64. "ASSIM COMO"
Assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele (Colossenses 2.6).
Há grande segurança em voltar aos primeiros princípios.
Para ter certeza de estar no caminho certo, é bom olhar para trás, para o portão de entrada. Caminho bem começado é meio caminho andado.
O texto é dirigido não aos ímpios, nem a estranhos, mas àqueles que "receberam Cristo Jesus, o Senhor". Eles começaram bem; que continuem como começaram.
Pelo bem espiritual e pelo estabelecimento destes na fé, o apóstolo anseia, e é para esse fim que ele dá a exortação.
I. NOTE NO TEXTO O FATO DECLARADO.
Crentes sinceros têm de fato comprovado ter "recebido Cristo Jesus, o Senhor".
1. Esta é a velha palavra do evangelho. Aqui não há nenhuma evolução de dentro, mas sim uma dádiva de fora, recebida entusiasticamente pela alma. Esta é a linguagem da graça-livre: "recebida", não trabalhada nem comprada. Não se diz que eles receberam as palavras de Cristo, embora isso seja verdade, porque eles prezam cada preceito e doutrina, mas que eles receberam Cristo. Observe cuidadosamente a personalidade daquele que eles receberam, "Cristo Jesus, o Senhor": sua pessoa, sua divindade, sua humanidade, ele próprio. Eles:
- Receberam-no no conhecimento deles.
- Receberam-no no entendimento deles.
- Receberam-no em seus afetos.
- Receberam-no em sua confiança.
- Receberam-no em sua vida no seu novo nascimento. Quando o receberam, ele lhes deu poder para se tornarem os filhos de Deus.
2. O caráter tríplice em que eles o receberam. As palavras do texto, "Cristo Jesus, o Senhor", indicam isso. Receberam-no:
- Como Cristo, ungido e comissionado de Deus.
- Como Jesus, o Salvador, para redimir e santificá-los.
- Como o Senhor, para reinar sobre eles e governá-los com poder não dividido.
3. O olhar para além de si neste ato salvador de recepção.
- Não se diz, como vocês lutaram por Jesus e o ganharam, ou estudaram a verdade e descobriram Jesus Cristo, mas sim, como vocês o "receberam". Isso nos despe de tudo que seja para gloriarnos, porque tudo que fazemos é receber.
4. A abençoada certeza da experiência daqueles a quem Paulo escreveu: "Assim como vocês receberam Cristo Jesus o Senhor". Eles tinham realmente recebido Jesus; tinham descoberto que a bênção era real: nenhuma dúvida permanecia sobre a posse dela.
II. NOTE, EM SEGUIDA, O CONSELHO DADO.
"Assim andai nele."
Há quatro coisas sugeridas por esta palavra "andai".
1.Vida. Apreciem vitalmente o Senhor Jesus.2. Continuação. Permaneçam em Cristo. Façam-no seu lugar constante de movimento e ocupação diária.
3. Atividade. Ocupem-se, mas não com um novo caminho de salvação. Trabalhem para Jesus, com ele, e em obediência a ele.
4. Progresso. Avancem, mas sempre deixem que seu pensamento mais avançado permaneça nele.
III. NOTE, FINALMENTE, O MODELO QUE É APRESENTADO A NÓS.
É para andarmos em Cristo Jesus, o Senhor, "como nós o recebemos". E como foi isso?
1. Nós o recebemos agradecidamente. Como bendissemos o seu nome por valorizar nossa posição humilde.
2. Nós o recebemos humildemente. Não tínhamos direitos sobre sua graça, e confessamos isso e fomos humildes.
3. Nós o recebemos alegremente. Nossa primeira alegria foi tão brilhante como o orvalho da manhã. Será que nós a perdemos?
4. Nós o recebemos efetivamente. Produzimos muitos frutos espirituais e plenitude de vida: fé, amor e toda graça.
5. Nós o recebemos sem reserva. Não estipulamos condições com ele e não reservamos nada para a carne. Assim, devemos continuar a caminhar nele, para sempre em nosso viver diário, exceder em todos estes pontos. Mas, ai, alguns nunca receberam Jesus! Nossas palavras finais precisam ser dirigidas a esses. Se você não receber Jesus, você está recusando misericórdia aqui e no céu mais tarde. O quê?! Você não receberá um benefício tão grande como esse?
EXPLICATIVO
Inquiridores são freqüentemente aconselhados a dar seu coração a Cristo ou a se consagrarem ao Senhor. Nós queremos ser críticos demais daquilo que é bem intencionado, mas realmente o evangelho não é isso. A boa nova da graça é que Deus nos deu vida eterna, e que, a fim de ser salvo, o pecador nada tem a fazer senão aceitá-la.
Mas tendo recebido a dádiva de Deus e tendo nos tornado participantes de sua graça que converte, então, a obrigação divina para servir começa a nos pressionar. O Senhor torna-se um que pede logo que nós nos tornemos recebedores. "Como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele." Que a consagração coroe a conversão, que a autodevoção a Cristo faça resposta à autodevoção dele por você (Dr. A. J. Gordoni).
Se você quer saber como a fé é exercida neste habitar em Jesus, para ser enraizado mais profunda e firmemente nele, você só tem de olhar para trás ao tempo em que você primeiro o recebeu. Você se lembra bem de quais os obstáculos que parecia haver naquele tempo no caminho de você crer. Primeiro, a sua maldade e a sua culpa: parecia impossível que a promessa de perdão e amor pudesse ser para um pecador como você. Depois, havia o sentimento de fraqueza e morte: você não sentia o poder para a entrega e a confiança para a qual era chamado. E depois havia o futuro: você não ousava aceitar ser discípulo de Jesus, enquanto sentia certeza que não poderia subsistir de pé, mas ia rapidamente ser infiel de novo e falhar. Estas dificuldades existiam como montanhas no seu caminho. E como foram removidas? Simplesmente pela palavra de Deus. Essa palavra fazia com que você cresse que, apesar da culpa no passado e da fraqueza no presente, da infidelidade no futuro, a promessa era segura que Jesus o aceitaria e salvaria. Sobre essa palavra, você se aventurou a vir e não foi decepcionado: você descobriu que Jesus realmente o aceitou e o salvou.
Apliquem isso, sua experiência de chegar-se a Jesus, no ficarem firmes nele. Pela fé, vocês se tornaram participantes da graça inicial; por aquela mesma fé que vocês podem apreciar a graça contínua de habitar nele (Andrew Murray).
Visto que tinham recebido a doutrina de Cristo, eles não podiam mais separar-se dela sem se convencerem ou da imprudência em terem errado tomando uma doutrina falsa por uma verdadeira, ou da instabilidade em largar e alterar uma doutrina que sabiam ser boa e suficiente quando a receberam. Se sua crença é boa, por que você a muda? Se não, por que você a recebeu? Embora seja um pecado terrível não receber o Senhor Jesus quando ele se apresenta a nós em seu evangelho, ainda assim é muito mais errado lançá-lo fora depois de o ter recebido; como é maior afronta mandar embora um homem de sua casa, quando você já o admitiu, do que fechar suas portas contra ele no começo (Jean Daille).