44. SALVE!

"E foram correndo anunciá-lo aos discípulos de Jesus. De repente, Jesus as encontrou e disse: "Salve!" Elas se aproximaram dele, abraçaram-lhe os pés e o adoraram. Então Jesus lhes disse: "Não tenham medo. Vão dizer a meus irmãos que se dirijam para a Galiléia; lá eles me verão" (Mateus 28.9-10).

 

TUDO o que diz respeito a nosso Senhor depois de sua ressurreição é calmo e feliz. Um escritor francês chama os quarenta dias na terra de "a vida de Jesus Cristo em glória": verdadeiramente foi glória tão grande como a terra podia suportar na época. Seu túmulo estava vazio, e conseqüentemente as tristezas dos discípulos teriam sido sobre se eles tinham entendido completamente o que aquele túmulo vazio significava.

Então, houve o tempo tão especial deles de comunhão viva com seu Senhor ressuscitado e ele não deixou de dar-lhes o privilégio em muitas ocasiões memoráveis. Visto que, nosso Senhor está ressuscitado, nós também podemos ter uma feliz comunhão com ele. Estes são dias em que podemos esperar que ele se manifeste a nós espiritualmente, como fez por quarenta dias aos discípulos corporalmente.

Não fiquemos satisfeitos a não ser que outros digam de nós: "Jesus se encontrou com eles."

 

I. NO CAMINHO DE SERVIÇO JESUS SE ENCONTRA CONOSCO.

"Foram correndo anunciá-los aos discípulos. De repente, Jesus as encontrou."

1. Ele pode vir em outras ocasiões, como fez àqueles que visitaram a sepultura, para aqueles que caminhavam para Emaús, a outros que pescavam, e para os onze reunidos para consolo mútuo.

2. É mais provável que ele venha quando estamos fazendo a obra dele, visto que:

- Estamos, nessa hora, acordados e mais aptos a vê-lo.

- Estamos então com necessidade especial dele.

- Estamos então mais em acordo com ele.

3. Mas venha Jesus quando vier, será uma visita abençoada, digna de ser prefaciada por um "Salve!". Ah, se ele viesse agora!

 

II. QUANDO JESUS SE ENCONTRA CONOSCO, ELE SEMPRE TEM UMA BOA PALAVRA PARA NÓS.

O lema mais certo para a comunhão da ressurreição é "Salve!"

1. Uma palavra de saudação. Ele não se envergonha de chamar-nos de irmãos, e receber-nos com "Salve!"

2. Uma palavra de bênção. Ele nos deseja tudo de bom e expressa seu desejo vigoroso e santo pela palavra "Salve!"

3. Uma palavra de felicitação. Ele estava feliz de ver essas mulheres, ele deu-lhes boas novas, ele as mandou ficarem felizes, ele estava feliz com elas, dizendo "Salve!"

4. Uma palavra de pacificação. Ele depois disse "Não temais", mas isso foi praticamente contido em seu "Salve!" Sua presença nunca tem má intenção; sempre nos opera saúde.

 

III. QUANDO JESUS SE ENCONTRA CONOSCO, CONVÉM NÓS NOS ACORDARMOS.

Devemos em tais horas ser como os discípulos, que estavam:

1. Totalmente vivos com energia esperançosa. "Elas vieram." Com pressa ansiosa, chegaram perto dele. Que vida isso poria em pregadores e ouvintes se o Senhor Jesus manifestamente aparecesse a eles? O enfado desaparece quando Jesus é visto.

2. Totalmente cheios de excitamento feliz. Seguraram-no pelos pés, quase não sabendo o que faziam, mas encantados por vê-lo.

3. Totalmente ardentes com amor reverente. Elas "o adoraram." Com que vigor lançavam-se nessa humilde adoração!

4. Totalmente admirados de sua glória. Eles ficaram prostrados, e começaram a temer.

5. Cheios de medo de perder a felicidade. Seguraram-no pelos pés.

 

IV. DE REUNIÃO ASSIM, DEVEMOS PASSAR PARA MAIS UM DEVER.

1. Precisamos rogar estarmos absortos como desculpa por inatividade, mas então precisamos "ir" a mando de nosso Senhor.

2. Precisamos buscar o bem de outros por causa do relacionamento deles com nosso Senhor. Ele diz: "conte a meus irmãos."

3. Precisamos comunicar o que nosso Senhor comunicou--"ide contar".

4. Precisamos encorajar nossos irmãos assegurando-lhes que alegria semelhante à nossa os aguarda--ali eles me verão. Assim é que poderemos melhor perceber e reter os benefícios preferidos de comunicação com o Senhor. Não só para nós mesmos, mas principalmente em benefício de outros, é que iremos contemplar nosso Senhor.

Vamos ao trabalho mais santo esperando conhecer Jesus à medida que prosseguimos.

Vamos ao trabalho mais santo quando já o encontrarmos.

Vamos trabalhar para "permanecer nele", aguardando sua vinda prometida e exortando outros a fazerem o mesmo.

 

ILUSTRATIVO

Diz-se que um diplomata empreendedor certa vez perguntou ao imperador Nicolas quem era o mais ilustre de seus súditos. O czar respondeu que o mais ilustre russo era qualquer pessoa que o imperador honrava dirigindo-lhe a palavra. A vaidade real ditou essa resposta, mas nós falamos "palavras de verdade e sobriedade" quando dizemos que o mais ilustre dos homens é aquele que o Senhor das hostes honra, recebendo-o para a comunhão consigo mesmo. "Fala, Senhor, porque teu servo ouve."

Em vão tu lutaste para agir bem livre,
Eu nunca soltarei o meu apego;
És tu o homem que morreu por mim?
O segredo deste amor teu me explica,
Lutando, eu não o deixarei sair,
Até que eu saiba o nome teu, tua natureza.


Há uma lenda que ilustra bem a bênção de cumprir o nosso dever a qualquer custo. Um monge havia tido uma bela visão de nosso Salvador e, em êxtase silencioso, estava contemplando-a. Chegou a hora em que era seu dever alimentar os pobres ao portão de seu mosteiro. Por vontade própria, ele teria demorado mais em sua cela a fim de apreciar a visão, mas, por consciência do dever, ele saiu de lá para ir cumprir seu humilde dever. Quando voltou, encontrou a abençoada visão ainda aguardando-o e ouviu uma voz: "Tivesses tu ficado, eu teria ido. Como tu foste, eu aqui fiquei."

É uma bênção sair com a mensagem do Mestre depois de tê-lo visto; é delicioso encontrá-lo no caminho quando vamos contar a seus discípulos, e é prazer impossível de expressar encontrá-lo na assembléia testificando junto a nós. Ir do Senhor para o Senhor, com o Senhor é tão agradável combinação que não pode ser descrita, mas deve ser pessoalmente vivida. O Senhor Jesus não é de modo algum sovino em sua conversa com os seus: ele nos encontra tantas vezes quanto nós estamos bem para ser encontrados, e mais vezes; e ele usa as familiaridades como nunca seriam esperadas, não tivessem já sido apreciadas. Quem sonharia dele dizer "Salve!" se ele mesmo não tivesse escolhido o termo? (C. H. S.).

Um bom tema poderia ser encontrado nas palavras da mensagem registrada em nosso texto. Jesus prepara seus mensageiros dizendo: "Não temais." Aqueles que levam mensagens para ele deveriam ser calmos e felizes. Ele chama seus discípulos por um nome doce "meus irmãos", convida-os a encontrá-lo, diz o nome de um lugar de encontros amorosos conhecido, e promete estar ali. Esqueçam as outras coisas, agora é este o principal dever, estar na Galiléia para comunhão de espírito com ele, para estarem lá ao seu dispor e receber a sua incumbência (C. H. S.).