39. A TUA PALAVRA ME É SUFICIENTE

Jesus lhe disse: "Eu irei curá-lo" (Mateus 8.7).
"Dize uma palavra, e meu servo será curado" (Lucas 7.7).

O centurião que se importou com o bem religioso do povo, e construiu para eles uma sinagoga, tinha também um coração compassivo pelos doentes.

É ótimo quando generosidade pública é sustentada por bondade doméstica.

Este servo era seu rapaz, e talvez seu escravo, mas era querido dele. Um bom mestre faz um bom servo.

É bom quando todos os níveis são unidos em empatia: capitão e pajem estão solidários em afeto.

O mestre mostrou seu afeto por procurar auxílio. Coração e mão devem agir juntos. Não amemos somente na palavra.

É bom que os seguidores de Jesus estivessem prontos a ajudar todas as pessoas doentes, e que a cura fosse ainda associada com oração a Jesus.

Note bem a fé crescente manifesta do centurião e a crescente manifestação de Jesus.

- O centurião manda anciãos com o pedido de "vir e curar." Jesus virá e curará.

- O próprio centurião vem pedindo por "uma palavra." Jesus dá a palavra, e o feito está realizado. Nós vemos neste trecho um milagre no mundo físico, e somos assim ensinados o que o Senhor Jesus pode fazer no mundo espiritual.

Imitemos o centurião em buscar a Jesus sobre outras pessoas.

Aprendemos desta narrativa:

 

I. A PERFEITA PRONTIDÃO DE CRISTO.

1. Ele não debateu com os anciãos dos judeus e mostrou a fraqueza de seu pedido: "Ele merecia" (Lucas 7.4-5).

2. Ele de bom grado concedeu o pedido deles, embora fosse desnecessário ele ir; "Jesus foi com eles" (Lucas 7.6).

3. Ele não levantou nenhuma pergunta sobre a mudança que o centurião propôs, embora já estivesse na estrada (Lucas 7.6).

4. Ele não levantou suspeita quanto ao motivo do bom homem, como alguns poderiam ter feito. Ele leu o coração dele e viu sua verdadeira humildade.

5. Ele não opôs dúvidas à comparação dele com um pequeno oficial. Nosso Senhor nunca é capcioso, mas aceita o sentido nosso.

6. Ele prontamente aceitou a oração e a fé do centurião, deu o benefício, e deu-o do modo como foi desejado. O amor de nosso Senhor por pecadores, seu esquecimento de sua pessoa, sua prontidão em nos agradar e sua ânsia em cumprir sua própria missão devem nos incentivar em oração a ele por nós mesmos e por outros.

 

II. A CAPACIDADE CONSCIENTE DE CRISTO.

1. Ele não fica intrigado com o caso. Era curioso o servo estar ao mesmo tempo paralisado e atormentado, mas seja qual tenha sido a doença, o Senhor diz: "Eu irei e o curarei."

2. Ele não é posto em dúvida devido ao perigo extremo do servo. Não, irá ter com ele, embora saiba que ele esteja fortemente atacado e completamente prostrado.

3. Ele fala de cura como coisa natural. Sua vinda assegurará a cura: "É vir e curar."

4. Ele trata o método do procedimento como não tendo conseqüência.

- Ele virá ou não virá, mas "em uma palavra dirá", contudo, o resultado será o mesmo.

5. Ele se admira mais da fé do centurião do que da cura. Graça onipotente se move com facilidade majestosa. Nós somos preocupados e nervosos, mas o Senhor não é. Somos, assim, encorajados a ter esperança.

 

III. O MÉTODO PERMANENTE DE CRISTO.

Ele é acostumado a curar por sua palavra através da fé. Sinais e maravilhas são temporários, e respondem a um propósito para uma ocasião; mas tanto a fé como a palavra do Senhor são matérias para todos os tempos.

Nosso Senhor, no caso que temos à nossa frente, não se apresentou pessoalmente, mas falou, e foi feito, e isso ele faz em nosso próprio dia.

1. Isso é voltar à forma original de operar na criação.

- É aparentemente um milagre maior do que operar por presença visível; em todo caso os meios são menos aparentes.

2. Este método convém à verdadeira humildade. Nós não exigimos sinais e maravilhas; a palavra é suficiente para nós (Lc 7.7).

3. Isso agrada a grande fé; pois a palavra é a escolhida manifestação de fé de Deus. Ela se alegra mais na palavra do que em todas as coisas visíveis (Sl 119.162).

4. Isso é perfeitamente razoável. Não será uma palavra de mando de Deus o suficiente? Tome nota da lógica do centurião (Mt 8.9).

5. Isso é certo dar certo. Quem pode resistir ao fiat divino, ao "faça-se" de Deus? Em nosso próprio caso, tudo o que precisamos é uma palavra do Senhor.

6. Isso precisa ser a base em que confiamos. Usemos a palavra e oremos para que o Senhor a faça sua própria palavra. De agora em diante, vamos em frente no nome dele, confiando na palavra dele!

 

INSERÇÕES

Mesmo que o telhado do centurião fosse o próprio céu, ele não teria sido digno de ter Jesus debaixo dele, cuja palavra era a palavra todo-poderosa de seu Pai. Tal é o Cristo confessado por aquele que fala "Diz apenas uma palavra". Ninguém a não ser um poder divino é ilimitado: nem tem fé quaisquer outros limites a não ser Deus. Ali não é preciso lugar para os pés para se remover montanhas, ou diabos, apenas uma palavra. Mas diga só a palavra, Ó Salvador; meu pecado será remido, minha alma será sarada, meu corpo será levantado do pó, e ambos alma e corpo serão glorificados (Bispo Hall).

"Fui informado", diz Hervey, "que quando o membro do colégio eleitoral de Hanover foi declarado pelo Parlamento da Grã-Bretanha sucessor ao trono vazio, várias pessoas da elite apresentaram-se à Sua Alteza para, em tempo, candidatarem-se a nomeações valiosas. Vários pedidos dessa natureza foram concedidos e confirmados por uma espécie de nota promissória. Um senhor solicitou a mestria como arquivista-mor e juiz da corte de apelação. Sendo favorecido em seu desejo, ofereceram-lhe a mesma confirmação que tinha sido assegurada a outros requerentes bem-sucedidos; com o que ele pareceu dominado por confusão e surpresa agradecida, e implorou que ele pudesse não pôr o doador real a tal esforço desnecessário, protestando que via a palavra de Sua Alteza como a melhor ratificação de seu pedido. Com essa expressão de cortesia, o eleitor ficou muito feliz. 'Este cavalheiro', ele disse, 'me trata como um rei; e, quem quer que fique desapontado, ele certamente será recompensado.'"

Nosso Senhor pode curar ou chegando ou falando. Não vamos nós ditar a ele a maneira pela qual ele nos abençoará. Se nos fosse permitida uma escolha, deveríamos escolher o método mais discreto, aquele em que há o mínimo para ser visto e ouvido, contudo, o máximo para ser admirado. Comparativamente, sinais e maravilhas mostram menos dele do que sua palavra nua, que ele tem exaltado acima do seu nome. Maravilhas deslumbram, mas a palavra ilumina. Essa fé que vê o mínimo, vê o máximo, e aquela que não tem olhos para o visível, tem mil olhos para o invisível. Senhor, chega em tua glória e me abençoa, se é tal a tua vontade, mas se tu ficares onde estás, e me abençoares somente através de tua vontade e palavra, eu ficarei bem contente, e até mais se este método mais te honra! (C. H. S.).