49. A FONTE

Disse a mulher: "O senhor não tem com que tirar água, e o poço é fundo. Onde pode conseguir essa água viva?" (João 4.11)

 

O objetivo de nosso Senhor foi levar a mulher a buscar dele salvação. Nosso desejo é a conversão imediata de todos agora presentes.

A mulher samaritana aceitou o Salvador na primeira pergunta.

Muitos de vocês já foram convidados a Jesus muitas vezes - e vocês não vão por fim concordar?

Nosso Senhor se dirigiu ao coração dela com ensino claro e tratamento familiar - nós tomaremos o mesmo caminho com nossos ouvintes.

Quando a ilustração interessante deixou de alcançá-la, ele desceu ao literalismo mesmo, e desvendou a vida dela. Qualquer coisa é melhor do que permitir a uma alma que ela pereça.

 

I. VAMOS EXPOR O ENSINO ANTECEDENTE.

O Senhor havia dito a ela: "Se você conhecesse o dom de Deus e quem lhe está pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe teria dado água viva." A figura era a de água viva em contraste com a água coletada no poço de Jacó, que era meramente a coleta dos morros em volta--água da terra, não água de fonte.

Ele quis dizer que sua graça é como água de um poço de nascente.
- É melhor e mais refrescante.

- É viva e ministra vida.

- É poderosa e encontra seu próprio caminho.

- É permanente e nunca seca.

- É abundante e livre para todos que chegam.
Além disso, ele sugeriu à mulher que:
1. Ele a tinha. Não havia necessidade de um balde com o qual tirá-la.

2. Ele a tinha para dar.

3. Ele a teria dado em troca de ser pedida.

4. Ela é permanente e nunca seca.

5. Ela é abundante e de graça para todos que chegam.

Além do mais, ele deu a entender à mulher que:
1. Ele a possuía. Não havia necessidade de balde com que tirá-la.

2. Ele a tinha para dar.

3. Ele a teria dado pelo pedido feito.

4. Só ele a poderia dar. Não se encontrava em nenhum poço terreno.

 

II. RESPONDEREMOS À PERGUNTA DO TEXTO.

Em ignorância a mulher perguntou: "De onde, então, tu tens esta água viva?"
Podemos a esta altura dar uma resposta mais completa do que podia ser dada quando nosso Senhor se sentou à beira do poço.
Ele tem agora um poder ilimitado de salvar, e este poder surge:

1. De sua natureza divina, aliada à sua perfeita humanidade.

2. Do propósito e da designação de Deus.

3. Da unção do Espírito Santo.

4. De sua obra redentora, que operou para o bem mesmo antes de sua realização real, e que está em plena operação agora.

5. Do poder de sua intercessão à mão direita de Deus Pai.

6. Da vida representativa na glória. Agora todo o poder é entregue em sua mão (Mt 28.18).

 

III. NÓS TIRAREMOS CERTA INFERÊNCIA DA RESPOSTA.

1. Então, ele ainda pode abençoar. Visto que ele tem essa água viva só de sua pessoa imutável, ele, portanto, a tem agora tão plenamente quanto sempre.

2. Então, ele nada precisa de nós. Ele é em si a única fonte, cheia e totalmente suficiente para sempre.

3. Então, não precisamos temer esvaziar sua plenitude.

4. Então, em todos os tempos podemos nos chegar a ele, e nunca precisamos temer que ele vá nos negar.

 

GOTAS

Quando vemos um grande volume de água saindo de uma fonte, é natural que perguntemos - de onde vem? Este é um dos mistérios da natureza para a maioria das pessoas. Jó fala "das fontes do mar", e sugere que ninguém pode descobri-las. Mas onde estão as fontes da salvação: De onde vem o rio, sim, o oceano sem limites da graça divina? Ele dá de beber a todos que vêm a ele; onde ele tem esse suprimento inesgotável? Não são estas perguntas que vale a pena fazer? A resposta a elas não deverá ser instrutiva para nós, e glorificadora de nosso Senhor? Venham, então, e vamos tomar emprestado a linguagem desta mulher samaritana e conversar com nosso Senhor (C. H. S.).

Ao andar por Londres, fico maravilhado com a grandeza do suprimento que precisa haver diariamente para alimentar seus milhões, e me admiro de que uma fome não tenha começado. Mas quando vejo os mercados e armazéns e penso na Terra inteira como ansiosa por obter um ponto de venda para sua produção em nossas vastas metrópoles, fico descansado e contente. Vejo os suprimentos quase sem limites convergindo, e minha admiração depois disso não é que milhões sejam alimentados, mas que eles possam ser capazes de consumir quantidades tão imensuráveis de alimentos.

Assim, quando contemplo a necessidade espiritual do homem, fico maravilhado de que possa algum dia ser satisfeito; mas quando eu vejo a pessoa e obra do Senhor Jesus, isso cessa, e uma nova admiração começa. Fico maravilhado mais pelo infinito da graça do que pelo poder do pecado (C.H.S.).

Falando no Cairo, o autor de "Vida maltrapilha no Egito" diz: "Talvez nenhum grito seja mais triste, afinal, do que o curto e simples grito do carregador de água: 'A dádiva de Deus' ele grita ao passar com seu ensacado de água no ombro. É impossível ouvir esse grito sem pensar nas palavras do Senhor à mulher de Samaria: 'Se você conhecesse o dom de Deus, e quem lhe está pedindo água, você lhe teria pedido, e ele lhe teria dado água viva." É muito provável que água, tão inestimável, e tantas vezes escassa em países quentes, fosse naqueles dias chamada, como agora, "a dádiva de Deus", para lembrar sua preciosidade; se era, a expressão seria extremamente forte para a mulher, e cheia de sentido" (The Biblical Treasury).

Com que disposição homens e mulheres vão a este e aquele poço para a ajuda e cura de males do corpo, e vão muitos e muitos quilômetros e dispensam todos os demais negócios, para que possam se recuperar de doenças do corpo; mas como são poucos os que perguntam pela água da vida, ou deixam todos os seus negócios seculares pelo bem e pela saúde de suas almas imortais! (Benjamin Keach).

"O poço é fundo", a mulher disse a Jesus, e era mesmo. Levou dois segundos e meio do momento em que a pedrinha foi solta, até ouvirmos o barulho dela na água lá em baixo. Voltando à ilustração diante de nós--"água viva"--o sentido só me veio quando visitei o lugar. O poço de Jacó, fundo como era, e fresco como suas águas sem dúvida eram, realmente era só um poço artificial - uma cisterna para a coleta de chuva, e a drenagem da terra. Em tempos de seca, esse poço deve ter sido inútil - era um poço, ou cisterna, não uma fonte (J. W. Barnisley).

A fonte de águas vivas é Deus mesmo (Jr 2.13). "Contigo está a fonte de vida" (Sl 36.9). Não é uma mera cisterna para segurar; é uma corrente que verte, corre, correnteza viva; não, é mais uma fonte que salta perpetuamente. Todos sabemos que um jato ou uma fonte é produzida por uma nascente de água que desce de uma grande elevação e que, quanto mais alta a fonte, mais alto e poderoso é o seu jato, que, no entanto, nunca passa da altura de sua fonte. Nossa vida espiritual, "nossa fonte de vida", tem sua fonte no céu e é em direção ao céu que se eleva, e não se contenta com nenhum nível mais baixo. Veio de Deus, e a Deus retornará (F. A. Molleson).