56. LIMPEZA QUE VEM DE PIEDADE

"Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus (2Coríntios 7.1).

 

Aceso com o fogo de forte emoção, constrangido pelo amor de Cristo, e animado pela companhia de todas as bênçãos espirituais, o apóstolo Paulo aqui sai com uma exortação. Ele apela às paixões mais nobres dos filhos de Deus, à posse de linhagem divina, um dote no presente, e sua expectativa de um destino exaltado. Estes ele usa como incentivos para a santidade e de vida.

Para incentivar em nós esta ambição divina, ele coloca diante de nós o Cristão em várias luzes diferentes:

 

I. COMO POSSUINDO OS MAIS GLORIOSOS PRIVILÉGIOS.

"Visto que temos estas promessas." Não promessas por inversão
meramente.
As promessas referidas são mencionadas no capítulo anterior.
1. Habitação interior divina: "Habitarei com eles" (2Co 6.16).

2. Manifestação divina: "Entre eles andarei."

3. Pacto divino, garantido por contrato: "Serei o seu Deus, e eles serão o meu povo."

4. Aceitação divina: "Eu os receberei" (6.17).

5. Adoção divina: "Eu... lhes serei Pai, e vocês serão meus filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso" (6.18). Estas promessas já são cumpridas em nossa experiência.

 

II. COMO QUE TRABALHANDO PARA SE LIVRAR DE MALES DETESTÁVEIS.

"Purifiquemo-nos" (2Co 7.1).
A matéria tem nela:
1. Personalidade: "Purifiquemo-nos."

2. Atividade: Precisamos continuar limpando-nos.

3. Universalidade: "De tudo o que contamina".

4. Completamente: "Em corpo e mente" (espírito). Se Deus habita em nós, façamos limpa a casa para um Deus tão puro. Será que o Senhor já entrou em pacto conosco para que sejamos seu povo? Isso não envolve um chamado para vivermos de acordo com a piedade? Somos seus filhos? Não vamos entristecer nosso Pai, mas sim imitálo como filhos amados.

 

III. COMO VISANDO UMA POSIÇÃO MAIS EXALTADA.

"Aperfeiçoando santidade."

1. Precisamos colocar diante de nós a santidade perfeita como algo a ser alcançado.

2. Precisamos culpar-nos se não chegamos lá.

3. Precisamos continuar em qualquer grau de santidade que tenhamos alcançado.

4. Precisamos agonizar pelo aperfeiçoamento de nosso caráter.

 

IV. COMO MOTIVADO PELO MAIS SAGRADO DAS MOTIVAÇÕES.

"Aperfeiçoando santidade no temor de Deus."

1. O temor de Deus lança fora o medo do homem, e assim nos salva de uma prolífica causa de pecado.

2. O temor de Deus lança fora o amor ao pecado, e com a raiz, o fruto com certeza vai fora com certeza.

3. O temor de Deus funciona por amor a ele, e este é um grande fator de santidade.

4. O temor de Deus é a raiz da fé, do culto, da obediência, e assim produz todo tipo de serviço santo. Veja como promessas suprem argumentos para preceitos. Veja como preceitos naturalmente crescem a partir de promessas.

 

DERRAMAMENTOS

"Limpar-nos." É o Senhor que é o santificador de seu povo; ele purga retirando deles o refugo e latão. Ele despeja água limpa, conforme suas promessas, contudo, chama-nos para nos limparmos; tendo tais promessas, limpemo-nos. Ele põe nova vida em nós e faz-nos agir, e excita-nos a exercitar e atuar no progresso de santificação. Os homens são estranhamente inclinados a uma construção perversa das coisas. Diga-lhes que é para agirmos e trabalhar e dar diligência, então, eles ainda querem fazer um trabalho em sua própria força e ser seus próprios salvadores. Outra vez, diga-lhes que Deus faz todas as nossas obras em nós e por nós, e então eles pegariam a facilidade de não fazer nada. Se não podem ter o louvor de fazer tudo, sentam-se parados, de braços cruzados, e não usam de nenhuma diligência. Mas esta é a lógica corrupta da carne, é seu mau sofismar. O apóstolo raciocina justamente ao contrário (Filipenses 2.13). "Pois é Deus quem efetua em você tanto o querer quanto o realizar." Portanto, diria um coração carnal: nós não precisamos trabalhar; ou pelo menos, podemos trabalhar muito relaxadamente. Mas ele infere: "Portanto, trabalhemos a nossa salvação em temor e tremor", isto é, na obediência mais humilde a Deus e dependência dele, não obstruindo as influências de sua graça, e, pela preguiça e negligência, provocandoo a tirar ou diminuí-la. Certamente, muitos em quem há a verdade da graça são conservados baixos no crescimento dele por sua própria preguiça, sentando-se parados, e não se mexendo e exercitando as ações apropriadas daquela vida espiritual pela qual ela é exercida e avançada (Arcebispo Leighton).

"Avancemos para a perfeição" (Hb 6.1) deve ser melhor colocado, "Deixenos ser levados adiante." Se somos incapazes de ir adiante, certamente somos capazes de ser levados adiante à perfeição (Charles Stanford).

As promessas, como têm uma aceleração, assim também têm um poder de purificar; e isso com lógica sadia. Deus promete que será meu Pai e eu serei seu filho, e ele me promete vida eterna, e esse estado requer pureza, e nenhuma coisa impura entrará ali. Certamente, se essas promessas forem apreendidas pela fé, como têm um poder de aceleração, purificam com a santidade. Podemos não pensar em levar nossa imundície ao céu. Aquele que pragueja pensa levar suas blasfêmias? Pessoas imundas e mentirosas são banidas de lá; lá não há "nenhuma coisa imunda". Aquele que tem essas promessas se limpa e "aperfeiçoa a santidade no temor de Deus". "Todo aquele que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro (1Jo 3.3) (Richard Sibbes).

Uma mente espiritual tem algo da natureza da planta sensitiva: um santo encolhimento ao toque do mal (Richard Cecil).