evangelho com todas as suas forças, e implore por poder do alto. Encha cada pote até o fim. Tudo o que vale a pena fazer, deve ser bem feito. Já ouvi falar que em algumas prestações de serviço existe zelo em demasia, mas no serviço de Cristo podem ter tanto zelo quanto quiserem, e não entrarão em excessos, se houver prudência. "Encham os potes com água", e encham-nos até o fim. Dediquem-se à prática do bem com todo o coração, alma e forças.

Além disso, a fim de aplicar esse princípio, tenham a certeza de recordar, depois de terem feito tudo o que puderem, a grande deficiência em todos os seus atos. Seria bom -- depois da distribuição de folhetos, do ensino na escola dominical e da pregação -- ao chegar em casa, colocar-se de joelhos e exclamar: "Senhor, fiz tudo que me mandaste, porém nada foi feito se tu não deres o toque final. Senhor, enchi os potes, e embora pudesse enchê-los somente com água, não deixei de enchê-los até a borda. Senhor, dentro dos limites da minha capacidade, procurei ganhar pessoas para ti. Nenhuma alma pode ser salva, nenhuma criança convertida, nenhuma glória adicionada ao teu nome por minha ações; no entanto, meu Mestre, fala a palavra que opera milagres, e que a água dos potes enrubesça em vinho. Tu o podes fazer, embora eu não possa. Lanço sobre ti esse fardo".

E isso me leva à última aplicação do princípio: confiem no Senhor para fazer a obra. Vejam bem: existem duas maneiras de encher potes de água. Suponhamos que essas pessoas nunca tivessem recebido a ordem de encher os potes, e que os tivessem enchido sem a mínima referência a Cristo; imaginem que tivesse sido um capricho da própria imaginação, e que tivessem dito: "Essa gente está sem vinho, mas pelo menos podem tomar um bom banho, se quiserem, e por isso encheremos os seis potes com água". Nada de proveito sairia de semelhante procedimento. A água teria ficado parada ali. Um menino na escola de Eton disse: "A água consciente viu seu Deus e enrubesceu", uma expressão deveras poética; mas a água consciente só teria visto os servos, e não teria enrubescido. Teria refletido o rosto deles na superfície brilhante, mas nada mais teria acontecido. Seria necessário que o próprio Jesus Cristo chegasse ali, e então seu poder presente operaria o milagre. Por ter ordenado aos servos encher com água os potes, ele se obrigou (se posso usar semelhante expressão ao Rei totalmente livre) a transformá-la em vinho, pois de outra forma faria seus servos de tolos, e eles poderiam ter objetado: "Para que tu nos deste uma ordem desse tipo?".

Se, depois de termos enchido com água os potes, Jesus não operar por meio de nós, teríamos feito o que ele nos ordenou; mas se nele crermos, ele virá obrigatoriamente (ouso dizer); pois embora fôssemos perdedores, e mesmo perdedores terríveis, se ele não demonstrasse seu poder, teríamos de lamentar: "Labutei em vão, e gastei minha força por nada", mas não perderíamos tanto quanto ele, pois o mundo afirmaria imediatamente que as ordens de Cristo são vazias, infrutíferas, sem valor. Declarar-se-ia que a obediência à sua palavra não produz resultado. O mundo diria: "Vocês encheram os potes com água porque ele lhes ordenou assim. Esperavam que transformasse a água em vinho, mas ele não o fez. Sua fé é vã; sua obediência é vã; ele não é um Mestre digno de ser servido". Nós sairíamos perdendo, mas ele perderia mais, por dar cabo de sua glória. Quando a mim, creio que nenhuma palavra a favor de Cristo é falada em vão. Estou certo de que nenhum sermão contendo Cristo é pregado sem resultado, em nenhuma ocasião. Surgirá algum resultado, mesmo que não seja hoje nem amanhã; algum resultado haverá. Depois de ter mandado imprimir um sermão, e vê-lo publicado em um livro, não demora muito para eu me deleitar em ouvir notícias de almas salvas por meio dele. E quando só preguei um discurso, sem ele estar publicado, ainda pensei sempre que algum resultado haveria. Preguei a Cristo. Coloquei no sermão sua verdade salvífica, e a semente não poderá perecer. Se ficar enterrado em um livro durante muitos anos, como grãos de trigo na mão de uma múmia, viverá, crescerá e frutificará.

Assim, fiquei sabendo recentemente de uma alma levada a Cristo por um sermão que preguei há vinte e cinco anos. Quase todas as semanas recebo notícias de almas que trazidas a Cristo por sermões pregados no passado, na rua Park, no salão de Exeter, e nos jardins de Surrey, e por isso sinto a convicção de que Deus não deixará cair por terra um único testemunho fiel. Continuem, irmãos. Continuem enchendo os potes com água. Não imaginem que fizeram muita coisa depois de se esforçar ao máximo. Não comecem a se congratular pelos sucessos do passado. Tudo deve provir de Cristo; e dele virá mesmo. Não se dirijam à reunião de oração dizendo: "Paulo pode plantar e Apolo pode regar, mas" -- e assim por diante. Não é assim que a passagem diz. Pelo contrário: Paulo planta, Apolo rega, mas Deus é quem faz crescer (1Co 3.6). O crescimento é seguramente dado por Deus quando o plantio e a semeadura foram levados corretamente a efeito. Os servos enchem os potes com água; o Mestre a transforma em vinho.

Que o Senhor nos conceda graça para sermos obedientes às suas ordens, principalmente àquela ordem: "Creiam e vivam!" para que nos encontremos com ele na festa de casamento no céu, e bebamos do vinho novo com ele para todo sempre. Amém.